Nesta semana, um assunto que quase ninguém comenta por aí: a comunicação do governo Lula
Pois resolvemos largar o absoluto factual de mão neste episódio para abordar uma questão que vem incomodando aliados e apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: a estratégia de comunicação do governo. Ou a falta de.
Desde o início do mandato, há certa frustração com a maneira como as coisas tem sido conduzidas nessa área. Primeiro, há críticas direcionadas especificamente à Secom, comandada pelo ministro Paulo Pimenta, deputado federal eleito pelo PT do Rio Grande do Sul. Mas há outras coisas.
Declarações desnecessárias - ou desastrosas de Lula são parte do problema. Vão desde a Guerra na Ucrânia até videogames violentos. Não se sabe o quanto é possível controlar ou combinar o que o presidente diz, mas traçar essa estratégia também é prerrogativa da Secom.
Outro ponto crítico é a interferência da primeira-dama. Mais recentemente, Janja resolveu responder ao perfil Choquei, no Twitter, sobre a questão da isenção de impostos para compras no exterior e desencadeou um problemão para o governo. Aliás, esse é o exemplo perfeito do que estamos falando aqui. É um problemão para vários ministérios, porque se trata de uma medida polêmica, que foi mal comunicada, piorada pelo tuíte da primeira-dama e agora agravada pelo presidente, que resolveu voltar atrás, segundo ele, porque Janja alertou que era uma medida impopular. De novo, não há alinhamento.
É preciso dizer, no entanto, que também se espera da Secom uma função que não é dela, que é a de defender o presidente ou atacar o antecessor. Algo que é, nitidamente, uma consequência do governo Bolsonaro, que misturou a comunicação institucional com a político-partidária.
Foto: Ricardo Stuckert/PR