Madalena Schwartz foi uma fotógrafa brasileira de origem húngara, conhecida por retratar travestis e transformistas no auge da repressão da ditadura. Inicious sua carreira depois dos 40 e se tornou “a grande dama do retrato” no Brasil. Madalena Schwartz nasceu em 1923, em Budapeste. Quando tinha 12 anos, se mudou com sua família para a América do Sul, fugindo do nazismo. Os Schwartz se estabeleceram primeiro em Buenos Aires, e foi só na década de 1960 que Madalena se mudou em São Paulo, onde viveria o resto da vida. Residente do Edifício Copan, Madalena administrava uma lavanderia e viveu uma vida “comum” por 45 anos. Mas um dia, seu filho ganhou uma câmera fotográfica em um concurso, e não deu muita atenção ao prêmio. Madalena se encantou pela máquina, e passou a estudar fotografia. Como morava no centro de São Paulo, Madalena via uma realidade extraordinária em sua própria vizinhança: a vida das travestis e transformistas durante os anos mais repressivos da ditadura. A subversão e a vida noturna “underground” paulista foram os principais temas de seu trabalho, mas logo Schwartz ganhou proeminência no mundo artístico e tirou retratos também de Carlos Drummond de Andrade, Chico Buarque, Clarice Lispector, Elke Maravilha, Jorge Amado, Ney Matogrosso e outras figuras ilustres da cultura brasileira. Sua própria casa virou um estúdio de fotografia improvisado, e nele Madalena Schwartz clicou diversas das mais espetaculares obras fotográficas do Brasil. Seu acervo com mais de 16 mil negativos pertence hoje ao Instituto Moreira Salles, que fez uma exposição em homenagem à artista em 2021. Madalena Schwartz faleceu em 1993, e é uma referência artística inegável.