Ao chegar ao final deste relato do declínio e destruição trágicos de uma grande nação, devemos considerar seriamente algumas lições. A ascensão de um povo é diretamente proporcional a sua adoração a Deus. A nação de Israel foi dividida em dois reinos como resultado dos pecados de Salomão, que adorou ídolos a fim de agradar a suas esposas pagãs. Uma vez que o povo do reino do Norte, Israel, entregou-se à idolatria e abandonou o verdadeiro Deus vivo, seu povo foi levado cativo para a Assíria. Judá também não demorou a sucumbir e, por fim, foi capturada pela Babilônia. Tornamo-nos semelhantes ao deus a quem adoramos (Sl 115:8). Se nos recusarmos a adorar o verdadeiro Deus vivo, seremos tão vulneráveis quanto os ídolos que nos cativam.
Israel e Judá se desviaram, pois foram conduzidas por pessoas conformistas, gente fraca que seguia o exemplo da maioria e que agradava o povo. A fim de adverti-los sobre essa insensatez, Deus levantou homens e mulheres inconfundivelmente distintos, que procuraram agradar o Senhor. Porém, essas testemunhas fiéis foram ignoradas, abusadas e martirizadas. O drama turgo e cético George Bernard Shaw definiu, incorretamente, o martírio como "a única maneira de um homem incompetente ficar famoso". As pessoas que sofreram e morreram pela fé possuíam as aptidões que haviam recebido de Deus para confiar nele, colocar a verdade e o caráter à frente das mentiras e da popularidade e se recusar a fazer como a maioria, conformando-se com a superficialidade e o pecado do mundo.
Neste momento crítico da história, Deus está à procura de pessoas diferentes - não de cristãos que seguem os modismos, do tipo "maria-vai-com-as-outras". Viver em amizade com o mundo é viver em inimizade com Deus (Tg 4:4); amar e confiar no mundo é perder o amor do Pai (1 Jo 2:15- 17). Devemos ser "sacrifícios vivos" para o Senhor (Rm 12:1, 2), pessoas diferentes cuja vida e testemunho apontam para Cristo e brilham como luzes em meio à escuridão. "Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte" (Mt 5:14). Crer é viver sem tramar. Se começarmos a racionalizar os ensinamentos bíblicos acerca da obediência ao Senhor e da separação do pecado, logo nos veremos escorregando aos poucos para fora da luz, caindo nas sombras e, depois, na mais completa escuridão, até terminarmos envergonhados e derrotados.
"Aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente" (1 Jo 2:17).
WIERSBE, Warren W. - Comentário Bíblico Expositivo: Antigo Testamento