#149-Canção do Expedicionário -Poema, Guilherme de Almeida/spartaco Rossi
JUL 21, 2020
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Guilherme de Almeida nasceu em Campinas — São Paulo em 1890, faleceu em  1969. Foi advogado, jornalista, heraldista, crítico de cinema, poeta, ensaísta e tradutor brasileiro.


É de sua autoria a letra da Canção do Expedicionário com música de Spartaco Rossi, referente à participação dos pracinhas brasileiros na Segunda Guerra Mundial.


Você sabe de onde eu venho?

Venho do morro, do Engenho

Das selvas, dos cafezais

Da boa terra do coco

Da choupana onde um é pouco


Dois é bom, três é demais

Venho das praias sedosas

Das montanhas alterosas

Do pampa, do seringal

Das margens crespas dos rios

Dos verdes mares bravios

Da minha terra Natal


Por mais terras que eu percorra

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte para lá

Sem que leve por divisa

Esse V que simboliza

A vitória que virá


Nossa vitória final

Que é mira do meu fuzil

A ração do meu bornal

A água do meu cantil

As asas do meu ideal

A glória do meu Brasil


Eu venho da minha terra

Da casa branca da serra

E do luar do meu sertão

Venho da minha Maria

Cujo nome principia

Na palma da minha mão


Braços mornos de Moema

Lábios de mel de Iracema

Estendidos pra mim

Ó, minha terra querida

Da Senhora Aparecida

E do Senhor do Bonfim


Por mais terras que eu percorra

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte para lá

Sem que leve por divisa

Esse V que simboliza

A vitória que virá


Nossa vitória final

Que é a mira do meu fuzil

A ração do meu bornal

A água do meu cantil

As asas do meu ideal

A glória do meu Brasil


Você sabe de onde eu venho?

É de uma Pátria que eu tenho

No bôjo do meu violão

Que de viver em meu peito

Foi até tomando jeito

De um enorme coração


Deixei lá atrás meu terreno

Meu limão, meu limoeiro

Meu pé de jacaranda

Minha casa pequenina


Lá no alto da colina

Onde canta o sabiá


Por mais terras que eu percorra

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte para lá

Sem que leve por divisa

Esse V que simboliza

A vitória que virá


Nossa vitória final

Que é a mira do meu fuzil

A ração do meu bornal

A água do meu cantil

As asas do meu ideal

A glória do meu Brasil


Venho de além desse monte

Que ainda azula no horizonte

Onde o nosso amor nasceu

Do rancho que tinha ao lado

Um coqueiro que, coitado

De saudade já morreu


Venho do verde mais belo

Do mais dourado amarelo

Do azul mais cheio de luz

Cheio de estrelas prateadas

Que se ajoelham deslumbradas

Fazendo o sinal da cruz


Por mais terras que eu percorra

Não permita Deus que eu morra

Sem que volte para lá

Sem que leve por divisa

Esse V que simboliza

A vitória que virá


Nossa vitória final

Que é a mira do meu fuzil

A ração do meu bornal

A água do meu cantil

As asas do meu ideal

A glória do meu Brasil



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