

Segundo uma antiquíssima tradição, esta é uma noite de vigília em nome do Senhor (Ex 12, 42), noite que os fiéis celebram, segundo a recomendação do Evangelho (Lc 12, 35 ss.), de lâmpadas acesas na mão, à semelhança dos servos que esperam o Senhor, para que, quando Ele vier, os encontre vigilantes e os faça sentar-se à sua mesa.


O que está acontecendo hoje? Do que nos fala a liturgia? Comprei o ingresso para o filme errado? “Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Hosana no mais alto dos céus!”


Passagem muito densa, cada palavra é um tesouro, mas acho que esta é uma boa síntese: "Senhor, queremos ver Jesus".


Domingo da Alegria. Se apagássemos nossos pecados de nosso passado, nossa história deixaria de ser história de salvação.


Por isso, a quaresma oferece um caminho de conversão, porque nós nos esquecemos.


No coração de cada um há, além e apesar da miséria humana, um tesouro precioso. Parece ser necessário para a salvação - nossa salvação e da humanidade inteira - partilhar o próprio tesouro e buscar o que está na alma do outro. Parece ser necessária: a troca, entrega, arriscar-se, até fazer-se vulnerável - estar disposto a perder para ganhar. Sabemos que os muros que nos protegem também nos mantém cativos.




O Deus com quem nos encontramos no 1o domingo da Quaresma é Aquele que se dispõe a caminhar com seu povo, não abandona, sai a seu encontro, lhe estende a mão.


Inauguração da capela Nossa Senhora de Fátima em Monte Mor, construída por 80 jovens voluntários em 4 dias, durante o período de Carnaval.


Esse toque de Jesus tem um impacto sobre toda a humanidade de todos os tempos. Esse toque representa a transposição de um abismo - infinito - que separava a humanidade de seu Criador, que continua separando um homem do outro, levando um homem a abandonar o outro porque ele está doente ou é diferente. Devemos nos perguntar: quem estava doente - o leproso ou Israel? E, hoje, quem está doente? E, mais importante: qual é a causa da doença?


Mistério da fragilidade, enfermidade, do sofrimento e da morte parece injusto, pode prostrar a alma no desânimo (além do corpo) ou revoltar o espírito. Como nós encaramos esse mistério? Como olhamos para Deus nessas circunstâncias?


Por causa do que fez o Filho: Agora o Pai vê o Filho quando olha para mim e me ama quando ama o Filho.


Então o nome que era impronunciável do Deus que era invisível e inalcançável ganha um corpo frágil com uma alma puríssima, um rosto meigo, um som suave. Deus se faz vulnerável para se tornar próximo, amável, íntimo: agora, posso chamá-lo por seu nome assim como Ele me chama pelo meu.


Não existe família perfeita, existe família que sabe perdoar. Não existe uma história perfeita, existe um Deus disposto a nos redimir.


Pode haver algo mais inútil do que uma voz que clama no deserto?


Grita uma voz: "Preparai no deserto o caminho do Senhor, aplainai na solidão a estrada de nosso Deus... a glória do Senhor então se manifestará… tu, que trazes a boa-nova a Sião; levanta com força a tua voz...: 'Eis o vosso Deus, eis que o Senhor Deus vem com poder… Como um pastor, ele apascenta o rebanho, reúne, com a força dos braços, os cordeiros…


Buscar e praticar obras de justiça. Deixar os juízos para o Justo.


A Encarnação nos oferece um caminho de regresso. O Deus Salvador Jesus Cristo nos indica e nos conduz pelo caminho de regresso ao Deus Criador e Pai.


O que me orienta? O que me preocupa? Qual é a razão de ser de minha vida e projetos?


Concede-me – orava diariamente o cristero mexicano- que meu último grito na terra e meu primeiro cântico no céu seja: Viva Cristo Rei!


Concede-me – orava diariamente o cristero mexicano- que meu último grito na terra e meu primeiro cântico no céu seja: Viva Cristo Rei!


De quem são os talentos que recebi? Por isso, prestaremos contas: por usar algo que é de outro, que Outro me entregou, não me deu. O que Ele me deu e que é para mim é a confiança nesta vida e na vida futura a recompensa eterna, infinita que não são talentos, é a própria fonte de todos os tesouros.


Se eu estiver bem informado sobre o mundo e sem esperança, significa que não estou bem informado sobre o que é essencial.


Hoje, nossos olhos se voltam para o Alto: olhamos para eles com gratidão e com saudades - quanto devemos a eles!, como eles fazem falta neste mundo, do nosso lado. Gostaríamos de ouvir a voz da Madre Teresa ressoar mais uma vez nos salões da ONU, de assistir mais uma missa celebrada pelo Padre Pio, de fazer uma confissão com o Cura D'Ars, de curtir uma postagem no IG do Carlinhos (Acutis).




Mas essa ainda não é a melhor das respostas, é o próprio Cristo.


Carta a Diogneto: “Os cristãos não se distinguem dos outros homens nem por sua terra, nem por sua língua, nem por seus costumes. Eles não moram em cidades separadas, nem falam línguas estranhas, nem têm qualquer modo especial de viver. Sua doutrina não foi inventada por eles, nem se deve ao talento e à especulação de homens curiosos; eles não professam, como outros, nenhum ensinamento humano. Pelo contrário: mesmo vivendo em cidades gregas e bárbaras, conforme a sorte de cada um, e adaptando-se aos costumes de cada lugar quanto à roupa, ao alimento e a todo o resto, eles testemunham um modo de vida admirável e, sem dúvida, paradoxal. Vivem na sua pátria, mas como se fossem forasteiros; participam de tudo como cristãos, e suportam tudo como estrangeiros. Toda pátria estrangeira é sua pátria, e cada pátria é para eles estrangeira. Casam-se como todos e geram filhos, mas não abandonam os recém-nascidos. Compartilham a mesa, mas não o leito; vivem na carne, mas não vivem segundo a carne; moram na terra, mas têm a sua cidadania no céu; obedecem às leis estabelecidas, mas, com a sua vida, superam todas as leis; amam a todos e são perseguidos por todos; são desconhecidos e, ainda assim, condenados; são assassinados, e, deste modo, recebem a vida; são pobres, mas enriquecem a muitos; carecem de tudo, mas têm abundância de tudo; são desprezados e, no desprezo, recebem a glória; são amaldiçoados, mas, depois, proclamados justos; são injuriados e, no entanto, bendizem; são maltratados e, apesar disso, prestam tributo; fazem o bem e são punidos como malfeitores; são condenados, mas se alegram como se recebessem a vida. Os judeus os combatem como estrangeiros; os gregos os perseguem; e quem os odeia não sabe dizer o motivo desse ódio. Assim como a alma está no corpo, assim os cristãos estão no mundo. A alma está espalhada por todas as partes do corpo; os cristãos, por todas as partes do mundo. A alma habita no corpo, mas não procede do corpo; os cristãos habitam no mundo, mas não pertencem ao mundo. A alma invisível está contida num corpo visível; os cristãos são visíveis no mundo, mas a sua religião é invisível. A carne odeia e combate a alma, mesmo não tendo recebido dela nenhuma ofensa, porque a alma a impede de gozar dos prazeres mundanos; embora não tenha recebido injustiça por parte dos cristãos, o mundo os odeia, porque eles se opõem aos seus prazeres desordenados. A alma ama a carne e os membros que a odeiam; os cristãos também amam aqueles que os odeiam. A alma está contida no corpo, mas é ela que sustenta o corpo; os cristãos estão no mundo, como numa prisão, mas são eles que sustentam o mundo. A alma imortal habita em uma tenda mortal; os cristãos também habitam, como estrangeiros, em moradas que se corrompem, esperando a incorruptibilidade nos céus.


Qual o meu objetivo quando anúncio a Palavra? Que seja fascinar e salvar, não convencer. É chato quando alguém tenta nos convencer. Fascinar-se é fascinante, salvar-se é divino - literalmente. Fascinante porque palavra de Deus, não de Lucas.


“Caritas Christi urget nos” (2Cor 5, 14)