O Poema Ensina a Cair

Raquel Marinho

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Perseguindo a ideia de Lawrence Ferlinghetti - "a poesia é a distância mais curta entre duas pessoas" - esperamos, através das escolhas poéticas dos nossos convidados, ficar mais perto deles e conhecê-los melhor. Usamos o verso de Luiza Neto Jorge “O Poema Ensina a Cair” para dar título a este podcast sobre os poemas da vida dos nossos convidados.
Um projecto da autoria de Raquel Marinho.
"Melhor podcast de Arte e Cultura" pelo Podes 2021 - Festival de Podcasts.

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169 episodes

Leonardo Gandolfi: "Eu não escrevo em língua portuguesa, eu escrevo na língua Drummond"

Leonardo Gandolfi nasceu em 1981, no Rio de Janeiro, e mora em São Paulo desde 2013, onde trabalha como professor de literatura portuguesa na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). É autor, entre outros, de "Robinson Crusoé e seus amigos" (Editora 34, 2023, finalista do prêmio Jabuti de poesia). Organizou a antologia de Manuel António Pina "O coração pronto para o roubo" (Editora 34, 2018) e publicou o ensaio "Manuel António Pina" (Eduerj, 2020), livro da coleção Ciranda de Poesia. Manuel António Pina é um dos autores portugueses que estudou e conheceu pessoalmente cá em Portugal, mas encontramos no seu currículo outras abordagens à poesia portuguesa.

56m
Mar 31, 2024
Francisco Geraldes (II): "Ele (Charles Bukowski) diz que a poesia é o nosso último reduto de salvação, e eu concordo muito."

Segunda parte do podcast com Francisco Geraldes. Poemas: O poema - Herberto Helder Negro Drama - Racionais Máscaras de Orfeu, Napoleão Mira In Memoriam, Ary dos Santos Livro: O Peso do Pássaro Morto, Aline Bei, edição Nos

42m
Mar 23, 2024
Francisco Geraldes (I): "Quando ouço fado estou em casa, estando em minha casa ou em Abu Dhabi."

O nosso convidado de hoje é jogador de futebol, leitor, e autor de um livro de poesia. Francisco de Oliveira Geraldes nasceu em Lisboa a 18 de Abril de 1995, e é actualmente jogador no Joho, na Malásia. Formou-se no Sporting Clube de Portugal, onde esteve quase 18 anos, passou pelo Eintracht de Frankfurt , na Alemanha, e pelo AEK de Atenas, na Grécia. Regressou a Portugal para jogar como médio ofensivo do Estoril Praia, de onde saiu há poucos meses para Abu Dhabi, e de lá para a Malásia. Vem ao podcast “O Poema Ensina a Cair” para nos falar dos poemas de que mais gosta, também porque em 2021, publicou um livro de poesia chamado “Cito, Longe, Tarde” com prefácio de Pilar del Rio. Poemas primeira parte: Quase – Mário de Sá-Carneiro David Mourão-Ferreira – Abandono Poema Sujo – Ferreira Gullar Poema em Linha Recta – Álvaro de Campos Operário em Construção – Vinicius de Moraes

51m
Mar 16, 2024
Rodrigo Leão (II): "No Frágil, por acaso, conheci o Al Berto. Mas conheci também o Cesariny e o Herberto Helder."

Segunda parte do podcast com Rodrigo Leão. Poemas: Minha cabeça estremece com todo o esquecimento (Herberto Helder) A Magnólia (Luísa Neto Jorge) Vivamos-  Dinis Muacho Ode à Paz- Natália Correia Escrevo-te- Lúcia Vicente Livro: O Deserto dos Tártaros, Dino Buzzati, edição Cavalo de Ferro

45m
Mar 09, 2024
Rodrigo Leão (I): "Comecei a ouvir poesia dita pelo Villaret em casa dos meus pais."

Rodrigo Leão nasceu em Lisboa, em 1964. É o mais velho de 4 irmãos, todos rapazes, com quem partilhou muitos verões da infância e adolescência na Ericeira, numa casa perto do mar, comprada pelo avô materno, matemático. Foi lá, na Ericeira, que compôs as primeiras ideias para o que viria a ser a Sétima Legião, uma das bandas que nos levaram a conhecê-lo, a que se seguiu a Madredeus. Hoje em dia, muitos anos depois desses dois projetos musicais, conhecemo-lo pela carreira a solo nacional e internacional, mas também pelas incursões no cinema ou no documentário e, inevitavelmente, pelas muitas colaborações que assina com outros nomes da música, dentro e fora de portas. Estamos aqui para falar das suas escolhas poéticas e, olhando para o seu percurso, percebemos que a poesia anda perto há muito tempo. No ano passado lançou O Homem em Eclipse com Gabriel Gomes e Miguel Borges, para assinalar o centenário de Mário Cesariny, mas o projeto Os Poetas que deu corpo a este disco nasceu em 1997 e contava com também Manuel Hermínio Monteiro, então editor da Assírio & Alvim. Nesse primeiro ano gravaram um disco chamado Entre Nós e as Palavras, onde podíamos escutar as vozes de Al Berto, Mário Cesariny, António Franco Alexandre, Herberto Helder e Luiza Neto Jorge. A música era de Margarida Araújo, Rodrigo Leão e Gabriel Gomes. Para a conversa no podcast trouxe poemas que decorrem desse convívio antigo com poetas portugueses, mas também algumas surpresas. Poemas: Pastelaria - Mário Cesariny O Navio de Espelhos - Mário Cesariny Toada de Portalegre - José Régio O Poeta de Pondichéry - Adília Lopes No sorriso louco das Mães - Herberto Helder

56m
Mar 02, 2024
Susana Moreira Marques (II): "O Daniel Faria levou-me a coisas completamente inesperadas. Se eu fosse crente achava que era qualquer coisa sobrenatural."

Segunda parte do podcast com a escritora e jornalista Susana Moreira Marques. Poemas: - Daniel Faria: “Repito que vivo enclausurado na agilidade de um animal nascido”, de Homens Que São Como Lugares Mal Situados  - Isabel Meyrelles: Livro do Tigre, poema XXV (em Poesia, Quasi Edições)  - Rosa Alice Branco: Concerto ao Vivo, poema que começa “Há uma menina antiga nos teus olhos”  - Mário Cesariny, Autografia  - Wilfred Owen, Cântico da Juventude Condenada Livro: Vínculos Ferozes, da Vivian Gornick, tradução de Maria de Fátima Carmo, edição D. Quixote

1h 18m
Feb 24, 2024
Susana Moreira Marques (I): "A poesia tem essa capacidade de súmula e de ir ao âmago das coisas. "

Susana Moreira Marques, jornalista e escritora, nasceu em Agosto de 1976. Estudou Comunicação e Cinema, passou pela BBC, Público, Jornal de Negócios, Antena 1, e ganhou vários prémios, incluindo o Prémio de Jornalismo da UNESCO 'Direitos Humanos e Integração”. É autora de três livros de não ficção literária, o mais recente “Lenços Pretos, Chapéus de Palha e Brincos de Ouro”, um relato de viagem que tem como guia “As Mulheres do meu país”, de Maria Lamas, escrito no final dos anos 40 do século passado. Neste ensaio de narrativa autobiográfica, Susana escreve sobre as mulheres que procurou encontrar no Portugal de agora, ao mesmo tempo que buscava as mulheres que Maria Lamas descreveu e fixou no livro “As Mulheres do Meu País”. Mas, simultaneamente, enquanto nos leva por essa demanda, permite que a conheçamos melhor, às suas memórias pessoais e familiares, às suas reflexões sobre o papel das mulheres, os seus silêncios e omissões, a sua importância como testemunhas silenciosas de uma história colectiva que tantas vezes as votou, e ainda vota, ao anonimato. Diz, a dada altura deste livro, que é uma mulher que escuta. Mais à frente, uma mulher que lê. Conta-nos também que como tantas outras mulheres, está, de certa maneira, à janela, e à espera. Poemas: Adrienne Rich: North American Time, tradução de Maria Irene Ramalho e Mónica Andrade (edição cotovia) Anne Carson: A Beleza do Marido - poema XXI - tradução de Tatiana Faia (edição não-edições) Philip Larkin: An Arundel Tomb, tradução de Vasco Gato Elizabeth Bishop: Uma Arte - Geografia III, tradução Maria de Lourdes Guimarães (Relógio d’Água) Sophia de Mello Breyner: Deriva XIV

1h 22m
Feb 17, 2024
Ana Paula Tavares (II): "Digamos que foi nestes Cantares de Salomão que eu encontrei muitas maneiras de falar do amor"

Segunda parte da conversa com a poeta, cronista e historiadora angolana Ana Paula Tavares. Poemas: Cantares de Salomão 5:2-8:14 (Nova Versão Internacional) Adélia Prado - Com Licença Poética Warsan Shire - Casa Ama Ata Aidoo - Para uma Saia de Seda ao Sol Conceição Lima - O País de Akendenguê Livro: Chinua Achebe, Quando Tudo se Desmorona; Tradução: Eugénia Antunes e Paulo Rêgo, edição Mercado de Letras

1h 0m
Feb 10, 2024
Ana Paula Tavares (I): "Há dias em que há um poema que nos faz a vida"

Na poesia assina Paula Tavares, em tudo o que escreve que não sejam poemas conhecemo-la como Ana Paula Tavares. Poeta, cronista, historiadora angolana a viver em Portugal desde os anos 90, nasceu na província do Huíla, Sul de Angola, em 1952.  Licenciou-se em História, doutorou-se em antropologia da História pela Universidade Nova de Lisboa, tendo obtido o grau de Mestre em Literaturas Brasileiras e Literaturas Africanas de Língua Portuguesa pela Universidade de Lisboa. Publicou o primeiro livro de poesia, Ritos de Passagem, aos 30 anos. Agora, 40 anos depois, acaba de reunir a poesia no livro Poesia Reunida seguido de Água Selvagem, edição Caminho. O seu trabalho poético relaciona-se intimamente com a oralidade do seu país, e explica que não sabendo as línguas que ouviu na infância continua a procurar aquilo que seria essa fonte primordial. Escolheu para o podcast um livro de não poesia e os 10 poemas de que mais gosta. Alguns, precisamente, remontam a esse universo da tradição oral. Poemas (Parte I) Luiza Neto Jorge - O Poema Ensina a Cair A epopeia de Gilgamesh (Tradução de Pedro Tamen) Eugénio de Andrade, Ode a Guillaume Apollinaire Ruy Duarte de Carvalho, A terra que te ofereço Manoel de Barros, o Livro Sobre Nada

1h 9m
Feb 03, 2024
Isaque Ferreira (II): "A poesia é um transportador de vocabulário inacreditável"

Segunda parte da conversa com Isaque Ferreira, leitor de poesia, programador cultural e bibliófilo. Poemas: Álvaro de Campos – Tabacaria Bernardo Soares – Cruz na porta da tabacaria Filipa Leal – Hoje também os carros dançam Alberto Pimenta – Carta a uma iniciante Joaquim Castro Caldas – Dos poetas Livro de não poesia: Leonora Carrington, O Leite dos Sonhos

40m
Jan 27, 2024
Isaque Ferreira (I): "Realmente a minha moeda de câmbio é a poesia"

Isaque Ferreira nasceu no Porto em 1974. É leitor de poesia, programador cultural e bibliófilo. Leitor habitual das Quintas de Leitura, no Porto, diz, na verdade, poesia em todo o lado e escutá-lo é um deleite, como terão oportunidade de confirmar nesta conversa. Das suas experiências públicas de leitura e eventos que organiza à volta das palavras dos poetas fazem parte locais como Famalicão, Paredes de Coura (onde programou o festival Realizar Poesia), Póvoa de Varzim, Matosinhos, Vila Nova de Gaia ou Figueira da Foz.  Diz com muita naturalidade que a poesia é a sua vida, e será talvez por isso que guarda preciosas edições e histórias com poetas portugueses Poemas: Mário Cesariny – Pastelaria João Habitualmente – Cipreste Adília Lopes – Vieram contar a luz Herberto Helder – Poema IV de As Musas Cegas Rafaela Jacinto – Procissão

1h 22m
Jan 20, 2024
Jorge Palma (II): "O Cohen é outro que é capaz de me comover"

Segunda parte do podcast com Jorge Palma, um dos maiores compositores e letristas portugueses. Poemas: Herberto Helder - conto de "Os Passos em Volta Al Berto - Acordar Tarde Lawrence Ferlinghetti - Os Elevadores de Lisboa (dedicado a Jorge Palma) Sérgio Godinho - A Noite Passada Natália correia - Queixa das Jovens Almas Censuradas

1h 6m
Jan 13, 2024
Jorge Palma (I): “A liberdade é um valor máximo para mim"

O nosso convidado de hoje é um dos maiores músicos portugueses. Letrista exímio, compositor multifacetado, um homem que aos 73 anos de idade continua a ver-se como um amador de música, que gosta simultaneamente de se divertir e – muito importante – de pensar. Jorge Manuel de Abreu Palma nasceu a 4 de junho de 1950. Começou a estudar piano aos 6 anos, ao mesmo tempo que aprendia a ler e a escrever. Dos clássicos Bach, Mozart ou Beethoven, passa para outros ambientes musicais e horizontes quando, já a estudar no Liceu Camões, frequenta uma taberna em frente à escola onde havia uma jukebox, e onde escutou, por exemplo, Beatles ou Rolling Stones. Percebeu que o queria era Rock & Roll e, nas suas palavras, mandou o piano e a música clássica às urtigas. Haveria de regressar. Viveu em Copenhaga, em casa de amigos, aquando da revolução de Abril, em Paris, a tocar nas ruas, por exemplo com uma guitarra emprestada por Marine Myriam, ao mesmo tempo que estudava as letras de Brell ou Léo Ferré. Tocou também nas ruas de Lisboa, numa esquina da Rua das Portas de Santo Antão, o que lhe valeu algumas visitas à esquadra de polícia mais próxima. Viveu numa pensão chamada Ninho das Águias, porque gostou do nome quando o leu nas Páginas Amarelas. São muitos anos de carreira, de um percurso musical e artístico longo, que atravessa gerações e corações.

1h 9m
Jan 06, 2024
O Poema Ensina a Cair em 2023

Neste episódio de balanço do ano de 2023, recupero algumas das respostas e leituras de poesia dos convidados. Uma pergunta que costumo fazer-lhes, sabendo tratar-se de algo que não terá resposta, prende-se com a utilidade da poesia. Os convidados deste ano, que escolheram 10 poemas de que gostam muito para a conversa comigo são: Pedro Cabrita Reis, Tó Trips, Lídia Jorge, Tatiana Faia, Rui Zink, Maria João, Frei Bento Domingues, Carminho, Guilhermina Gomes, Manel Cruz, Rafael Gallo, Nuno Costa Santos, Ana Vidigal, João Taborda da Gama, Rita Taborda Duarte, Miguel Guilherme, João Concha, Ana Rita Bessa, Filipe Raposo e Carlos Ascenso André. Há ainda episódios que não estando neste balanço fazem parte do ano de 2023, nos quais os convidados vêm apenas para conversar sobre um livro, ou responder brevemente a algumas perguntas, como é o caso de 9 poetas brasileiros que tive oportunidade de conhecer numa viagem a São Paulo.

58m
Dec 30, 2023
Carlos Ascenso André - “A literatura é uma forma de combater”

Carlos Ascenso André - "A literatura é uma forma de combater" Professor, poeta, ensaísta e tradutor, Carlos Ascenso André nasceu em Monte Real – Leiria, em 1953. Foi professor de línguas e literaturas clássicas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde se doutorou em 1990 em Literatura Latina. Tem uma longa carreira dedicada ao estudo e à tradução de literatura latina – seja a da época clássica (Cícero, Virgílio, Ovídio, Séneca), seja a do Renascimento e dos estudos camonianos. É autor de quase 30 livros, três dos quais de poemas. Em todo o trabalho que vem desenvolvendo há 2 temas que lhe têm merecido particular atenção: a literatura e o exílio, por um lado e a poética do amor por outro. Quando pensamos nos projetos de tradução que assinou, temos de destacar, talvez, a Eneida, de Vergílio, em edição bilingue (latim e português), ou A Arte de Amar, de Ovídio, também em edição bilingue, mas podemos dar vários outros exemplos como Horácio ou Tibulo. Poemas: Horácio (séc. I AC) - Melhor vida terás, ó Licínio, se o alto mar Ovídio (séc I) - Heroides, "carta de Dido a Eneias&quot Catulo (séc. I aC) - Odeio e amo. Por que assim faço, perguntarás, talvez. Pero Meogo (séc. XIII) - Levou-se a louçana, levou-se a velida Luís de Camões - Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades Manuel Alegre - Querida Sophia: como os índios do seu poema Eugénio de Andrade - Arte dos Versos Ary dos Santos - Poeta castrado, não! Sophia de Melo Breyner - Camões e a Tença Miguel Torga - Orfeu Rebelde Carlos André - Prisão de Lüshung

1h 46m
Dec 23, 2023
A Festa Acabou - 91 Haikus Finais

"A FESTA ACABOU - 91 HAIKUS FINAIS" chegou às livrarias há pouco tempo. Trata-se de um livro de haikus, escritos por monges e poetas japoneses nas imediações da morte. É um projecto do poeta e tradutor Ricardo Marques, convidado deste podcast para nos falar do livro, mas também da "impossível" e sempre inacabada tarefa de traduzir os poemas dos autores de que mais gosta. Ricardo Marques nasceu em 1983. Vem traduzindo vários autores a partir do inglês, onde se incluem, por exemplo, Billy Collins, Anne Carson e Patti Smith. Rui Zink nasceu em 1961. É escritor, professor e também ilustrador. Já foi um dos convidados deste podcast para nos falar dos poemas da sua vida. Os 91 haikus que compõem este livro foram recolhidos do livro "Japanese Death Poems", com selecção e tradução de Yoel Hoffmann.

26m
Dec 13, 2023
Filipe Raposo

Filipe Raposo é pianista, compositor e orquestrador. Iniciou os seus estudos de piano no Conservatório Nacional de Lisboa, e fez depois o mestrado em Piano Jazz Performance no Royal College of Music, em Estocolmo, e foi bolseiro da Royal Music Academy of Stockholm. É licenciado em Composição pela Escola Superior de Música de Lisboa. Colabora regularmente como compositor em Cinema e Teatro. Fez, por exemplo, a música original do documentário “um corpo que dança – ballet Gulbenkian 1965-2005” de Marco Martins. Como compositor, orquestrador e pianista tem colaborado com inúmeras orquestras europeias, a solo ou com diferentes formações em festivais internacionais. Em Portugal, trabalhou com nomes tão sonantes quanto Sérgio Godinho, José Mário Branco, Camané, Vitorino, Jorge Palma ou Rita Maria, com quem desenvolveu vários projetos.   Desde 2004 que colabora com a Cinemateca Portuguesa como pianista residente no acompanhamento de filmes mudos. Editou vários discos em nome próprio, o último dos quais chamado Obsidiana, em 2022. Vem conversar comigo sobre os poemas da sua vida, o que significa, conversar sobre as inquietações e inquietudes, a errância associada à procura, condições absolutamente fundamentais – nas suas palavras – a quem faz da criação um modo de vida e de estar. Poemas: 1. Entre o deserto e o deserto , António Ramos Rosa 2. Uma manhã no golfo de Corinto, António Patrício  3. Quem à janela , Amélia Muge  4. Gramática do olhar , Ana Luísa Amaral  5. Estrela do Vinho, Li Bai (VIII D.C. China) 6. Fragmentos , Anacreonte (VI A.C. Grécia) 7. Sabedoria , Al Mutahmid  8. Que saudável é por as mãos a fazer coisas, João Pedro GrabatoDias  9. A Tentação, Hélia Correia  10. Sono de Ser, Fernando Pessoa

1h 44m
Dec 08, 2023
Ana Rita Bessa

Ana Rita Bessa nasceu a 27 de agosto de 1973. É economista de formação, mãe de 3 filhos e católica. O seu percurso profissional inclui mais de 25 anos em empresas mas terá sido a passagem pelo parlamento, no grupo parlamentar do CDS a convite de Paulo Portas, que lhe deu maior visibilidade pública. É atualmente CEO do grupo Leya, empresa onde trabalhou antes de experimentar a política, na área da educação. Disse, em entrevistas anteriores, que mais do que uma paixão a educação é uma inquietação, e disse também que quem esteve na política fica sempre com uma certa adrenalina, um interesse permanente. Gosta de ler ficção literária e ensaio na linha da história, e disse numa outra entrevista, que o esculpir da palavra que encontra na literatura é uma coisa que às vezes até a comove. POEMAS: - Chamo-Te porque tudo está ainda no princípio, Sophia de Mello Breyner Andresen - Amar , Carlos Drummond de Andrade - Foi Deus, Alberto Janes - Ela Canta, Pobre Ceifeira, Fernando Pessoa - Ainda não é o fim nem o princípio do mundo, Manuel António Pina - Guia de conceitos básicos, Nuno Júdice - Poema, Manoel de Barros - Procissão, António Lopes Ribeiro - Amigo, Alexandre O’Neill

1h 56m
Nov 25, 2023
João Concha

João Concha nasceu em Évora, em 1980, e vive em Lisboa desde os dezoito anos. Licenciou-se em Arquitectura, estudou artes visuais e ilustração. A prática do desenho e da pintura começou, na verdade, antes dos 10 anos, ainda na sua cidade natal, onde todas as semanas aprendia com a pintora e professora Teodolinda Pascoal. Para si, o desenho é, também, observação e respiração. Enquanto ilustrador colaborou regularmente com fanzines, periódicos e várias editoras. Tem exposto individual e colectivamente. Está particularmente interessado no gesto, na imperfeição e no erro. Foi editor da Revista INÚTIL, com Ana Lacerda e Maria Quintans, publicação de escrita e imagem que teve o seu último número publicado em 2012. Fundou depois a não (edições), projecto que em 2023 assinala os 10 anos de existência e do qual é editor. Dedica-se à publicação de poesia e procura pensar-fazer a multiplicidade ‘em aberto’ que esse campo literário significa, acolhendo o diálogo entre formas textuais e visuais, em edições demoradas… Experimentação, cumplicidade e incerteza fazem parte da não-agenda e dos processos de trabalho, que sempre começam e recomeçam na leitura. POEMAS: Fernando Pessoa, Conselho João Guimarães Rosa, A Menina de Lá Ana Hatherly, O Vermelho por Dentro Ruy Belo, Oh as casas as casas as casas Ana Cristina César, "Trilha sonora ao fundo..." António Gancho, Epicentro Waly Salomão, Fábrica do Poema Manoel de Barros, poema 11 de "Biografia do Orvalho" Adília Lopes, O Enterro Susana Araújo, Programa de Estabilidade e Crescimento

1h 58m
Nov 11, 2023
Miguel Guilherme "cada poema é um mundo em si"

Miguel Guilherme nasceu em Lisboa, em 1958. Conhecemo-lo do teatro, cinema e televisão há muitos anos. Actor e encenador começou, no entanto, por estudar antropologia, antes de experimentar a representação no Teatro na Comuna para nunca mais a deixar. Anos mais tarde, voltaria a tentar estudar História de Arte porque, acredita que “a história é a ciência humana mais viva que existe”. A sua relação com a poesia não é constante. Confessa, aliás, que tem muita coisa para descobrir, mas começou precocemente quando leu um livro de Bocage que havia lá em casa, pelos 12 anos. Muitos anos mais tarde viria a assumir esse personagem na série de televisão com o mesmo, Bocage, exibida em 2006. Poemas: Bocage “ Meu ser evaporei na lida insana…” “ Já Bocage não sou…” Fernando Pessoa “ Vive, dizes no presente… “ Álvaro de Campos “ Ao volante do Chevrolet pela estrada de Sintra …” Ricardo ReisOs Jogadores De Xadrez. David Mourão Ferreira Ternura Sofia de Mello BreynerO Jardim Manuel António PinaNeste preciso tempo, neste preciso lugar Insónia Adília  LopesA Salada Com Molho Cor-de-Rosa

1h 52m
Oct 28, 2023
Rita Taborda Duarte

Rita Taborda Duarte nasceu em Lisboa, em 1973. Estreou-se na poesia em 1998 com “Poética Breve”, publicado na Black Sun Editores, mas começou a escrever poemas muito cedo, a escrever e a decorar. Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, com um mestrado em Teoria da Literatura, é docente na Escola Superior de Comunicação Social.   Poeta, crítica e professora, já este ano publicou a poesia reunida na Imprensa Nacional com um volume chamado Não Desfazendo, mas tem também um longo percurso na literatura infanto-juvenil.

1h 57m
Oct 16, 2023
Alice Sant´Anna, Inês Campos, Leonardo Gandolfi, Mar Becker, Marília Garcia, Natália Agra, Michaela Schmaedel, Salma Soria e Tarso de Melo

Nesta emissão do podcast viajamos até a São Paulo, Brasil, para conhecer melhor 9 poetas brasileiros contemporâneos: Alice Sant´Anna, Inês Campos, Leonardo Gandolfi, Mar Becker, Marília Garcia, Natália Agra, Michaela Schmaedel, Salma Soria e Tarso de Melo. As breves entrevistas que se seguem foram realizadas no âmbito de uma leitura conjunta de poesia brasileira e portuguesa, num espaço chamado A Casinha dos Círculos de Leitura, em São Paulo. Foi lá que nos encontrámos e nos conhecemos pessoalmente e que, antes e depois do encontro com o público, gravámos estas pequenas conversas.

1h 15m
Sep 27, 2023
Miguel Martins

Miguel Martins nasceu em Lisboa, em 1969. O primeiro poema publicado apareceu em 1991, num jornal da Ilha Terceira que já não existe chamado “A União”. Para essa primeira publicação contribuiu o poeta Emanuel Félix, uma das escolhas que nos traz hoje. O primeiro livro de poesia, uma plaquete chamada “Seis Poemas para uma Morte”, chega 4 anos depois, em 1995, e, desde então, não parou de publicar e de traduzir, assim como de se envolver em muitos projectos relacionados com a poesia, mas também a música ou a escrita de letras de canções.

1h 28m
Sep 13, 2023
Juan Gabriel Vásquez

Juan Gabriel Vásquez nasceu em Bogotá, Colômbia, em 1973. Estudou Literatura na Sorbonne, em Paris e fez de Barcelona a sua casa por mais de uma década. Os seus livros estão publicados em 30 idiomas e mais de 40 países, com extraordinário êxito da crítica e do público. Venceu por duas vezes o Premio Nacional de Periodismo Simón Bolívar pelo seu trabalho jornalístico. No ano de 2012 foi-lhe atribuído em Paris o prémio Roger Caillois pelo conjunto da sua obra, prémio anteriormente consagrado a autores como Mario Vargas Llosa, Carlos Fuentes, Chico Buarque, Milton Hatoum e Roberto Bolaño. Vem ao podcast "O Poema Ensina a Cair" conversar sobre o seu primeiro livro de poesia, que foi editado em Espanha em 2022, chamado Cuaderno de Septiembre".

21m
Aug 28, 2023
João Taborda da Gama

João Taborda da Gama nasceu a 18 de fevereiro de 1977. Sócio fundador de uma sociedade de advogados, advogado especializado no direito das substâncias controladas, professor de direito fiscal na Universidade Católica Portuguesa, comentador político. Foi consultor do Presidente da República e Secretário de Estado da Administração Local. É filho único e pai de 6 filhos. Crente, não sabemos se praticante, converteu-se ao catolicismo já adulto, depois de ler uma bíblia em inglês que havia em casa dos pais. Fala da experiência religiosa como uma interpelação interna permanente, uma busca em que as respostas vêm de dentro, não de fora e, no limite, podem até não vir. Considera que a arte é o verdadeiro portal para o transcendental, porque abre portas para a beleza, e que essas portas são fundamentais para aliviar o nosso sofrimento e simultaneamente nos mostrar que as coisas podem ser melhores.

2h 0m
Jul 30, 2023
Luís Filipe Castro Mendes

Luís Filipe Castro Mendes nasceu em Idanha-a-Nova, em 1950. Devido à profissão do pai, que era juiz, passou a infância e a adolescência a saltar de lugar e por isso viveu em Idanha-a-Nova, Angra do Heroísmo, Lisboa, Ilha de S. Jorge, Redondo, Chaves e Leiria. Entre 1965 e 1967, portanto, entre os 15 e os 17 anos, foi colaborador do jornal Diário de Lisboa-Juvenil. Poderíamos pensar que estudaria jornalismo ou literatura, mas acabaria por se licenciar em Direito, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1974. A partir de 1975 deu início a uma carreira diplomática longa que, uma vez mais, o levaria a uma vida sem geografia fixa. Rio de Janeiro, Luanda, Paris, Budapeste ou Nova Deli, são alguns dos locais onde viveu e trabalhou. Em simultâneo com a carreira diplomática publicou poesia, muitos livros, alguns reconhecidos com prémios literários. Publicou também ficção e ensaio. Já este ano saiu pela editora labirinto “Um Estranho Animal de Duas Cabeças – o Escritor Diplomata”, um livro que reúne escritos sobre poesia e poetas, assim como a apresentação da sua poesia pelo próprio autor. Foi Ministro da Cultura de 2016 a 2018. É cronista do Diário de Notícias. Recentemente escreveu numa das crónicas “a poesia abre janelas para o que nos transcende, mas não nos desvia da atenção permanente ao mundo em que vivemos.”

1h 43m
Jul 16, 2023
ANA VIDIGAL

Ana Vidigal nasceu em Lisboa, em 1960. Formou-se em Pintura na Escola Superior de Belas Artes e foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. É conhecida a sua propensão para o arquivo de tudo o que possa ser útil para o trabalho, mas também, eventualmente, para a memória – a pessoal e familiar e a da história. Papéis, cartas, tecidos, fotografias, filmes, desenhos infantis, e mais e mais. Expôs dezenas de vezes individual e colectivamente, e usou tanto frases suas como de outras pessoas para dar título às mostras. Damos alguns exemplos: “conheço o amor de ouvir falar”, “tenha sempre um plano b”, “A Ana, o Nuno e o meu filho Egas”, esta última uma frase recorrente da mãe. Cresceu numa família conservadora e diz que aos 13 anos, quando se deu o 25 de Abril, percebeu que afinal poderia vir a ser aquilo que quisesse, porque a expectativa geral em relação ao papel das mulheres se alterou com a chegada da liberdade, e foi nessa altura que percebeu que não teria de contrariar os ventos para pôr em prática o seu sonho de ser pintora. Começou a pintar cedo, e tem isso em comum com uma das avós. A leitura de poesia chegou na adolescência por causa de uma professora e de uma explicadora de Português. Também gosta de ficção e talvez a sua escritora de eleição seja Clarice Lispector, autora que conheceu aos 22 anos numa viagem de autocarro de Vitória para o Rio de Janeiro, no Brasil. Explica que com Clarice Lispector e o livro “uma aprendizagem ou o livro dos prazeres” aprendeu a não perder o momento. 

2h 4m
Jul 02, 2023
Nuno Costa Santos

Nuno Costa Santos nasceu em 1974 e é escritor e argumentista. Cresceu nos Açores, de onde saiu aos 18 anos, para regressar aos 45 "como um marinheiro que volta a casa", podemos dizer agora que acabámos de ler o seu mais recente livro. Tem trabalhado em vários géneros: romance, poesia, biografia, crónica e peças de teatro. No audiovisual, fez parte da equipa de programas como “Zapping” ou “Os Contemporâneos”, participou, como argumentista, no filme "Discos Perdidos" e nos documentários biográficos "Ruy Belo, Era uma Vez", “Rui Knopfli: I am really the underground” e “J.H. Santos Barros – Fazer Versos Dói”. A personagem melancómico, que, nas suas palavras, criou para “encontrar um conforto na abstracção urbana”, teve diversas consagrações – do livro à rádio. Assina colaborações em diferentes jornais e revistas. É um dos fundadores da produtora Alga Viva, com sede nos Açores, dirige a revista literária Grotta e o Encontro Arquipélago de Escritores. Em 2023, lançou o livro “Como um Marinheiro eu Partirei, Uma Viagem com Jaques Brel”, que abre com o poema "You are welcome to Elsinore", de Mário Cesariny.

1h 53m
Jun 18, 2023
Rafael Gallo

Rafael Gallo nasceu em São Paulo, no Brasil, em 1981. Começou por desejar ser desenhador. Na adolescência decidiu por outro caminho e formou-se em música pela Universidade Estadual de São Paulo, fez um mestrado em meios e processos audiovisuais, e estudos na área de música para cinema. A dada altura, por volta dos 30 anos, abandonou a carreira musical para se dedicar à escrita. Esta opção acabaria por se revelar difícil de manter sem apoios e, por essa razão, para conseguir pagar as contas, viu-se obrigado a encontrar um emprego. Trabalhou no Tribunal de Justiça e descreve essa experiência como “um choque muito grande”, um estranhamento enorme”, “um trabalho burocrático sem graça”. Podemos talvez dizer que o livro "Dor Fantasma", que acabaria por vencer o prémio José Saramago em 2022, nasce desse estranhamento e do que ele fez ao nosso convidado. A personagem principal de Dor Fantasma, Rómulo Castelo, é um pianista que a dada altura da vida vê uma das mãos amputadas na sequência de um acidente. Rafael Gallo ter-se-á visto amputado da sua natureza artística quando ficou fechado numa repartição a fazer um trabalho burocrático, mas desse estado de espírito nasceu "Dor Fantasma", e depois o reconhecimento com o Prémio Saramago, e com esta distinção uma espécie de um novo ser humano, renascido. Autor de ficção e de conto, já arriscou também escrever poesia, mas não crê ser ainda um grande poeta.

1h 46m
Jun 04, 2023
O Poema Ensina a Cair - Manel Cruz

Manel Cruz nasceu em 1974, em São João da Madeira. Conhecemo-lo devido aos vários projetos musicais que abraçou e fundou, mas a veia artística do nosso convidado começou por manifestar-se através do desenho, e muito prematuramente. Explica que em casa sempre se valorizou e priorizou a importância da arte, e foi isso que lhe permitiu encarar o desenho como uma extensão da sua vida durante muito tempo, de tal modo que não se lembra de não desenhar. Foi assim até arriscar outra forma de expressão artística e nos oferecer a todos vários projetos musicais, onde se inclui esse marco da música portuguesa chamado Ornatos Violeta. Além da música interessam-lhe as várias formas de expressão artística, e mais recentemente, além da composição, das letras e da ilustração, tem arriscado escrever poesia.

1h 54m
May 21, 2023