

Iniciou-se no dia 1º de abril de 1964 a sessão do Congresso Nacional na qual o então presidente do Senado Auro de Moura Andrade declarou vaga a Presidência da República. João Goulart foi deposto, e a eleição prometida para o ano seguinte nunca aconteceu. O Brasil, então, viu nascer um de seus momentos mais sombrios assim que o general Humberto Castelo Branco deu início ao período de 21 anos de governos militares. A retomada democrática instituída a partir de 1985 nunca afastou os fantasmas de um novo golpe – e as investigações da Polícia Federal indicam que, ao fim do mandato de Jair Bolsonaro (PL), o governo civil com a maior quantidade de militares da história recente, houve risco real de outra ruptura. Agora, sob ordens de Lula (PT), o governo federal vetou todos os eventos sobre a memória dos crimes cometidos pela ditadura militar. Ao colocar panos quente sobre o passado, ele tenta buscar uma harmonia entre os poderes de Estado e a cúpula das Forças Armadas. “Lula concedeu até o mínimo do mínimo, mas nós não sabemos as contrapartidas que ele está esperando”, alerta Conrado Hübner Mendes, professor de Direito da USP, em entrevista à Natuza Nery. Para ele, o país vive “mais uma oportunidade perdida se de proteger dessa ameaça permanente”. Neste episódio participa também Rafael Schincariol, coordenador de relações institucionais do Instituto Herzog. Ele explica a importância da votação iniciada no STF para definir os limites da atuação das Forças Armadas, regulamentados pelo Artigo 142 da Constituição Federal – o relator, o ministro Luiz Fux, já votou para extinguir a tese de que sejam o “poder moderador” da República.


A invasão ao Capitólio de 6 de janeiro de 2021 estremeceu a democracia americana. Em jogo, estava a certificação de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos – ele que havia vencido a eleição contra o então presidente Donald Trump, que alegou fraude nas urnas, sem apresentar provas. Em Brasília, o discurso trumpista encontrou eco em Jair Bolsonaro e acendeu um alerta na Casa Branca. Já sob a gestão Biden, altos oficiais do governo americano agiram no Brasil para mitigar as ações golpistas de Bolsonaro, acuar os comandantes militares que aderiram ao projeto antidemocrático e garantir eleições livres no país. Em entrevista a Natuza Nery, quem descreve o passo a passo dessa operação - que garantiu até que chips chegassem às urnas eletrônicas a tempo para as eleições - é Oliver Stuenkel, professor de relações internacionais da FGV-SP.


“Algum crime nisso?”, respondeu Jair Bolsonaro ao ser questionado por jornalistas sobre a revelação de que havia passado duas noites de fevereiro na embaixada da Hungria em Brasília. A estadia inusitada foi revelada pelo jornal americano The New York Times e levantou suspeitas, já que dias antes o ex-presidente havia sido alvo de uma operação da Polícia Federal em que teve o passaporte apreendido. A PF resolveu apurar se Bolsonaro desrespeitou medidas cautelares impostas pelo STF – investigado por uma tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente está proibido de deixar o Brasil. Para entender se o ex-presidente descumpriu ou não a ordem do Supremo e as possíveis implicações deste ato, Natuza Nery conversa com o advogado criminalista Augusto de Arruda Botelho e com a professora da Faculdade de Direito da USP Maristela Basso. Com visões diferentes sobre o tema, Augusto de Arruda Botelho e Maristela Basso discorrem sobre as implicações da estadia do ex-presidente na embaixada e analisam as consequências políticas de uma possível prisão preventiva.


A relação íntima entre milícias, policiais e políticos foi desnudada com a prisão dos três suspeitos da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Domingos Brazão (conselheiro do TCU-RJ) e Chiquinho Brazão (deputado federal) são apontados pela Polícia Federal como mentores do assassinato da vereadora. E Rivaldo Barbosa (ex-chefe da Polícia Civil do RJ), foi quem planejou o crime, segundo os investigadores. O trio evidencia a presença enraizada de agentes públicos no crime organizado, em um Estado “loteado”, como aponta César Tralli em conversa com Natuza Nery neste episódio. “Rivaldo Barbosa agora é um fio de novelo que vai se desdobrar em outros inquéritos”, diz Tralli, jornalista e apresentador da TV Globo e da GloboNews. Tralli revela que novas investigações devem ser abertas para apurar a promiscuidade entre criminosos e agentes públicos. Participa também Bruno Paes Manso, jornalista e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da USP. Autor do livro “República das Milícias”, Bruno indica como um depoimento de Orlando Curicica em 2018 – mesmo ano da morte de Marielle – evidenciou o poder de influência das milícias dentro da polícia do RJ. Bruno desenha também o histórico da relação entre milícia e política, e avalia como o esclarecimento do assassinato da vereadora pode ser uma oportunidade para reorganizar o Rio de Janeiro.


Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa foram presos no início da manhã do domingo (24) suspeitos do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Segundo a investigação da Polícia Federal, o crime foi encomendado por Domingos, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e pelo irmão Chiquinho, deputado federal (ex-União Brasil-RJ). Ainda segundo a PF, o delegado Rivaldo Barbosa foi o responsável por arquitetar o assassinato. À época, Rivaldo era chefe da Polícia Civil do RJ, nomeado um dia antes do crime. Para entender as suspeitas que recaem sobre cada um deles, Natuza Nery conversa com Bruno Tavares, jornalista da TV Globo que primeiro informou sobre a prisão dos três. Bruno detalha como foi a operação para prender o trio e quais as motivações para o assassinato, segundo a investigação da Polícia Federal.


Condenado a 9 anos de prisão pela Justiça da Itália, Robinho foi preso nesta quinta-feira (21) em Santos para cumprir a pena por estupro coletivo contra uma albanesa. A prisão aconteceu após o STF negar um pedido de habeas corpus feito pela defesa do ex-jogador, um dia depois de o STJ decidir que Robinho deve cumprir a sentença no Brasil, já que o país não extradita brasileiros. Neste episódio, Natuza Nery conversa com o jornalista André Rizek para entender como o caso de Robinho mudou a forma de lidar com violência de gênero no futebol. Apresentador do sportv, Rizek relata como era a vida do jogador à espera da decisão do STJ e a maneira com que clubes lidam com ídolos envolvidos em caso de estupro e abuso sexual. E conclui como a declaração da presidente do Palmeiras, Leila Pereira – hoje à frente da delegação brasileira da CBF – vai na contramão do “silêncio ensurdecedor” recorrente de dirigentes e jogadores sobre episódios de violência de gênero.


Desde o dia 14 de março de 2018, ecoa a pergunta “quem mandou matar Marielle?”. Preso um ano depois do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o ex-PM Ronnie Lessa é considerado peça-chave para a resposta. Seis anos após o crime, Ronnie Lessa teve o acordo de delação premiada homologado no Supremo Tribunal Federal – o caso corre no STF sob segredo de Justiça por suspeita de envolvimento de pessoas com foro privilegiado. Para entender o que levou à delação de Ronnie, o status da investigação e as perguntas ainda em aberto, Natuza Nery recebe neste episódio Cesar Tralli. O jornalista detalha os passos que levaram à delação de Ronnie Lessa e por que investigadores acreditam estar perto da elucidação de ordenou o assassinato da vereadora. Tralli revela ainda que o mês de abril é considerado crucial para a conclusão do caso.


A fraude em carteiras de vacinação rendeu a Jair Bolsonaro seu primeiro indiciamento – feito nesta terça-feira (19) pela Polícia Federal. É nesta investigação que Mauro Cid foi preso e teve o celular apreendido. O aparelho se mostrou uma espécie de “caixa-preta” e levou às investigações sobre a tentativa de um golpe de Estado, e a da venda de joias recebidas por Bolsonaro de autoridades estrangeiras. Para entender como a investigação sobre a fraude na carteira de vacinação, Natuza Nery conversa com o ministro da CGU, Vinicius Marques de Carvalho. Ele detalha como e quando começou a investigação que agora funciona como espinha-dorsal de todas as outras. Participa também a jornalista Bela Megale, colunista do jornal O Globo e comentarista da rádio CBN. Bela relata o que muda a partir do indiciamento, os próximos passos deste caso e de outros em que Bolsonaro pode ser condenado.


Para surpresa de ninguém, Vladimir Putin foi reeleito presidente da Rússia e se manterá à frente do Kremlin até 2030. No poder desde 1999 (alternando entre os cargos de primeiro-ministro e presidente), Putin conquistou 87% dos votos apurados na eleição realizada neste último domingo (17) - da qual nenhum de seus rivais políticos pode participar. A vitória dele rapidamente recebeu os cumprimentos de outros chefes de Estados, como o chinês Xi Jinping, o venezuelano Nicolás Maduro e o indiano Narendra Modi – os dois últimos, inclusive, disputarão reeleições este ano e são considerados favoritíssimos. Em comum, Putin e seus aliados tentam, com a chancela das urnas, dar verniz democrático a suas autocracias. É o que explica neste episódio Marina Slhessarenko Barreto, pesquisadora do Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo e do núcleo Direito e Democracia do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), em entrevista a Natuza Nery.


A jornada escolar ideal começa aos 4 anos e termina aos 17, com a conclusão do Ensino Médio. Mas uma pesquisa inédita mostra que, na realidade brasileira, apenas metade dos estudantes conclui o Ensino Fundamental no tempo certo. No Ensino Médio, esse número cai ainda mais: só 41% dos alunos terminam com a idade prevista. Divulgada em primeira mão neste episódio, pesquisa da fundação Itaú Social revela os fatores que dificultam a permanência de crianças e adolescentes na escola. Para entender as causas e consequências deste resultado, Natuza Nery conversa com Patricia Mota Guedes, superintendente do Itaú Social. Patricia detalha como as taxas de evasão aumentam a partir do 6° ano do Ensino Fundamental, período considerado “esquecido” pelas políticas públicas. Ela aponta também as medidas mais urgentes para reter crianças e adolescentes no ensino, como medidas voltadas para etapas de transição do aluno, revertendo um movimento que acentua as desigualdades.


O sigilo de depoimentos dos ex-comandantes das Forças Armadas foi retirado nesta sexta-feira (15). Com isso, surgiram novas peças do quebra-cabeças que coloca Jair Bolsonaro à frente da trama de um golpe de Estado. Neste episódio extra de O Assunto, Natuza Nery conversa com Bernardo Mello Franco para entender como os depoimentos do general Marco Antonio Freire Gomes (Exército) e do comandante Baptista Jr. (Aeronáutica) apontam para o ex-presidente como figura central na tentativa de impedir que Lula assumisse a presidência. Colunista do jornal O Globo e comentarista da rádio CBN, Bernardo avalia que a estratégia de defesa de Bolsonaro caiu por terra. Juntos, Natuza e Bernardo traçam quais devem ser os próximos passos do inquérito contra o ex-presidente, e como militares e ex-ministros de Bolsonaro se complicam cada vez mais nas investigações sobre a tentativa de rompimento com a democracia.


Pesquisas divulgadas nas últimas semanas revelaram uma queda na popularidade e na avaliação positiva do presidente, principalmente entre seu eleitorado mais fiel. Para entender os motivos que levam à queda e como o Planalto reagiu, Natuza Nery conversa com o cientista político Antonio Lavareda e com Ana Flor, colunista do g1 e comentarista da GloboNews. Neste Assunto a 3, o cientista político aponta como é preciso olhar o histórico das sondagens desde o início do governo Lula 3. Ele aponta ainda fatores conjunturais, como a alta no preço dos alimentos. Ana Flor revela as reações dentro do Planalto e analisa como a falta de agilidade na comunicação em redes sociais atrapalha a administração federal.


No fim da semana passada, o Conselho da Petrobras decidiu não pagar aos acionistas os chamados dividendos extraordinários - fatia extra do lucro da empresa. Junto com a desvalorização das ações, surgiram críticas sobre o intervencionismo político na Petrobras – uma história já vivida no passado recente. Para discutir os limites da atuação do governo nas empresas em que é acionista, Natuza Nery conversa com Miriam Leitão, jornalista da TV Globo, da GloboNews, do jornal O Globo, e da rádio CBN. Juntas, elas analisam como os últimos movimentos do governo Lula em relação às estatais revelam sobre disputas internas e a condução da pauta econômica. Miriam explica por que movimentos intervencionistas deram errado no passado – e darão no futuro – e como essa crise afeta as metas do ministro Fernando Haddad à frente da Fazenda.


Gangues armadas, instabilidade política, metade de população assolada pela fome, terremotos... O Haiti tem em sua história recente uma série de tragédias que levaram o país de 11,5 milhões de habitantes ao caos social. Na mais recente crise, gangues armadas ameaçaram uma guerra civil caso o primeiro-ministro Ariel Henry continuasse no poder. Depois de semanas de escalada de violência, Henry renunciou ao cargo e, agora, em uma história que se repete, o Haiti se vê à espera de ajuda internacional. Para entender como a primeira nação a conquistar a independência por meio de uma revolta virou um país onde as crises se acumulam, Natuza Nery conversa com João Finazzi, pesquisador da história haitiana e doutor em relações internacionais. Ele explica o legado da Minustah, missão de paz que teve a participação brasileira, e os riscos de grupos paramilitares tomarem o poder. Participa também o brasileiro Neno Garbers; vivendo no país há 12 anos, ele relata, direto da capital Porto Príncipe, a rotina de áreas dominadas por gangues.


Mesmo sem ter conquistado a maioria dos votos entre os eleitores portugueses, o Chega é considerado o grande vencedor das eleições do último domingo. Com 18% dos votos, o partido pulou de 12 para 48 cadeiras no Parlamento. O êxito foi conquistado com um discurso de extrema direita que ecoa entre outras nações europeias, como Itália, Holanda e Hungria. Para entender como esta onda chegou a Portugal, Natuza Nery conversa com David Magalhães, professor de Relações Internacionais da PUC e coordenador do observatório da extrema direita. David explica o que acontece após uma eleição em que nenhum dos dois tradicionais partidos que dominam a política há cinco décadas conseguiram maioria dos votos. Natuza ouve também a brasileira Thais Brito. Mestranda em Políticas Públicas no Instituto Universitário de Lisboa, ela vive no país há 5 anos e relata episódios em que foi vítima de discriminação por ser brasileira, inclusive dentro da universidade.


“Uma grande vitória”. É assim que a chef de cozinha Rita Lobo resume o decreto do governo que atualiza os itens da cesta básica da alimentação dos brasileiros. A novidade é o veto total aos produtos ultraprocessados. Agora, a lista passa a priorizar os alimentos in natura. Na conversa com Julia Duailibi, Rita Lobo, que é autora de 11 livros sobre comida e criadora Panelinha e do programa Cozinha Prática, no GNT, explica como a nova cesta básica se inspira no “Guia alimentar para a população brasileira” e avalia os potenciais impactos na saúde geral da população - e também dá dicas de como se alimentar de forma saudável. Participa também deste episódio a pesquisadora Ana Paula Bortoletto, professora da Faculdade de Saúde Pública da USP e integrante do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde. Ela relata como foi a longa negociação para que a Anvisa aprovasse a nova regra de rotulagem dos alimentos, que levou à obrigatoriedade dos alertas para alto teor de açúcar, sódio e gordura saturada nas embalagens.


Do contingente de 98 milhões de pessoas economicamente ativas no Brasil, 52% são mulheres. Mas, quando se observa a taxa de ocupação, a discrepância entre gêneros se escancara: estão trabalhando 66% dos homens e apenas 46% das mulheres. E grande parte desse percentual está alocada no mercado informal de trabalho – um total de 16 milhões de trabalhadoras sem carteira assinada e direitos laborais assegurados. Convidada de Julia Duailibi neste episódio, a economista Janaína Feijó, pesquisadora da FGV-IBRE, analisa alguns dos fatores para este fenômeno, como o impacto da maternidade (e o déficit de vagas em creches públicas) e da formação educacional na carreira das mulheres. Ela também avalia o potencial do programa apresentado pelo governo federal para absorver a força de trabalho feminina no mercado formal.


O tema aparece no topo da lista de preocupações dos norte-americanos: para 28% dos eleitores, questões relacionadas à fronteira são o principal problema do país. Durante a gestão do democrata Joe Biden, o número de imigrantes bateu recorde – em um período de 12 meses, mais de 2,5 milhões de pessoas foram presas ao tentar fazer a travessia ilegal. E este foi justamente um dos temas citados por Trump ao comemorar sua vitória entre os pré-candidatos republicanos na superterça. Para entender como esta virou uma questão central na disputa pela Casa Branca, Julia Duailibi conversa com Felipe Santana, correspondente da Globo que flagrou a tentativa de imigrantes entrarem nos EUA ao cruzar um rio na fronteira com o México, e com Carlos Gustavo Poggio, professor de Ciência Política do Berea College, no Kentucky.


Adotadas nas universidades públicas para evitar fraudes no sistema de cotas raciais, as chamadas bancas de heteroidentificação julgam se a cor de um candidato corresponde à autodeclaração. Mas, em um país onde quase metade da população se identifica como parda, esses grupos de classificação têm levantado questionamentos. Nos casos mais recentes, alunos autodeclarados pardos recém-admitidos na USP tiveram suas matrículas canceladas depois da avaliação da banca julgadora – parte deles recorreu à Justiça para ter o direito de cursar a universidade. Para entender como as bancas nasceram e quais os desafios para aprimorá-las, Julia Duailibi conversa com o antropólogo Jocélio Teles dos Santos, um dos responsáveis pela criação do programa de cotas da Universidade Federal da Bahia, e com Paulo César Ramos, sociólogo e pesquisador do núcleo Afro do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).


A primeira campanha nacional de imunização contra a dengue começou em fevereiro. A expectativa era imunizar crianças entre 10 e 11 anos até o fim de março - mas o que se vê até aqui é uma baixa adesão: menos de 15% do público-alvo está vacinado. As doses usadas no SUS são da QDenga, produzidas pelo laboratório japonês Takeda - é com esta fabricante que a Fiocruz negocia para iniciar a produção nacional, único meio de o país ter uma campanha de imunização em massa. Para falar da campanha de vacinação em curso e explicar a estratégia do Ministério da Saúde, Julia Duailibi conversa com Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, e com Gonzalo Vecina, um dos fundadores da Anvisa e professor da Faculdade de Saúde Pública da USP. Ethel diz que a estratégia do ministério com a atual campanha é de “médio prazo” e detalha a previsão de chegada de novas doses da QDenga. Gonzalo explica os processos envolvidos na transferência de tecnologia para a produção de doses no Brasil e as lacunas que fizeram o imunizante desenvolvido pelo Butantan atrasar.


Em 1997, terceiro ano do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso como presidente da República, a proposta para que ocupantes de cargos executivos tentassem um novo termo foi aprovada. No ano seguinte, FHC se reelegeu, assim como seus sucessores Lula e Dilma Rousseff – em 2022 pela primeira vez um presidente não conseguiu um segundo mandato. Entre prefeitos e governadores a taxa de sucesso também é alta. Para o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), chegou a hora de avaliar se os efeitos da reeleição foram positivos ou negativos para o país. No Senado, Pacheco pretende levar a plenário a proposta de acabar com o mecanismo e, consequentemente, mudar a extensão dos mandatos de 4 para 5 anos – no caso dos senadores, de 8 para 10 anos. Para avaliar o timing político da pauta e analisar os prós e contras da reeleição nestas últimas três décadas, Julia Duailibi conversa com o cientista político Fernando Abrucio, professor da FGV-SP.


Fernando Haddad colocou à mesa no G20 a proposta brasileira para combater a fome, a desigualdade e a pobreza: uma tributação mínima global sobre grandes fortunas. Uma ideia que não é nova, e na qual o Brasil aposta para ter o apoio das 20 maiores economias do planeta. O tema, no entanto, desperta dúvidas. Para entender quais os desafios para discutir um imposto global e o que experiências de outros países podem ensinar ao Brasil, Julia Duailibi conversa com Lorreine Messias, pesquisadora do Insper, e com André Roncaglia, professor de economia da Unifesp.


Em 2023 o Brasil registrou mais de 9 mil transplantes de órgãos, o maior número da última década. É o maior sistema público de transplantes do mundo, mas a fila de pessoas que seguem esperando por um órgão tem mais de 42 mil registros.


A Justiça Eleitoral começou a discutir nesta terça-feira (27) novas regras para serem aplicadas já nas eleições municipais deste ano - entre as medidas aprovadas estão o banimento de deep fakes e a cassação de candidatos por uso irregular de inteligência artificial. Para entender como este tipo de ferramenta é usado por campanhas políticas e qual o impacto do material entre eleitores, Natuza Nery conversa com Bruno Hoffmann, estrategista político, e com Nara Pavão, cientista política e professora da Universidade Federal de Pernambuco. Bruno, que é presidente do Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político, participou das audiências públicas no Tribunal Superior Eleitoral para discutir as normas e dá exemplos de como deep fakes podem ser usadas para prejudicar candidatos. Nara revela o que pesquisas indicam sobre o real impacto de conteúdo falso entre eleitores.


Quando as investigações da Polícia Federal fecharam o cerco sobre a participação do ex-presidente em uma suposta trama golpista, nomes proeminentes do bolsonarismo se engajaram para organizar uma manifestação em sua defesa. Neste domingo (25), o ato ocupou sete quadras da Avenida Paulista e reuniu pelo menos 185 mil pessoas, de acordo com um levantamento da USP – entre elas, os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais), Ronaldo Caiado (Goiás) e Jorginho Mello (Santa Catarina). “Ele conseguiu a foto”, resume Gerson Camarotti, comentarista da TV Globo e da GloboNews e colunista do g1, em conversa com Natuza Nery. Mesmo assim, a situação de Bolsonaro perante a Justiça se complicou. “Ele admite crimes”, completa Camarotti. Sobre o palanque, o ex-presidente ajustou sua versão sobre minutas golpistas encontradas com seu ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e citadas por seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid.


Há exatos quatro anos – em 26 de fevereiro de 2020 -, o primeiro caso de Covid era confirmado no Brasil. De lá para cá, foram mais de 38 milhões de casos e quase 710 mil mortos. No auge da pandemia, mais de 4 mil vidas eram perdidas por dia. Agora, as vítimas chegam a 200 por semana, número “inaceitável” para uma doença com vacina, define a infectologista Rosana Richtmann. E as confirmações da doença estão em alta - resultado de dias de aglomeração, por causa do carnaval. Tudo isso enquanto o país vive o aumento exponencial de outra doença: a dengue. Para entender as diferenças de sintomas entre Covid e dengue, os riscos de uma nova variante de Covid e a importância da vacinação hoje em dia, Natuza Nery conversa com Rosana Richtmann, do Instituto Emilio Ribas e diretora do comitê de imunização da Sociedade Brasileira de Infectologia.


Preso preventivamente desde janeiro de 2023, o ex-jogador brasileiro ouviu nesta quinta-feira (22) a sentença por abuso sexual. A vítima alega que Daniel Alves a penetrou sem consentimento no banheiro de uma boate de Barcelona em dezembro de 2022. Daniel mudou de versão cinco vezes e pagou o equivalente a R$ 800 mil à vítima - o que atenuou sua sentença. O ex-jogador terá que ficar na cadeia por 4 anos e 6 meses, e anunciou que vai recorrer da decisão da justiça espanhola. Para entender por que a sentença foi menor do que a pedida pela promotoria e pela defesa da vítima, Natuza Nery conversa com o correspondente da TV Globo Guilherme Pereira. Ele, que acompanhou os depoimentos, o julgamento e o anúncio da sentença direto de Barcelona, explica o que o resultado do julgamento representa para a Espanha e para a proteção de vítimas de violência sexual.


O motoboy Everton Goandete da Silva foi ferido de raspão por um homem no último sábado em Porto Alegre (RS). No meio da confusão, a polícia foi chamada e, ao chegar, deteve Everton, um homem negro de 40 anos – a alegação é que ele estava agressivo e desacatou os policiais. O agressor, um homem branco de 72 anos, também foi levado à delegacia e, depois, foi liberado. Para Everton, o fato de ter sido detido tem outro motivo: racismo. Para entender as condições que permitem que casos como este ocorram, Natuza Nery conversa com Luiz Augusto Campos, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ.


Nascido em 2006, o sistema de presídios federais nasceu com a meta de isolar líderes de facções criminosas e presos de alta periculosidade. Nas cinco unidades federais de segurança máxima estão criminosos como Fernandinho Beira-Mar, Marcola, Marcinho VP e Nem da Rocinha. Em quase duas décadas, nenhuma fuga havia sido registrada. A história mudou no último dia 14, quando dois detentos do Regime Disciplinar Diferenciado conseguiram escapar da unidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Enquanto centenas de policiais e a Força Nacional estão mobilizados nas buscas, as brechas que permitiram a fuga começam a ser expostas: protocolos abandonados, falhas no projeto da prisão, estrutura desgastada e câmeras de monitoramento precárias. Para entender como é a rotina do Presídio de Mossoró e os fatores que permitiram este fato inédito, Julia Duailibi conversa com o jornalista Mahomed Saigg, que entrou no presídio de segurança máxima após a fuga, e também com Francisco Augusto Cruz de Araújo, professor e pesquisador que por dois anos deu aulas em Mossoró.


Em viagem à Etiópia, o presidente Lula comparou os ataques de Israel em Gaza ao holocausto promovido pelos nazistas contra os judeus – período em que mais de 6 milhões de pessoas foram exterminadas. A reação foi rápida e duríssima: Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, classificou as palavras de Lula como vergonhosas e graves; em seguida, o premiê deu uma reprimenda pública no embaixador brasileiro em Tel-Aviv e declarou Lula como “persona non grata” em Israel. O Itamaraty, por sua vez, convocou o embaixador israelense para dar explicações e trouxe de volta a Brasília seu representante no país. Para explicar por que a comparação feita por Lula é tão grave para os judeus e analisar as repercussões diplomáticas do entrevero entre Brasil e Israel, Natuza Nery conversa com Daniel Sousa, comentarista da GloboNews, criador do podcast Petit Journal e professor de economia do Ibmec, e com Guilherme Casarões, cientista político e professor de relações internacionais da FGV-SP.