A expiação dos pecados os transforma em ocasião de virtude
SEP 10, 2020
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O arrependimento basta para alcançarmos o perdão dos nossos pecados. Mas eles também acarretaram perdas de graças preciosas. É por isso que precisamos pedir a graça de reparar as nossas faltas e nos esforçar por expiá-las. O que torna a expiação mais necessária ainda é que, sem ela, não somente deveremos lamentar a perda das graças passadas, como também a privação de preciosas graças futuras que Deus nos tinha destinado se tivéssemos sido fiéis.

O Deus de toda a santidade se encanta com a pureza da alma humana. Por isso, Ele derrama suas graças na alma em proporção de sua pureza. Ora, as faltas não reparadas deixam vestígios na alma, tornam a alma menos bela e menos agradável aos olhos de Deus.

Todas as faltas cometidas ocasionam uma diminuição da luz e um enfraquecimento na vontade. Tendo se afastado do bem e se aproximado do mal, a alma vê diminuir a atração que sentia ao bem e vê aumentar a inclinação para o mal. Pela simples reprovação das faltas cometidas, a inteligência recupera parte de suas luzes e a vontade parte de sua atração para a virtude. Mas essas duas potências não podem reaver tudo o que perderam, a não ser por atos generosos que contrabalancem os efeitos do pecado e restituam à alma o vigor anterior.

A expiação torna Deus mais favorável, atrai graças muito mais poderosas, afasta os obstáculos que o pecado deixara na alma e que impediriam a prática das virtudes perfeitas. Assim, não somente a expiação repara as faltas anteriores, mas permite também à alma se elevar mais alto na virtude do que se não tivesse pecado, e assim se verifica a palavra audaciosa de Santo Agostinho, completando outra de São Paulo: "Tudo coopera ao bem daqueles que amam a Deus, até mesmo os seus pecados".

Por Auguste Sudreau.
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