O Partido, os Estudantes e a Praça #94
DEC 26, 2022
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No fim da década de 1980, os estudantes universitários de Pequim, na China, foram responsáveis por liderar o maior protesto da história da cidade.


 


Apenas no ano de 1988, mais de 210 protestos estudantis ocorreram por toda a China.


 


Eles reivindicavam maiores investimentos na educação, exigindo o fim da alta inflação e da corrupção, tanto na área pública quanto privada. 


 


Os estudantes de Pequim estavam inseridos em um ambiente acadêmico que propiciava o surgimento de manifestações: a maioria das 67 universidades de Pequim estavam próximas umas das outras. 


 


Essa proximidade facilitava a difusão de ideias, pautadas nos dormitórios estudantis e espalhadas até as ruas de Pequim.


 


 As principais mobilizações ocorriam em uma icônica praça no centro da cidade: a Praça Tiananmen, a Praça da Paz Celestial.


 


A maioria dos estudantes de Pequim dividiam-se entre a ala da esquerda, críticos ao regime de Mao e outros mais à direita, inspirados por pensadores liberais dos EUA.


 


Embora fossem separados por diferentes princípios, os estudantes eram unidos devido às suas ideias não-conformistas, pois ambos estavam insatisfeitos com o rumo do governo na última década, encabeçado por Deng Xiaoping.


 


Após sucessivos protestos iniciados por estudantes liberais em 1985, 1987 e 1988, em 1989 o movimento cresceu e foi apoderado por vários setores da sociedade chinesa.


 


Ao longo dos meses de abril e maio de 1989, mais de 1 milhão de pessoas protestaram na Praça Tiananmen : não apenas estudantes, mas operários, políticos, policiais e até membros do exército chinês.


 


Muitos integrantes do Partido Comunista Chinês, abriram o diálogo com os estudantes, apoiaram o  movimento e até o financiaram. 


 


Por exemplo, o Ministério da Cultura da China foi responsável por doar 360 yuans aos estudantes; um vice-comandante de divisão do Exército de Libertação Popular da China, doou mil; o  presidente do Partido da Democracia Progressiva da China, Lei Jieqiong, doou outros mil yuans. 


 


Organizações trabalhistas também entraram no movimento: os Trabalhadores da Companhia Têxtil Geral de Pequim doaram dez mil. 


 


Enquanto isso, a Federação Chinesa de Sindicatos e o Comitê de Angariação de Fundos da Loteria de Bem-Estar Social da China doaram 100.000 yuans cada.


 


Em 1989, foi registrado que quase 60% da população chinesa apoiava o direito dos estudantes de protestar, com apenas 10% se opondo e 30% sem opinião concreta sobre o movimento. 


 


Em determinado momento, os protestos não estavam mais em Pequim: tinham se espalhado por toda a China: em 19 de maio daquele ano, mais de 400 cidades chinesas estavam envolvidas com os protestos de uma forma ou outra. 


 


O Secretário Geral do Partido Comunista, Zhao Ziyang anunciou que os protestos eram legítimos e as demandas dos estudantes deveriam ser levadas em consideração.


 


Entretanto, a ala conservadora do Partido Comunista Chinês pensava diferente.


 


Liderados por Deng Xiaoping, que tinha iniciado suas reformas de liberação econômica, o movimento foi rotulado como burguês e contra revolucionário, encabeçado por alguns estudantes liberais.


 


De fato, o movimento foi iniciado pelos liberais, mas mais tarde, foi adotado e reconduzido por muitos estudantes de esquerda, que iniciaram uma greve de fome na praça.


 


Entretanto, aquelas semanas de demonstração popular terminaria de forma diferente do que muitos estudantes imaginavam.


 


 


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