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115 episodes

Comunistas e Militares no Araguaia #115

Em 1970, cerca de 89 guerrilheiros foram perseguidos na Amazônia pelo exército brasileiro em um processo que levou 4 anos e envolveu mais de 10 mil soldados. Mais da metade das vítimas da Ditadura no Brasil estiveram envolvidos nesse episódio: a Guerrilha do Araguaia. Entretanto, a maioria das vítimas foram camponeses e agricultores vitimados pelas torturas dos militares, sob a simples suspeita de ajudar os guerrilheiros. Suas propriedades foram confiscadas e destruídas, para tornarem-se bases de operações do exército. Nesse ano de 2024, completa-se 50 anos desde que a Guerrilha do Araguaia acabou, mas as suas cicatrizes são visíveis: hoje, muitos moradores das cidades de São Geraldo, São Domingos, Marabá no Pará e Xambioá no Tocantins têm receio em falar sobre a Guerrilha. Esse medo tem fundamento: em 2001, foi confirmado que o exército, junto com a ABIN, agência brasileira de inteligência, estava espionando a população clandestinamente, intimidando muitos a darem testemunhos falsos para pesquisadores quando lhes perguntavam sobre a guerrilha. Até hoje, diversos familiares não receberam nenhuma pista do governo do que aconteceu com seus filhos, filhas, maridos e esposas assassinados pelo exército, muito menos indenizações de suas propriedades destruídas. ________________________________________ Para escutar nossos episódios extras, apoie nossa campanha no Orelo: ⁠https://orelo.cc/podcast/65051c0ba40f4efe7a9b9cf8/dashboard⁠ Patreon: ⁠⁠⁠https://patreon.com/geopizza⁠⁠⁠ Apoiase:⁠⁠ ⁠https://apoia.se/geopizza⁠⁠⁠ ______________________________________________ Confira nossa loja👇⁠⁠⁠ ⁠⁠https://shopee.com.br/shop/482090101/⁠⁠⁠ ______________________________________________ Fontes e dicas culturais no nosso site⁠⁠ https://geopizza.com.br/comunistas-e-militares-no-araguaia-115/

3h 9m
Mar 15, 2024
A Guerra do Araguaia na Ditadura Militar #114

Durante a década de 1970, o sul do Pará e o norte de Goiás se transformaram em uma verdadeira zona de guerra. Aqui, o exército brasileiro organizou a sua maior movimentação de tropas desde a 2º Guerra Mundial. Mais de 10 mil homens do exército, incluindo da Marinha, Força Aérea e Polícias Militares foram enviados para combater 89 guerrilheiros da Guerrilha do Araguaia, criada pelo PCdoB. Por isso, o Araguaia foi chamado de "O Vietnã Brasileiro" por alguns. Inspirada nas revoluções de Cuba, China e Vietnã, integrantes do PCdoB chegaram a conclusão que a "revolução brasileira" deveria começar pelo campo, mais especificamente no Araguaia. Com sua mata fechada, rios abundantes e numerosas serras, a região do Araguaia serviria como abrigos geográficos dos tanques, helicópteros e aviões do exército. De lá, a ideia era que o movimento se espalhasse para outras regiões do país, convocando a população camponesa brasileira a integrar a guerrilha e derrubar a ditadura militar. Assim, nasceu a Guerrilha do Araguaia. Durante quase 8 anos, homens e mulheres das mais variadas idades e classes sociais, caçaram, treinaram e sobreviveram em meio à Amazônia, gestando no Araguaia um movimento auto suficiente que tinha como objetivo deflagrar uma guerra popular prolongada. Campeões de boxe, garimpeiros, professoras, enfermeiras e até dirigentes que trocavam cartas com Mao Tsé-Tung participavam da guerrilha. Mas antes que os comunistas estivessem prontos para exportar a revolução para os camponeses, os militares já tinham sido alertados da existência do grupo. Tal como aconteceu com Canudos, a guerrilha resistiu até o fim, repelindo diversas excursões e campanhas do exército ao longo de alguns anos. _________________________________________ Para escutar nossos episódios extras, apoie nossa campanha no Orelo: ⁠https://orelo.cc/podcast/65051c0ba40f4efe7a9b9cf8/dashboard⁠ Patreon: ⁠⁠⁠https://patreon.com/geopizza⁠⁠⁠ Apoiase:⁠⁠ ⁠https://apoia.se/geopizza⁠⁠⁠ ______________________________________________ Confira nossa loja, a Geostore 👇⁠⁠⁠ ⁠⁠https://shopee.com.br/shop/482090101/⁠⁠⁠ ______________________________________________ Fontes e dicas culturais no nosso site⁠⁠ ⁠https://geopizza.com.br/⁠⁠

2h 33m
Feb 29, 2024
A Rainha Pirata: Zheng Yi Sao #113

O pirata mais bem-sucedido da história não foi um homem: foi uma mulher chinesa. Ao contrário da maioria dos piratas que saqueavam navios durante 1 ou 2 anos e geralmente morriam em batalha, Zheng Yi Sao esteve na ativa por 9 anos. Dona de uma frota pessoal de mais de 1400 piratas e 24 navios, ela construiu uma fortuna baseado em saques, contrabandos e extorsão. A pirata ainda comandou uma Confederação de Piratas composta por 5 diferentes frotas que navegava pelo Mar do Sul da China. Com 400 navios e 70 mil homens ao seu dispor, Zheng Yi Sao planejou, coordenou e realizou saques à navios chineses, britânicos e portugueses nos primeiros anos do século 19. Através de uma rede de inteligência e monitoramento, Zheng Yi Sao conseguiu até mesmo monopolizar o comércio marítimo de sal na China. Considerada como uma ameaça nacional, a Marinha Chinesa teve que aliar-se a Marinha Britânica e Portuguesa para tentar captura-la. Em todo caso, os resultados não foram satisfatórios: aos montes, almirantes britânicos e portugueses tornaram-se reféns nos porões da pirata. Escondendo seus navios em baias e cavernas, os piratas tornavam inútil qualquer ajuda estrangeira que desconhecia da geografia local. Além da pirataria, Zheng Yi Sao ainda diversificou sua carreira e construiu diversas casas de jogos em Guangzhou e Macau. Parecia que ninguém conseguia impedi-la. Será? _________________________________________ Para escutar nossos episódios extras, apoie nossa campanha no Orelo: https://orelo.cc/podcast/65051c0ba40f4efe7a9b9cf8/dashboard Patreon: ⁠⁠https://patreon.com/geopizza⁠⁠ /⁠⁠https://patreon.com/geopizza⁠⁠ Apoiase:⁠⁠ https://apoia.se/geopizza⁠⁠ ______________________________________________ Confira nossa loja, a Geostore 👇⁠⁠⁠ ⁠https://shopee.com.br/shop/482090101/⁠⁠ /⁠https://shopee.com.br/shop/482090101/⁠⁠ ______________________________________________ Fontes e dicas culturais no nosso site⁠⁠ https://geopizza.com.br/⁠

3h 1m
Jan 25, 2024
Pequim: A Cidade Proibida #112

Pequim, China, 1420 A Cidade Proibida de Pequim foi construída através do trabalho de mais de 1 milhão de trabalhadores ao longo de 14 anos. Seguindo uma série de princípios estéticos, todo detalhe arquitetônico e artístico dos palácios reafirmavam que o imperador era o filho do céu na terra. Esse complexo, conhecida como Cidade Púrpura, foi mais tarde chamada pelos chineses de “Cidade Proíbida” por um motivo muito claro: construída no meio de Pequim com muros de quase 8 metros de altura, isolando-as do resto da população. Os seus 980 palácios eram todos restritos aos chineses comuns. Tudo que o imperador da China Zhu Di fez ao longo de seu reinado de 24 anos foi em uma escala monumental, que buscava transmitir grandeza e glória. A Cidade Proibida de Pequim era apenas um desses exemplos: junto dela, o imperador ordenou a construção de navios com 100 m de extensão, para compor a maior marinha do mundo. A Frota do Tesouro, comandada pelo eunuco Zheng He, viajou até lugares tão distantes como o atual Iêmen e o Quênia. Graças às riquezas desse comércio marítimo que foi possível construir a Cidade Proibida de Pequim. Parecia que a China tinha uma prosperidade sem limites diante de si. Mas só parecia mesmo. Pois a magnitude das obras do imperador era equivalente ao tamanho do seu ego e dos erros que ele cometeria. O período de maior expansão externa da China foi seguida pelo período de seu maior isolamento. Ironicamente, a China retirou-se dos mares justamente quando os europeus tentaram encontrar uma rota marítima para a Índia. ______________________________________________ Para escutar nossos episódios extras, apoie nossa campanha no Orelo: https://orelo.cc/podcast/65051c0ba40f4efe7a9b9cf8/dashboard Patreon: ⁠⁠https://patreon.com/geopizza⁠⁠ Apoiase:⁠⁠ https://apoia.se/geopizza⁠⁠ ______________________________________________ Confira nossa loja, a Geostore 👇⁠⁠⁠ ⁠https://shopee.com.br/shop/482090101/⁠⁠ ______________________________________________ Fontes e dicas culturais no nosso site⁠⁠ https://geopizza.com.br/⁠

3h 32m
Dec 23, 2023
A Frota do Tesouro da China #111

Nanjing, China, 1403. Com 317 navios e 28 mil homens, a Frota do Tesouro da China foi a maior Frota Marítima da história. O mundo só veria uma marinha maior 500 anos depois, durante a 1º Guerra Mundial. Comandada pelo eunuco Zheng He, milhares de navios chineses navegaram em conjunto até a Tailândia, Vietnã, Malásia, Indonésia, Sri Lanka, Índia, Somália e Quênia. Essas viagens, com finalidades diplomáticas e econômicas, estenderam o poder político e a influência da China em todo o Oceano Índico, impactando até mesmo a Austrália. Entre os anos de 1405 a 1433, graças aos seus investimento na tecnologia naval, a China tornou-se a maior potência ultramarina no mundo.

3h 1m
Nov 29, 2023
O Filho de Saddam: Uday Hussein #110

Bagdá, Iraque, 1993 O filho de Saddam Hussein tornou-se a pessoa mais odiada do Iraque, mais que seu próprio pai. Por que? Sádico, mimado, violento e explosivo, Uday Hussein tinha acesso a uma riqueza interminável, tornando-o possível de fazer qualquer coisa, em qualquer lugar. Uday Hussein já tinha executado pessoas em festas em Bagdá, abusado sexualmente de meninas menores de 18 anos, torturado atletas olímpicos por perderem partidas e muito mais. Qualquer brincadeira ou desrespeito com Uday poderia significar meses de tortura ou morte. Com dezenas de palácios, milhares de carros de luxo, roupas de marca, animais exóticos contrabandeados e armas folheadas a ouro, Uday Hussein exibia sua riqueza tal como sua violência. Sem amigos e constantemente movido à álcool e cocaína, Uday Hussein tinha até mesmo um dublê com sua aparência e altura, para confundir mercenários que tentassem assassina-lo. ______________________________________________ Para escutar nossos episódios extras, apoie nossa campanha no Apoiase:⁠⁠ https://apoia.se/geopizza⁠⁠ Patreon: ⁠⁠https://patreon.com/geopizza⁠⁠  Orelo: https://orelo.cc/podcast/65051c0ba40f4efe7a9b9cf8/dashboard ______________________________________________ Confira nossa loja, a Geostore 👇⁠⁠⁠ ⁠https://shopee.com.br/shop/482090101/⁠⁠ ______________________________________________ Fontes e dicas culturais no nosso site⁠⁠ https://geopizza.com.br/⁠

3h 26m
Oct 20, 2023
O Iraque da Família Hussein #109

Iraque, 2003. Governado por Saddam Hussein por 24 anos, o Iraque foi considerado parte de um “eixo do mal” de acordo com o ex-Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Chamado de o “louco do Oriente Médio” Saddam era acusado de financiar organizações terroristas, invadir países como o Irã e Kuwait, utilizar armas químicas em civis e de perpetuar sua família em posições de poder. Saddam tinha, de fato, feito tudo aquilo que lhes acusavam. De tudo isso, ele só não só não era um louco. Saddam não era impulsivo, agia com critério e podia ser extremamente paciente. Com um complexo messiânico de poder ilimitado, agressão desenfreada, uma perspectiva paranóica e aspirante à monarca, Hussein se considerava destinado a liderar todos os povos árabes a viver sob uma mesma nação, em uma ideologia conhecida como pan-arabismo. Considerando-se um descendente do rei babilônico Nabucodonosor, do profeta Maomé e do sultão Saladino, Saddam queria ser lembrado como um grande conquistador do mundo árabe. Constantemente rodeado de conselheiros, guarda-costas e dublês, todos tinham medo de contradizê-lo. Junto com seus dois filhos, Udey e Qusay, a família Hussein controlava quase todos os assuntos nacionais do Iraque: política, esporte e a cultura. Em 1991, Saddam Hussein teve em suas mãos o 6º exército mais poderoso do mundo, financiado pelo seu maior parceiro comercial, os Estados Unidos. ______________________________________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Apoiase:⁠ https://apoia.se/geopizza⁠ https://apoia.se/geopizza ou Patreon: ⁠https://patreon.com/geopizza⁠ https://patreon.com/geopizza (se você mora fora do Brasil) ______________________________________________ Confira nossa loja, a Geostore 👇⁠ https://shopee.com.br/shop/482090101/ https://shopee.com.br/shop/482090101/⁠ https://shopee.com.br/shop/482090101/ ______________________________________________ Fontes completas e dicas culturais no nosso site⁠ https://geopizza.com.br/⁠ https://geopizza.com.br/

2h 29m
Oct 03, 2023
Agudás: os Ex-Escravizados que Voltaram à África #108

No Brasil do século 19, os africanos que conseguiam comprar sua liberdade tinham a opção de "retornar" à África. Para as autoridades brasileiras, os ex-escravizados libertos, sejam africanos ou não, eram um empecilho à modernização do país que visava estimular a migração européia e branca. Assim, sucessivas leis discriminatórias foram postas em prática, que não reconheciam de nenhuma forma ex-escravizados libertos como cidadãos brasileiros, nem mesmo aqueles libertos que tinham nascido no Brasil. TUDO ISSO TINHA UMA PREMISSA CLARA: EXPULSAR OS LIBERTOS DO BRASIL. PARA ONDE ELES IRIAM? NOS OLHOS DAS AUTORIDADES, DE ONDE ELES TINHAM VINDO: DA ÁFRICA Um liberto que topava fazer essa viagem, levava um sonho de viver seus últimos dias na terra em que nascera, na terra em que seus ancestrais foram enterrados. Assim, de 1835 - 1866, uma média de 400 libertos por ano estavam indo para a África. Ao longo do tempo, a comunidade desses retornados expandiu ao ponto que chegou a 7 - 8 mil pessoas no final do século 19. Entretanto, ao chegar ao continente africano, muitos deles lidaram com desafios que jamais imaginariam. Seus principais povos de origem e aldeias, tinham sido exterminados ou tinham migrado. Eles foram forçados a morar em locais da costa da África que nunca tinham morado anteriormente. No Benin, esses retornados brasileiros foram apelidados de Agudás. No Togo, são chamados de amarôs. Em Gana, são chamados de Tabom. Nos povoados que formaram na costa da África, os libertos construíam suas casas semelhante aos sobrados do Brasil, comiam pratos como feijoada e até dançaram festas como bumba-meu-boi Até 1920 o português era a principal lingua falada entre eles e até a década de 1970, alguns descendentes lembravam de provérbios, canções e expressões em português. ______________________________________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Apoiase:⁠ https://apoia.se/geopizza⁠ https://apoia.se/geopizza ou Patreon: ⁠https://patreon.com/geopizza⁠ https://patreon.com/geopizza (se você mora fora do Brasil) Confira nossa loja, a Geostore 👇⁠ https://shopee.com.br/shop/482090101/ https://shopee.com.br/shop/482090101/⁠ https://shopee.com.br/shop/482090101/ ______________________________________________ Fontes completas e dicas culturais no nosso site⁠ https://geopizza.com.br/⁠ https://geopizza.com.br/

3h 48m
Sep 11, 2023
Imperialismo Britânico no Egito #107

Em 1882, o Egito tornou-se um protetorado britânico, embora já estivesse sofrendo uma profunda influência europeia há quase um século. Desde 1801, o governante egípcio Muhammad Ali havia aplicado moldes europeus nas instituições, escolas, exército e nas cidades egípcias. Graças a isso, os britânicos garantiram posições de poder no país, liderando cargos científicos e burocráticos. Acumulando riqueza, eles compravam grandes plantações e construíram suas mansões longo do Nilo. Tamanha foi sua influência, que um dos projetos comerciais mais ambiciosos do mundo - o Canal de Suez - foi proposto e executado no Egito em 1869 através de firmas europeias. Curiosamente, o Egito não tinha direito algum de usufruir dos lucros do canal: eles pertenciam apenas aos britânicos e franceses. Em uma tentativa de se adequar aos moldes europeus e transformar Cairo em uma "Paris no Nilo" o Egito afundou-se em dívidas que obrigaram-lhe a ceder sua autonomia a Grã-Bretanha. Com a oficialização da ocupação britânica em 1882, um regime praticamente colonial foi instaurado, segregando a capital em bairros para europeus e bairros para egípcios. Em uma passagem do livro "Os Condenados da Terra” o autor Frantz Fanon escreve sobre Cairo, que: “ O mundo colonial é um mundo cortado em dois. Embora opostos, a cidade colonial depende de seu oposto oriental. A cidade do colono é uma cidade fortemente construída de pedra e aço. É uma cidade bem iluminada; as ruas são de asfalto e as latas de lixo engolem os restos, invisíveis, desconhecidos e mal pensados. As ruas são limpas, planas e sem buracos. A cidade do colono é uma cidade bem alimentada; sua barriga está sempre cheia de coisas boas. A cidade do colono é uma cidade de brancos, de estrangeiros, de europeus. Já a vila dos colonizados, a vila nativa, a aldeia, a medina, é um lugar de má fama, povoado por homens de má reputação. Eles nascem lá, pouco importa onde e como se alimentam; eles morrem lá, não importa onde, nem como. É um mundo sem espaço; onde as cabanas são construídas umas em cima das outras. A cidade nativa é uma cidade faminta, faminta de pão, de carne, de sapatos, de carvão e de luz. A cidade nativa é uma aldeia agachada, uma cidade de joelhos, uma cidade chafurdando na lama. É uma cidade de estômagos vazios e de pés descalços. A vila nativa é uma cidade de negros e árabes.“ No início do século 20, diversas guerrilhas rurais e urbanas surgiram por todo o Egito, clamando por independência. ______________________________________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Apoiase:⁠ https://apoia.se/geopizza⁠ https://apoia.se/geopizza ou Patreon: ⁠https://patreon.com/geopizza⁠ https://patreon.com/geopizza (se você mora fora do Brasil) Confira nossa loja, a Geostore 👇⁠ https://shopee.com.br/shop/482090101/ https://shopee.com.br/shop/482090101/⁠ https://shopee.com.br/shop/482090101/ ______________________________________________ Fontes completas e dicas culturais no nosso site⁠ https://geopizza.com.br/⁠ https://geopizza.com.br/

5h 1m
Aug 21, 2023
Egitomania: Entre Faraós e Obeliscos #106

Em 1922, arqueólogos britânicos encontraram a primeira tumba intacta de um faraó no mundo: a tumba do Rei Tutancamon. Rapidamente o “Rei Tut” tornou-se um fenômeno midiático na Europa e nos Estados Unidos. Músicas, livros, filmes e objetos foram produzidos em sua homenagem. Os pertences de Tutancamon, como suas cadeiras, jóias e estátuas, revolucionaram a arquitetura e a moda europeia. Na sociedade vitoriana, os homens passaram a vesitr casacos com botões com a forma de cabeça de Tutancamon, enquanto as mulheres usavam broches no cabelo com forma de escaravelhos. Ambos, fumavam charutos vendidos em caixas na forma de sarcófagos. Fábricas britânicas adicionaram em suas fachadas colunas em estilo egípcio, tal como desginers reproduziram o formato da cadeira real de Tutancamon em novas cadeiras europeias. Com a confecção de manuais ilustrativos e álbuns, o Egito foi popularizado no imaginário europeu como uma nação romântica, faraônica e bíblica. Todos queriam consumir, vestir e se possível, visitar o Egito: era uma Egitomania. O fascínio com o Egito chegou a ponto do escocês James Edward Alexander iniciar uma campanha de arrecadamento público para transportar um obelisco de mais de 200 toneladas da cidade de Alexandria, no Egito, para Londres. Com sucesso, um um obelisco egípcio foi posto (e ainda está) em Londres, próximo ao Rio Tâmisa. O Egito tornou-se uma fonte de inspiração, mas também um aviso de passado, especialmente para os britânicos. Tal como o Egito Antigo, os ingleses queriam evitar que o Império Britânico se tornasse uma civilização de ruínas. Essa é uma história sobre a Egitomania, em que o Egito foi transformado em souvenir um paradoxo em sua esseência: os britânicos não suportavam a civilização árabe, o islã, ou a capital egípcia Cairo. Por isso, eles desfiguraram o Egito, transformando-o em um souvenir para ser consumido. ______________________________________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Apoiase: https://apoia.se/geopizza https://apoia.se/geopizza Picpay: ⁠https://picpay.me/geopizza https://picpay.me/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza Confira nossa loja do Geopizza, a Geostore 👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ______________________________________________ Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/ https://geopizza.com.br/

3h 20m
Jul 28, 2023
O Egito no Imaginário dos Europeus #105

Em 1798, o general francês Napoleão Bonaparte, com 29 anos, escreveu: “Minha glória já desapareceu. Esta pequena Europa não é o suficiente. Devo procurá-la no Oriente." Para Napoleão, o Egito era uma terra faraônica e bíblica, de imperadores como Alexandre o Grande e Cleópatra. Era o espaço de uma civilização "perdida" que havia construído os monumentos mais impressionantes da Antiguidade. Embora o Egito fosse tudo isso, a realidade mostraria para Napoleão que seus conhecimentos sobre o país estavam desatualizados e envoltos em romance. Em pouco tempo, a conquista militar do Egito por Napoleão se mostrou um fracasso completo. Durante a campanha, os franceses assassinaram milhares habitantes egípcios, assim como turcos e sírios. Os próprios soldados de Napoleão sucumbiram em números ainda maiores pela peste. A derrota militar de Napoleão no Oriente Médio foi explícita para todos, mas o mesmo não pôde ser dito sobre a sua "conquista científica". Além do seu exército, Napoleão trouxe 167 cientistas para estudar o Egito. A cada novo templo e tumba que era escavado pela expedição científica de Napoleão, o público europeu ficava cada vez mais eufórico pelas últimas revelações no país. Aos poucos, uma verdadeira euforia começou a apossar-se das mentes e dos corações dos europeus em relação ao Egito. Todos queriam saber quem foi Ramsés II, Nefertiti ou que segredos estavam escondidos no templo de Luxor. Enciclopédias, romances e guias ilustrados sobre o Egito começaram a ser comercializados nas principais metrópoles franceses, britânicas e austríacas. Aproveitando-se daquele fenômeno, Napoleão ordenou a confecção de diversos manuais descritivos do país, aumentando ainda mais o interesse popular pelo país. Graças a essa euforia, Napoleão não foi visto como um general inexperiente e fracassado, mas sim como um conquistador "científico" que trouxe "luz" ao decrépito país. Para os europeus, o Egito se tornou um fenômeno cultural. Entretanto, para os egípcios, a Europa tornou-se o sinônimo de colonização e brutalidade. Enquanto os europeus idealizavam o Egito em Londres ou Paris, na vida real, os soldados franceses em Cairo desprezavam o islã, entravam com suas botas sujas nas mesquitas e eram truculentos com os vendedores nos bazares. Era um paradoxo: enquanto os europeus desprezavam o Egito e a civilização árabe, eram fascinados por aquele Egito romantizado. ______________________________________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Apoiase: https://apoia.se/geopizza https://apoia.se/geopizza Picpay: ⁠https://picpay.me/geopizza https://picpay.me/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza Confira nossa loja do Geopizza, a Geostore 👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ______________________________________________ Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/ https://geopizza.com.br/

4h 22m
Jul 14, 2023
Cairo no Islã Medieval #104

Cairo, a capital do Egito, foi no século 14 uma das maiores cidades do mundo 🇪🇬 Seus bazares, mesquitas e escolas religiosas eram ocupados por mais de meio milhão de habitantes. Localizado em uma importantíssima rota comercial de especiarias entre a África e a Ásia, se firmava não só como uma potência comercial, mas também como uma potência universitária: as suas mais de 30 escolas religiosas fundadas no século 14, ensinavam ciências exatas, humanas e religiosas aos locais e à estrangeiros 🕌 Até mesmo reis de impérios distantes faziam longas peregrinações para ver com os seus olhos o suposto esplendor que aquela cidade tinha. Como por exemplo, o Rei do Império de Mali, Mansa Musa, visitou Cairo duas vezes e como forma de agradecimento pela recepção que teve, distribuiu moedas de ouro a todos os seus habitantes. Entretanto, tal como Roma, Cairo não foi construída em um único dia. Ela foi edificada através de séculos, pelas mãos de persas, judeus, romanos, cristãos, árabes, omíadas, fatímidas, abássidas e muitos homens e mulheres livres e escravizados.  Essa é uma história na qual o personagem principal, será a cidade de Cairo. Tal como um ser vivo, nesse episódio passaremos pelo seu desenvolvimento ao longo do tempo: contando a origem e desenvoltura da cidade, transitando pela ascensão e queda de muitos califados e impérios. Além disso, esboçamos a Época de Ouro Islâmica, tal como as Cruzadas do ponto de vista do líder egípcio, Saladino ⚔️ ____________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Apoia.se: https://apoia.se/geopizza https://apoia.se/geopizza Picpay: ⁠https://picpay.me/geopizza https://picpay.me/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza Confira nossa loja do Geopizza, a Geostore 👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________ Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/ https://geopizza.com.br/

3h 35m
Jun 22, 2023
Os Movimentos de Ódio nos EUA - Parte 2 #103

Nesse século 21 os Estados Unidos já iniciaram duas guerras fora do seu país: uma no Iraque e outra no Afeganistão. Os flagelos desses conflitos retornaram até os EUA, curiosamente, através dos próprios soldados que deveriam proteger o país.  Radicalizados, os veteranos de guerra acabaram tornando-se os principais responsáveis por fundar uma série de grupos supremacistas e neonazistas. Utilizando seu conhecimento bélico, eles foram responsáveis diversos atentados à bomba e tiroteios contra aqueles que consideravam "inimigos da América" Inspirando-se diretamente na antiga Klu Klux Klan, os grupos de ódio  nos EUA proliferaram nos últimos anos, adotando uma tática e ideologia militar em seu cerne. Como exemplo, o fundador do grupo neonazista "Atomwaffen", Brandon Russell, é veterano da guerra do Iraque, enquanto o fundador do grupo neonazista "A Base", Rinaldo Nazzaro, trabalhou no serviço de inteligência dos EUA no Iraque e no Afeganistão. Quando a Invasão do Capitólio em Washigton DC ocorreu nos Estados Unidos, em janeiro de 2021, dos 897 indiciados, 118 tinham antecedentes militares.  Outros grupos de ódio como os Proud boys, A Base, Three Percenters e integrantes do Movimento boogaloo, são apenas alguns dos vários exemplos de grupos extremistas ativos hoje no país hoje. ____________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Picpay: https://picpay.me/geopizza Apoia.se: https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza 👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________ Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/

4h 23m
Jun 02, 2023
Os Movimentos de Ódio nos EUA Parte 1 #102

Hoje, existem cerca de 1221 grupos paramilitares supremacistas nos Estados Unidos; movimentos de ódio fundados principalmente por veteranos de guerra. Devido a estresse pós-traumático e dificuldade para se reinserir na sociedade, diversos homens brancos ao retornar para casa mesclam suas visões militaristas e políticas. Isso os leva a fundarem grupos paramilitares de direita, um costume recorrente nos EUA há mais de séculos. Por exemplo, em 1865, após a Guerra Civil Americana, o general confederado Nathan Bedford Forrest, voltou para sua casa no Tennessee e fundou a Klu Klux Klan. Isso também aconteceu após a Segunda Guerra Mundial, quando o piloto George Rockwell voltou para os EUA e fundou o partido Nazista Americano. Da mesma forma, após retornar da Guerra do Vietnã na, década de 1970, Louis Beam reformulou a Klu Klux Klan, criando o conceito de células independentes e membros que atuassem como "Lobos Solitários". Antes do 11 de setembro de 2001 o maior atentado terrorista dos EUA foi feito dessa forma em 1995: um veterano da Guerra da Golfo, Timothy McVeigh, detonou sozinho uma bomba em Oklahoma City, matando 168 pessoas. No século 21, as guerras no Iraque e Afeganistão igualmente radicalizaram uma geração de veteranos, responsáveis por fundar uma série de grupos supremacistas e neonazistas. Como exemplo, o fundador do grupo neonazista "Atomwaffen", Brandon Russell, é veterano da guerra do Iraque, enquanto o fundador do grupo neonazista "A Base", Rinaldo Nazzaro, trabalhou no serviço de inteligência dos EUA no Iraque e no Afeganistão. Embora fundado por ex-militares, a maioria dos integrantes dos grupos são jovens solitários sem treinamento militar, que descobriram a existência das organizações em redes sociais, sites de notícias ou por influencers de extrema-direita. Entretanto, a prioridade dos grupos de ódio são sempre recrutar membros com instruções bélicas: O aplicativo do grupo neonazista "A Base" tinha um questionário para saber se o recruta tinha conhecimento com explosivos, engenharia reversa e combate militar. Através de assassinatos e atentados à bomba, os principais alvos das organizações são mesquitas, igrejas afro-americanas, assim como espaços de congregação de imigrantes e integrantes de esquerda, como boates, parques ou manifestações. ____________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Picpay: https://picpay.me/geopizza Apoia.se: https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza 👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________ Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/

3h 50m
May 26, 2023
Quando a Klan treinou os Nazistas #101

O número de milícias neonazistas nos EUA explodiu a partir de 1950. Todos utilizavam a Primeira Emenda do país - que garante o direito à liberdade de expressão - e a Segunda Emenda - que garante o direito à porte de armas - como respaldo para existirem. Mas por que esse crescimento abrupto ocorreu? Em parte, devido à Klu Klux Klan. Depois de introduzir uma série de valores racistas e antissemitas no país, a Klan entrou em declínio após a 2º Guerra Mundial, mas seus princípios influenciaram uma geração de novos líderes supremacistas. Um deles, foi um político americano chamado George Lincoln Rockwell, que em 1959 formou o Partido Nazista Americano. Agora, influenciados pelo Partido Nazista Americano e por outros grupos associados a Klu Klux Klan, as milícias supremacistas cristãs proliferaram, com o acesso à metralhadoras semiautomáticas, explosivos e minas terrestres. Através de atentados com carros-bomba e missões suicidas, os grupos tinham a intenção de assassinar "traidores da pátria" e fazer uma "limpa" na sociedade. Os grupos também tinham seus próprios jornais, canais de rádio e livros, que serviram de base ideológica para mobilizar outros possíveis membros. Uma das milícias mais influentes da época foi o "A Aliança, A Espada e o Braço do Senhor". Considerados "exóticos" pela mídia, seus membros eram entrevistados na televisão e apareciam em reportagens por todo país. Toda essa visibilidade acabou dando mais alcance ao grupo, levando a outros homens brancos racistas a aliarem-se à organização. As ideias de tais organizações foram impressas em diversos livros, que tornaram-se um "guia" para diversos outros líderes de guerrilhas de extrema-direita na década de 1960 e 1970. Um dos mais influentes foi o livro "Diários de Turner" dizia que afro-americanos, gays, judeus e comunistas estavam infiltrados no governo dos EUA preparavam-se para iniciar um "governo mundial" Por isso - de acordo com o livro - era de suma importância que homens brancos deviam unir-se em grupos armados, para impedir que os EUA fossem dominados por "raças-impuras". Entre as décadas de 1960-1990, o livro "os Diários de Turner" foram citados como inspiração em pelo menos 40 ataques terroristas, homicídios e crimes de ódio. Em 1997, o governo dos EUA identificou cerca de 380 diferentes milícias com acesso à armas de guerra e outros 478 grupos patriotas que eram uma possível ameaça nacional. ____________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Picpay: https://picpay.me/geopizza Apoia.se: https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza 👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________ Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/

5h 14m
May 15, 2023
Klan: O Renascimento de um Império #100

Em 1925, a Klu Klux Klan tinha mais de 6 milhões membros, infiltrados em todos os setores da sociedade dos Estados Unidos. No estado da Indiana mais de 30% da população era filiada à Klan; no Oregon, 40%. Contra a imigração, o álcool e a integração racial, todos que desvirtuassem dos seus princípios estavam condenados a linchamentos e execuções. No sul, a organização influenciou outros movimentos suprematistas, responsáveis por destruir as residências, lojas e bairros de afro-americanos. Apenas em 1919, mais de 60 desses ataques ocorreram, o que levou à milhões de afro-americanos deixarem o sul para morar no norte e oeste do país. Um imigrante chamado Henry Adams, que deixou a cidade de Shreveport, Louisiana, falou que: “Todos os estados do Sul caíram nas mãos dos mesmos homens que nos escravizaram. " Empregando profissionais de relações públicas, um jornal próprio e até uma banda musical, a Klan tornou-se multifacetada: Havia uma sessão da organização destinada à meninos adolescentes, a "Junior Ku Klux Klan", enquanto as meninas ingressavam na "Tri-K-Klub" e crianças e bebês, na “Ku Klux Kiddies” Havia também um clube específico para mulheres: a Women of the Ku Klux Klan foi criada em 1923, conquistando 250 mil membros em poucos meses. Esses clubes eram mobilizados para organizar desfiles, palestras, comícios e boicotes a empresas locais pertencentes a afro-americanos, católicos e judeus. Espalhando-se em uma velocidade recorde, a KKK chegou até o Canadá, onde fazia oposição a imigração afro-americana e a grupos católicos. A Klan estava até mesmo nas telas de cinema: um filme que vangloriava os Cavaleiros da Klan, chamado "O Nascimento de uma Nação" fez tanto sucesso no país que foi exibido dentro da Casa Branca e para o Presidente Woodrow Wilson, que disse: “É tudo terrivelmente verdadeiro.“ Tamanho foi a força da Klan que em 8 de agosto de 1925 mais de 50 mil membros marcharam na frente da Casa Branca, em Washington. Entretanto, a Klan encontrava resistência de diversos grupos, como a Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor, a NAACP, que denunciava os abusos do grupo, realizando lobby contra os governadores e prefeitos inseridos pela KKK. ____________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Picpay: https://picpay.me/geopizza Apoia.se: https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza 👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________ Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/

3h 30m
Apr 14, 2023
KKK: O Império Invisível #99

Durante o século 19 e 20, a KKK foi um verdadeiro império que conquistou o coração e mentes de milhões de estadunidenses, dominando cidades e estados inteiros. Esse império foi responsável por vigiar e punir milhares de habitantes, lançando raízes na política e na sociedade dos Estados Unidos cujos valores reverberam até hoje. Possuía milhões de integrantes, milhares de financiadores e centenas de homens capazes de protegê-lo com suas próprias vidas. Embora não tivesse capital, nem imperador, esse império era invisível: estava em todo lugar. Tendo como um dos seus principais valores a defesa da raça pura anglo-saxã, a defesa de valores protestantes cristãos e a oposição à relacionamentos interraciais, a imigração, a fornicação e o álcool a Klu Klux Klan atuou como uma verdadeira autoridade em espaços rurais e urbanos durante os Estados Unidos durante mais de um século. Em muitas localidades, seu poder superava o de xerifes, prefeitos e governadores. Estava nas mãos da Klan e dos seus “cavaleiros” o poder de tirar a vida de qualquer pessoa que quisesse. Seus atos desafiavam a lei e muitas vezes, eram amparados por ela. Qualquer um que se opôsse aos seus valores, ou simplesmente existisse dentro de territórios da Klan - como imigrantes a afro-americanos - estavam sujeitos aos terrorismo da mesma. Fundada em 1865, logo após o fim da guerra civil americana, a KKK teve, no seu auge, por volta dos anos 1920, mais de 6 milhões de associados oficiais, isso sem contar suas células paralelas e grupos aliados. Foi uma organização que tinha, entre seus associados, governadores, delegados, militares, legisladores e empresários que tornaram a KKK uma autoridade em centenas de cidades e dezenas de estados em todo os EUA. ____________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Picpay: https://picpay.me/geopizza Apoia.se: https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza 👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________ Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/

2h 56m
Mar 29, 2023
O Povo Versus a Coca-Cola #98

Os Estados Unidos é o país que concentra mais megacorporações no mundo: de 2000, cerca de 590 estão lá. Na posição número 100º, está a Coca-Cola: uma marca que é muitas vezes considerada como a segunda bandeira do país.   Fundada em 1892 como uma bebida tônica para dar mais energia, rapidamente ganhou os paladares de pessoas influentes em todo mundo: o autor estadunidense Ernest Hemingway era conhecido por bebe-la regularmente, tal como o inventor Thomas Edison, que possuía uma grande quantidade de refrigerantes no seu laboratório.    Entretanto, a bebida também ganhava críticos: o líder indiano Mahatma Gandhi incentivava seus seguidores a boicotar a bebida por causa de seu papel na exploração do trabalho infantil e das práticas comerciais desonestas.    Em 1904, o chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o Dr. Harvey Washington Wiley, falou sobre isso que:     Apenas 12 anos depois da Coca ser fundada, outro tônico surgiu, a Pepsi, inicialmente apenas para combater a indigestão.   Mais tarde, ela firmou-se como a principal concorrente da Coca, representando os valores de consumidores mais ousados e jovens, diferentes dos valores tradicionais da coca.    Ambas as marcas espalharam por todos os continentes do mundo e foram parar até mesmo nas mãos de soldados nos campos da 2º guerra mundial.   Quase 100 anos depois da fundação da Coca e da Pepsi, as duas empresas possuíam as mesmas fórmulas químicas que tinham desde o século 20.   Entretanto, no ano de 1985, tudo isso iria mudar, em uma ação que alguns historiadores consideram como o “erro de marketing do século”.   Durante 79 dias, a Coca-Cola foi alvo de intensos protestos, em um episódio que envolveu tráfico internacional de bebidas, psicologia de massas, Guerra Fria e até mesmo Fidel Castro e Michael Jackson.  ____________________   Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no:   Picpay: https://picpay.me/geopizza https://picpay.me/geopizza  Apoia.se: https://apoia.se/geopizza https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza  https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza  👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________   Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/

4h 46m
Mar 13, 2023
Guerra de Canudos #97

Em 1897, uma verdadeira guerra civil ocorreu no Brasil: mais de 11 mil soldados do Exército Brasileiro foram mandados para massacrar os 25 mil camponeses de Canudos.   Os militares receberam ordens claras de massacrar todos os habitantes do povoado e reduzir a cidade à cinzas.   Porém, Canudos não se rendeu.   Embora seja muitas vezes definido erroneamente como uma rebelião religiosa, Canudos foi muito mais do que isso: foi um conflito intimamente ligado à posse e a concentração de terras no sertão.    A cidade de Canudos, um local de abrigo para aqueles que estavam desamparados ou perseguidos por desavenças políticas, colocou em xeque o poder de muitos latifundiários e militares, que não podiam mais explorar os camponeses do sertão com tanta facilidade.   Assim, militares e policiais de todo o Brasil foram convocados para destruir a cidade de Antônio Conselheiro, sem nenhum embasamento legal para a expedição.   Entretanto, Canudos parecia inderrotável.   Utilizando táticas de guerrilha, os sertanejos derrotaram 4 expedições do exército brasileiro, levando a baixas vergonhosas para diversos majores, coronéis, generais e oficiais.   Após uma guerra exaustiva, os mais de 25 mil sertanejos foram massacrados sem nenhuma discriminação:mulheres, velhos e crianças foram executados pelos soldados.   O fecho do livro “Os Sertões” escrito por Euclides da Cunha, é cirúrgico sobre esse aspecto:   “Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a História, resistiu até o esgotamento completo."    Mas mesmo com o fim de Canudos, o movimento sertanejo continuou. As raízes lançadas por Antônio Conselheiro espalharam-se pelo sertão do nordeste. ____________________   Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no:   Picpay: https://picpay.me/geopizza https://picpay.me/geopizza  Apoia.se: https://apoia.se/geopizza https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza  https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza  👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________   Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/

4h 5m
Feb 24, 2023
Canudos: A Jornada de Antônio Conselheiro #96

O que você sabe sobre Canudos e Antônio Conselheiro?   Normalmente, Canudos é abordado como uma rebelião desenfreada, um movimento quase religioso, que beirava a seita, conduzido por uma figura que muitos consideravam como um “messias”  chamado de Antônio Conselheiro.   Entretanto, Canudos não foi nada disso.    Canudos foi uma sublevação de trabalhadores da terra: uma cidade fundada e administrada, principalmente por Antônio Vicente Mendes Maciel — que viria a ser chamado de Antônio Conselheiro.    Para muitos camponeses do sertão, Canudos  era o único lugar que acolhia os flagelados, que encontraram nele uma forma de se rebelar contra o domínio das elites latifundiárias locais.    Mas muito antes de Canudos, o Conselheiro já era conhecido por todo o Sertão.   Vestindo sua característica túnica de algodão, com barbas e cabelos compridos, ele peregrinou ao longo de 20 anos, percorrendo todos os estados do atual nordeste do Brasil.   Durante suas peregrinações, além de acolher os necessitados, o Conselheiro construiu diversas obras públicas: ergueu e reformou casas, igrejas e pontes.    Abolicionista, ia de fazenda em fazenda, amaldiçoando os latifundiários escravistas e acolhendo todos os ex-escravizados que podia.   Entretanto, as elites desprezavam Antônio Conselheiro, principalmente por desafiar os latifundiários e a igreja da época.   Em pouco tempo, as autoridades tentariam dar fim no seu desejo missionário de construir uma cidade igualitária na Bahia. ____________________   Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no:   Picpay: https://picpay.me/geopizza https://picpay.me/geopizza  Apoia.se: https://apoia.se/geopizza https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza  https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza  👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________   Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/

2h 37m
Feb 10, 2023
Todos os Tanques Levam à Tianamen #95

O que aconteceu na Praça Tiananmen, em Pequim, em 1989? Ao longo de 49 dias, aliados a uma greve de fome, milhares de estudantes chineses ocuparam uma das mais importantes praças no centro da cidade até que suas pautas fossem atendidas pelo governo.   Suas demandas envolviam maiores investimentos na educação, fim da inflação, da corrupção, do controle de mídia e por uma maior participação popular nas decisões tomadas pelo Partido Comunista.   Porém, o movimento com quase 2 meses de duração teve diversas modificações nas suas pauta:, muitas sequestradas por diferentes grupos.   Os protestos que inicialmente pautavam uma maior transparência e reformulação de políticas econômicas, acabou, em certo grau, adotando um tom golpista, que buscava acabar com o Partido Comunista, embora esse não fosse uma opinião apoiada pela maioria dos estudantes chineses.   Em um mundo durante a Guerra Fria e a busca de uma hegemonia global, era do interesse de muitos países ocidentais, principalmente dos EUA, que o Partido Comunista de fato sucumbisse e a China ficasse isolada do mundo.   Não à toa, enquanto os protestos ainda ocorriam, o movimento foi bombardeado de notícias falsas: jornais como BCC ou Washington Post, em 1980 adotaram um discurso que o movimento era sobre democracia x ditadura ou de capitalismo x socialismo, quando, na verdade, a maioria dos manifestantes eram socialistas.   Entretanto, o fim dos protestos, que terminou em caos, confrontos, tiroteios e morte de centenas de civis, foram um prato cheio para muitas mídias estrangeiras inflarem seus discursos de fake news.   Embora o governo chinês reconheça que houveram conflitos e mortes em Pequim, nas suas palavras, “entre 300 - 500 vítimas” muitas mídias estrangeiras deram números falsos de que 3 mil, 5 mil ou até 10 mil pessoas foram mortas pelo governo chinês.   Esse oportunismo gerou um legado que reverbera até o dia de hoje: passado mais de 30 anos,  o que aconteceu na Praça Tiananmen ainda é imerso em um caldeirão de fake news, ainda mais na língua portuguesa, onde pouquíssimos são os conteúdos que se aprofundam sobre o que ocorreu. O fato do assunto ser um tabu político na China, também contribui para que ele permaneça submerso em desinformação. ____________________   Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no:   Picpay: https://picpay.me/geopizza https://picpay.me/geopizza  Apoia.se: https://apoia.se/geopizza https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza  https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza  👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________   Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/

4h 42m
Jan 30, 2023
O Partido, os Estudantes e a Praça #94

No fim da década de 1980, os estudantes universitários de Pequim, na China, foram responsáveis por liderar o maior protesto da história da cidade.   Apenas no ano de 1988, mais de 210 protestos estudantis ocorreram por toda a China.   Eles reivindicavam maiores investimentos na educação, exigindo o fim da alta inflação e da corrupção, tanto na área pública quanto privada.    Os estudantes de Pequim estavam inseridos em um ambiente acadêmico que propiciava o surgimento de manifestações: a maioria das 67 universidades de Pequim estavam próximas umas das outras.    Essa proximidade facilitava a difusão de ideias, pautadas nos dormitórios estudantis e espalhadas até as ruas de Pequim.    As principais mobilizações ocorriam em uma icônica praça no centro da cidade: a Praça Tiananmen, a Praça da Paz Celestial.   A maioria dos estudantes de Pequim dividiam-se entre a ala da esquerda, críticos ao regime de Mao e outros mais à direita, inspirados por pensadores liberais dos EUA.   Embora fossem separados por diferentes princípios, os estudantes eram unidos devido às suas ideias não-conformistas, pois ambos estavam insatisfeitos com o rumo do governo na última década, encabeçado por Deng Xiaoping.   Após sucessivos protestos iniciados por estudantes liberais em 1985, 1987 e 1988, em 1989 o movimento cresceu e foi apoderado por vários setores da sociedade chinesa.   Ao longo dos meses de abril e maio de 1989, mais de 1 milhão de pessoas protestaram na Praça Tiananmen : não apenas estudantes, mas operários, políticos, policiais e até membros do exército chinês.   Muitos integrantes do Partido Comunista Chinês, abriram o diálogo com os estudantes, apoiaram o  movimento e até o financiaram.    Por exemplo, o Ministério da Cultura da China foi responsável por doar 360 yuans aos estudantes; um vice-comandante de divisão do Exército de Libertação Popular da China, doou mil; o  presidente do Partido da Democracia Progressiva da China, Lei Jieqiong, doou outros mil yuans.    Organizações trabalhistas também entraram no movimento: os Trabalhadores da Companhia Têxtil Geral de Pequim doaram dez mil.    Enquanto isso, a Federação Chinesa de Sindicatos e o Comitê de Angariação de Fundos da Loteria de Bem-Estar Social da China doaram 100.000 yuans cada.   Em 1989, foi registrado que quase 60% da população chinesa apoiava o direito dos estudantes de protestar, com apenas 10% se opondo e 30% sem opinião concreta sobre o movimento.    Em determinado momento, os protestos não estavam mais em Pequim: tinham se espalhado por toda a China: em 19 de maio daquele ano, mais de 400 cidades chinesas estavam envolvidas com os protestos de uma forma ou outra.    O Secretário Geral do Partido Comunista, Zhao Ziyang anunciou que os protestos eram legítimos e as demandas dos estudantes deveriam ser levadas em consideração.   Entretanto, a ala conservadora do Partido Comunista Chinês pensava diferente.   Liderados por Deng Xiaoping, que tinha iniciado suas reformas de liberação econômica, o movimento foi rotulado como burguês e contra revolucionário, encabeçado por alguns estudantes liberais.   De fato, o movimento foi iniciado pelos liberais, mas mais tarde, foi adotado e reconduzido por muitos estudantes de esquerda, que iniciaram uma greve de fome na praça.   Entretanto, aquelas semanas de demonstração popular terminaria de forma diferente do que muitos estudantes imaginavam.     ____________________   Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no:   Picpay: https://picpay.me/geopizza https://picpay.me/geopizza  Apoia.se: https://apoia.se/geopizza https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza  https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza  👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________   Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/

3h 31m
Dec 26, 2022
China: Da Revolução à Inflação #93

A China durante a década de 1980 passou por uma violenta rápida transformação em todos os setores da sociedade 🇨🇳 Tudo estava crescendo: população, economia, inflação e até mesmo a violência urbana. Após a morte de Mao Tsé-Tung em 1976, os novos líderes do Partido Comunista Chinês começaram a adotar medidas que podiam ser vistas como anti-maoístas 👀 Por exemplo, enquanto em 1970 a propriedade privada era abolida na China, em 1978 - 2 anos após a morte de Mao - o Partido Comunista comunicou que agora as empresas chinesas privadas se tornariam um “importante componente da economia”. O novo líder da China, Deng Xiaoping, instituiu um programa chamado de as “4 Modernizações”: reformas na indústria, na agricultura, na ciência e nas forças armadas chinesas. Muitos chineses consideravam Deng Xiaoping um anti-revolucionário, vendido para o capital estrangeiro. Entretanto, Deng Xiaoping se dizia socialista, mas que apenas estava adotando um socialismo diferente do de Mao Tsé Tung. Como o próprio Deng Xiaoping dizia: “Não existe uma contradição fundamental entre socialismo e economia de mercado. Não importa se é um gato branco ou um gato preto; desde que ele consiga pegar ratos, ele é um bom gato” 🤔 Assim, empresas estrangeiras e nacionais estabeleceram suas sedes em Pequim, Xangai e Shenzhen: emitindo ações e contratando cada vez mais chineses. Entretanto, mesmo com as modernizações de Deng Xiaoping, a vida do trabalhador e do estudante chinês médio piorou. Bolsas estudantis da época de Mao Tsé Tung foram cortadas; as vagas de emprego, embora numerosas, começaram a ser muito mais criteriosas, levando a níveis de desemprego altíssimos. Milhares de empresas estrangeiras revelaram ser apenas fachadas, com muitas servindo para lavar dinheiro de empresários do exterior e de políticos chineses. Os chineses acreditavam que a corrupção era endêmica na sociedade: em 1989, o jornal chinês Banyuetan realizou uma pesquisa em vinte e oito províncias, pedindo aos entrevistados que classificassem oito problemas sociais. O resultado foi que 78,15 por cento disseram que a corrupção era o que mais os preocupava, uma porcentagem maior que ficou o próximo problema social: a alta inflação, com 60%. 😳 ____________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Picpay: https://picpay.me/geopizza Apoia.se: https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza 👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________ Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/

2h 44m
Dec 12, 2022
Vlad, o Empalador #92

Vlad III Drácula foi príncipe do Reino da Valáquia, atual Romênia, ao longo de três reinados diferentes que vão desde o ano de 1448 até 1477 Membro da Casa Drăculeşti, Vlad foi um dos monarcas mais importantes da Europa Balcânica durante a transição turbulenta da época medieval para a época moderna.   Hoje, ele é considerado um herói para muitos romenos, principalmente devido à resistência que apresentou contra seus inimigos otomanos ⚔️   Entretanto, para seus inimigos, seu nome inspirava terror devido à crueldade dos seus métodos de execução, sendo o seu favorito, o empalamento.   Isso fez com o que Vlad ganhasse o título de “O Empalador”: ele empalava todos que se opunham ao seu governo sem distinção: homens, mulheres, velhos e jovens.   O príncipe da Valáquia não tinha dó nenhuma em perseguir seus oponentes, seja pela espada, pela estaca ou até mesmo pela peste, mandando doentes disfarçados de viajantes para infectar tropas estrangeiras 🦡   Não eram raros os banquetes e jantares reais que o nobre oferecia para seus inimigos políticos, eventos disfarçados de congregações amigáveis, mas que no fim, os convidados acabavam na estaca.    Além de empalar, Vlad também promoveu decapitações, execuções públicas, mutilações, genocídios, tributação excessiva e xenofobia. O curto período de seu reinado é quase desproporcional ao número de atos que cometeu, guerras que lutou, pessoas que matou e locais que visitou.   Panfletos, livros e pinturas foram feitos e distribuídos por toda a Europa retratando a crueldade de Vlad o Empalador. Tão popular eram as histórias e registros sobre ele, que Vlad se tornou o governante da Valáquia mais bem retratado da história.    E mesmo depois de passados mais de 400 anos da sua morte, Vlad iria inspirar um escritor irlandês chamado Bram Stoker no seu romance “Drácula'', de 1897, em que o autor somaria as características dos contos vampíricos dos balcãs à figura do príncipe valáquia 🧛‍♂️   Mas como dizem, a realidade é mais estranha que a ficção e o monarca da Valáquia é muito mais intrigante do que o Drácula de Stoker.  ____________________   Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no:   Picpay: https://picpay.me/geopizza https://picpay.me/geopizza  Apoia.se: https://apoia.se/geopizza https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza  https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza  👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________   Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/

3h 34m
Nov 25, 2022
Drácula na Transilvânia #91

​O Drácula realmente existiu, mas não era um vampiro: Vlad III foi príncipe da Valáquia, atual Romênia, no meio do século 15 🦇   Conhecido por sua crueldade, o monarca era temido até mesmo alguns dos governantes mais poderosos da época, como o sultão otomano Maomé 2.   Para muitos, o maior legado de Vlad III Drácula foi uma pilha de centenas de milhares de cadáveres, condenados à morte pelo empalamento.   Entretanto, para outros, o monarca foi um dos que mais trouxe estabilidade para a região, em uma época em que os balcãs eram assolados por guerras religiosas e políticas.   Vlad III Drácula assumiria o trono da Valáquia ao menos três vezes, capturado e mantido como prisioneiro pelo menos duas vezes durante sua vida.   Seus descendentes governariam a Valáquia mais de 200 anos após sua morte, tornando a Transilvânia e a Romênia lar de histórias sanguinárias 🩸   Nos séculos seguintes, o Drácula se tornou um indivíduo fascinante digno de poemas inteiros, lendas, e peças de arte.   Em 1897, o escritor Bram Stoker escreveu um romance sobre seres sobrenaturais na Inglaterra vitoriana, mas cujo principal antagonista levava o nome de um personagem histórico que já tinha morrido há mais de 400 anos.   No romance, o Drácula de Bram Stoker seduzia jovens mulheres britânicas e se portava como um aristocrata elegante.    No entanto, esse personagem carecia de característica e crueldade se comparado com o verdadeiro Vlad III Drácula que viveu no século 15.    Até hoje, Vlad é considerado um herói pelo povo romeno devido à sua resistência contra os otomano 👀   ____________________   Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no:   Picpay: https://picpay.me/geopizza https://picpay.me/geopizza  Apoia.se: https://apoia.se/geopizza https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza  https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza  👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________   Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/

3h 0m
Nov 11, 2022
A Rainha Celta: Boudica #90

No século I, a guerreira celta Boudica liderou uma das maiores rebeliões contra os romanos na Grã-Bretanha. Nascida no leste da Inglaterra, atual cidade de Norfolk, a rainha Boudica do povo Iceni mobilizou mais de 230 mil rebeldes bretões-celtas em dezenas de campanhas militares. Devido aos pesados tributos e rigidez a que os bretões eram submetidos, a ocupação romana da Grã-Bretanha deixava os nativos cada vez mais descontentes. Movida por um sentimento de rebelião combinado com vingança por ter sido humilhada pelos romanos, a guerreira Boudica incendiou as 3 cidades romanas mais importantes da Inglaterra: a atual Londres, Colchester e Saint Albans. Ao longo dos anos, diversos governadores romanos foram enviados para suprimir a revolta de Boudica, até uma batalha decisiva que ocorreu no atual País de Gales no ano 69. Após sua morte, sua bibliografia foi escrita por historiadores romanos com uma clara perspectiva pró-Roma, diminuindo alguns de seus feitos. Assim, a guerreira foi vista por historiadores ingleses por muitos séculos como uma "líder selvagem" dos bretões celtas. Apenas no meio do século 19 sua história foi resgatada sob uma nova perspectiva, enquanto a Inglaterra era governada por uma mulher, a Rainha Vitória. Até hoje, Boudica é uma figura controversa, caracterizada principalmente pela sua resistência contra os romanos e também por sua suposta crueldade, responsável por varrer cidades inglesas inteiras. ____________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Picpay: https://picpay.me/geopizza Apoia.se: https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza 👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________ Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/

2h 52m
Oct 28, 2022
Os Bretões e Júlio César #89

Júlio César foi um dos responsáveis por expandir a as fronteiras da República Romana, o que envolveu praticar um verdadeiro genocídio contra muitos povos nativos da Europa Ocidental. Os bretões, na Grã-Bretanha, foram um desses povos. Anexando vários territórios da Europa Ocidental à Roma, os romanos buscavam substituir a cultura de qualquer povo estrangeiro à sua cultura. Entretanto, César encontrou inimigos fortíssimos, muitos dos quais não conseguiu vencer. Na Alemanha, os romanos foram derrotados pelo Germanos, nunca conseguindo colocar bases militares além do Rio Reno. Já na Gália, atual França, César ordenou o massacre dos gauleses, em um dos primeiros genocídios registrados de forma escrita na Europa Ocidental. Outros milhares de gauleses foram vendidos como escravizados por todo o Império Romano, tornando César imensamente rico. Já na Grã-Bretanha, várias campanhas militares e acordos diplomáticos com os bretões foram necessários para que a ilha fosse ocupada por Roma. Mobilizados, alguns bretões resistiram por séculos contra romanos, liderando movimentos de resistência de escalas gigantescas. Entretanto, a história dos bretões remonta muito antes de seu embate contra Roma. Desde o Neolítico, os bretões construíram templos, como Stonehenge, construíram cidades fortificadas, como Old Sarum e até criaram cumes e montes artificiais, como Salisbury. Nessa edição, vamos conhecer as cidades e crenças dos bretões, até as suas lutas nas falésias britânicas contra as tropas de César. ____________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Picpay: https://picpay.me/geopizza Apoia.se: https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza 👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________ Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/

2h 36m
Oct 14, 2022
Thomas Edison V.s Hollywood #88

No início do século 20, a cidade de HollywoodLand no estado da Califórnia era uma simples vila rural, cujos habitantes viviam da produção de frutas cítricas 🍊 Entretanto, aqueles agricultores jamais imaginariam que, em pouco tempo, a paisagem da cidade mudaria drasticamente: as chácaras, os campos e as estradas de terra dariam espaço a enormes galpões e ruas asfaltadas para a produção de filmes. Hollywoodland se tornaria o polo da indústria cinematográfica, não apenas dos Estados Unidos, mas do mundo. A indústria apenas surgiu na Califórnia pois do outro lado do país, na costa leste, um rico monopolizava a área cinematográfica: Thomas Edison. O inventor, que normalmente é creditado como um visionário, na verdade tinha a seu dispor uma equipe de milhares de pessoas que produziam as suas tecnologias, nas quais ele recebia crédito. Essa é uma visão curiosamente oposta que muitas pessoas têm de Thomas Edison 🤔 O que é inegável, é que o Edison mudou a história do mundo. Mas não da forma bonita como muita gente pensa. Nesta edição, além das batalhas judiciais entre Edison e Hollywood, vamos descobrir como o cinema foi do preto e branco para o colorido, assim como quais foram os primeiros filmes a serem feitos no Brasil e quais foram as principais barreiras tecnológicas que a área teve que superar. ____________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Picpay: https://picpay.me/geopizza Apoia.se: https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza 👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________ Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/

4h 41m
Sep 30, 2022
A Invenção do Cinema #87

Quando o primeiro filme do mundo foi feito em 1888, ainda existia escravidão no Brasil. Foram necessárias várias décadas de processos químicos, espionagem industrial e até mesmo corridas de cavalos (sim) para que essa filmagem fosse feita. Porém, não havia um consenso entre os inventores cinematográficos em como exibir seus filmes publicamente. Inventores como Thomas Edison, exibia-os dentro de pequenas caixas de madeira com um visor individual, que rodava um filme de 50 segundos ao inserir uma moeda. Esse era o Cinetoscópio. Já os franceses Irmãos Lumières, através de um projetor, projetavam seus filmes em telas de teatro, realizando a primeira sessão de cinema fotográfico em 1895, em Paris. Seriam então, os Lumiére, os pais do cinema? 🤔 Não exatamente, pois antes de Thomas Edison e dos Irmãos Lumiére, outro francês já havia inventado uma câmera que filmava a 12 frames por segundo: Louis Le Prince. 🚨 Porém, a sua história acabou em tragédia, provavelmente em crime 🚨 Enquanto era processado por Thomas Edison, no dia que registraria a patente da sua câmera fotográfica, Le Prince sumiu em uma estação de trem e nunca mais foi visto 👀 ____________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Picpay: https://picpay.me/geopizza Apoia.se: https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza 👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________ Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/

3h 36m
Sep 16, 2022
A Corrida Pela Fotografia #86

No século 19, inventores na França, Inglaterra e Brasil disputavam pelo posto de bater a 1º fotografia do mundo. O lugar foi tomado por Joseph Niépce, que em 1826 registrou uma paisagem da janela da sua casa. Entretanto, a primeira pessoa a utilizar o verbo "fotografar" foi um morador de Campinas, São Paulo: o francês Hercule Florence, em 1833. Ao longo das próximas décadas, a tecnologia da fotografia só seria disponibilizada ao público graças a um esforço conjunto desses diversos inventores. ____________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Picpay: https://picpay.me/geopizza Apoia.se: https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza 👇 https://shopee.com.br/shop/482090101/ ____________________ Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/

3h 27m
Sep 02, 2022