

E aos que justificou, a esses também glorificou. Romanos 8.30 Crente, esta é uma verdade preciosa para você. Talvez você seja pobre e esteja sofrendo, mas, para seu encorajamento, medite novamente em sua "chamada" e nos resultados que fluem dela - especialmente o bendito resultado mencionado neste versículo. Tão certo como você é um filho de Deus hoje, todas as suas provações chegarão ao fim. Espere um pouco e a sua cabeça fatigada vestirá a coroa de glória, e sua mão de labor segurará as palmas de vitória. Não lamente as suas aflições; pelo contrário, regozije-se porque em breve você estará onde "não haverá luto, nem pranto, nem dor" (Apocalipse 21.4). O carro de fogo está à sua porta, e apenas um momento será suficiente para levá-lo à companhia dos glorificados. O cântico eterno está quase em seus lábios. As portas do céu estão abertas para você. Não pense que você pode falhar em entrar no descanso. Se Deus o chamou, nada pode separá-lo do amor dele. A aflição não pode romper o vínculo. O fogo da perseguição não pode aniquilar a união. O martelo do inferno não pode quebrar as algemas. Você está seguro. Aquela voz que o chamou no início o chamará novamente da terra para o céu, da obscura melancolia da morte para os indizíveis esplendores da imortalidade. Crente, descanse tranquilo, pois o coração dAquele que o justificou pulsa em seu íntimo com infinito amor por você. Em breve, você estará com os glorificados, onde está o seu quinhão. Você está aqui apenas aguardando ser preparado para a herança. Quando isso estiver consumado, asas de anjos o levarão para bem longe, ao monte da paz, da alegria e da bem-aventurança, onde longe de um mundo de tristeza e pecado, você descansará para sempre e sempre, com Deus sempre ao lado. Longe de um mundo de pecado e dor, Guardado pra sempre, com Deus, em amor.


Morava Mefibosete em Jerusalém, porquanto comia sempre à mesa do rei. Ele era coxo de ambos os pés. 2 Samuel 9.13 Mefibosete não era um belo ornamento para a mesa de um rei; apesar disso, ele tinha lugar permanente nas refeições de Davi, porque este podia ver no rosto de Mefibosete os traços do amado Jônatas. Assim como Mefibosete, podemos clamar ao Rei da Glória: "Quem é teu servo, para teres olhado para um cão morto tal como eu?" (2 Samuel 9.8). Mas Deus nos favorece proporcionando-nos a comunhão consigo mesmo, porque vê em nós a semelhança de seu mui amado Jesus. O povo do Senhor é querido por causa de Outro. Esse é o amor que o Pai tem para com o seu Filho unigênito. Por amor a Jesus, Deus exalta os humildes irmãos dele, retirando-os da insignificância para o companheirismo celestial, outorgando-lhes suprimento real e posição de nobreza. A imperfeição deles não os impedirá de desfrutarem seus privilégios. O aleijado é herdeiro, do mesmo modo como se pudesse correr à semelhança de Asael "era ligeiro de pés, como gazela selvagem" (2 Samuel 2.18). Nossa justiça não manca, embora nossa força possa mancar. A mesa de um rei é um esconderijo nobre para pernas coxas, e no banquete do evangelho aprendemos a nos alegrar nas enfermidades porque o poder de Cristo repousa sobre nós. Entretanto, defeitos graves podem manchar a personalidade dos mais amados santos de Deus. Os santos cuja fé é fraca e cujo conhecimento é escasso são grandes perdedores. Estão expostos a muitos inimigos e não podem seguir o Rei aonde quer que vá. Esta enfermidade frequentemente surge a partir de quedas. A má nutrição no início da vida cristã geralmente faz com que os novos convertidos caiam em um tipo de desânimo do qual nunca se recuperarão, e pecados, em outros casos, faz com que ossos sejam quebrados. Senhor, ajuda o manco a saltar como um veado e satisfaz todo o teu povo com o pão da tua mesa.


Confia os teus cuidados ao SENHOR, e ele te susterá. Salmos 55.22 A inquietação, ainda que exercida sobre assuntos legítimos, levada ao excesso, possui em si mesma a natureza do pecado. O preceito de evitar a inquietação é repetido diversas vezes por nosso Senhor. É um preceito reiterado pelos apóstolos; é um princípio que não pode ser negligenciado sem envolver transgressão, pois a própria essência da prudência ansiosa é o pensamento de que somos mais sábios que Deus e, a ação de, com ímpeto, colocarmos a nós mesmos no lugar dele, a fim de fazermos por Ele o que Ele incumbiu-se de fazer por nós. Tentamos pensar naquilo que imaginamos que Ele esquecerá. Esforçamo-nos para levar sobre nós mesmos nossos pesados fardos, como se o Senhor fosse indisposto ou incapaz de leva-los em nosso lugar. Tal desobediência a este princípio de nosso Senhor, esta incredulidade para com sua Palavra, esta presunção de intrometer-se em sua providência, tudo isto é pecaminoso. E mais do que isto: a inquietação frequentemente leva ao pecado. Aquele que não consegue entregar, com tranquilidade, os seus assuntos nas mãos de Deus, mas carrega os próprios fardos, esse provavelmente será tentado a usar meios errados para ajudar a si mesmo. Este pecado leva a esquecer de Deus como nosso Conselheiro e, em vez disso, a recorrer à sabedoria humana. Isto equivale a beber das "cisternas rotas", em vez de beber do "manancial de águas vivas" (Jeremias 2.13) - um pecado cometido pelo Israel do passado. A ansiedade nos faz duvidar da bondade de Deus, e nosso amor por Ele se torna frio. Se desconfiamos e entristecemos o Espírito Santo, nossas orações são obstruídas, nosso exemplo de consistência é manchado, e vivemos no egoísmo. Se, à medida que nossos fardos nos sobrevierem, os lançarmos no Senhor, não ficando ansiosos (Filipenses 4.6), isto nos tornará mais próximos dele e nos fortalecerá contra essa tentação. "Tu, SENHOR, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti" (Isaías 26.3).


Não me desampares, SENHOR. Salmos 38.21 Frequentemente suplicamos a Deus que não nos abandone em tempos de aflição e provação. Esquecemos, porém, que precisamos fazer esta súplica em todos os momentos. Não existe ocasião de nossa vida (embora seja uma vida santa) em que podemos estar sem o amparo do Senhor. Quer em tranquilidade, quer em tribulações, quer em comunhão, quer em tentação, precisamos desta oração: "Não me desampares, SENHOR. Sustenta-me e estarei seguro". Uma criancinha, enquanto aprende a andar, sempre necessita de ajuda. O navio deixado sem a direção do piloto imediatamente se afasta de seu curso. Não podemos viver sem o contínuo amparo do céu. Que hoje, a sua oração seja: "Pai não me abandones". Não abandones o teu filho, pois assim ele não cairá por meio das mãos do inimigo. Pastor, não abandones a tua ovelha, para que ela não se afaste da segurança do rebanho. Grande Agricultor, não abandones a tua planta, a fim de que não seque e morra. "Não me desampares, SENHOR" agora; e não me desampares em qualquer momento de minha vida. Não me abandones em minhas alegrias, para que elas não consumam o meu coração. Não me abandones em minhas aflições, para que eu não murmure contra Ti. Não me abandones no dia do meu arrependimento, para que não perca a esperança do perdão. Não me abandones no dia em que eu tiver a mais forte fé, para que a fé não se degenere em presunção. Não me abandones, pois sem Ti eu sou fraco, mas contigo sou forte. Não me abandones, porque o caminho é perigoso e cheio de armadilhas. Não posso seguir adiante sem o teu amparo. A galinha não desampara sua ninhada; então, me cobrirás Tu ainda mais com tuas penas e me permitirá encontrar meu refúgio sob tuas asas? "Não te distancies de mim, porque a tribulação está próxima, e não há quem me acuda" (Salmos 22.11). "Não me recuses, nem me desampares, ó Deus da minha salvação" (Salmos 27.9).


Bendito seja Deus, que não me rejeita a oração. Salmos 66.20 Ao considerarmos o caráter de nossas orações passadas, se o fizermos com sinceridade, ficaremos repletos de admiração ante o fato de que Deus as respondeu. Talvez alguns imaginem que suas orações são dignas de aceitação, assim como o faziam os fariseus. O verdadeiro crente, numa retrospectiva mais iluminada, lamenta por suas orações. Se ele pudesse voltar atrás em seus passos, desejaria orar com mais fervor. Crente, lembre-se de quão frias têm sido as suas orações. Em sua oração secreta, você deveria lutar como Jacó. Em vez disso, as suas petições têm sido poucas e frágeis - bem distantes daquela fé humilde, perseverante e confiante que clama: "Não te deixarei ir se me não abençoares" (Gênesis 32.26). Apesar disso, afirmamos com admiração, Deus tem ouvido suas frias orações. Ele não somente as tem ouvido, mas também respondido. Considere igualmente o quão infrequentes têm sido as suas orações, a menos que tenha passado por problemas, e então, tenha recorrido com frequência ao trono de misericórdia. Mas quando a libertação vem, onde vai parar sua súplica constante? Contudo, embora você tenha cessado de orar como fez, Deus não cessou de abençoá-lo. Quando você negligenciou o trono de misericórdia, Deus não o abandonou, mas a luz brilhante da Glória tem estado sempre visível entre as asas do querubim. Quão admirável é o nosso Deus, que ouve as orações daqueles que O buscam quando têm necessidades urgentes e O negligenciam quando recebem uma misericórdia. Eles se aproximam de Deus, quando são forçados, mas esquecem de buscá-Lo, quando as misericórdias são abundantes e as aflições, escassas! Que a graciosa bondade de nosso Senhor em ouvir tais orações motive nosso coração, de modo que daqui para frente sejamos encontrados com "toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito" (Efésios 6.18).


O que a mim me concerne o SENHOR levará a bom termo. Salmos 138.8 A confiança que o salmista expressou nestas palavras era divina. O salmista não disse: "Tenho graça suficiente para aperfeiçoar o que a mim me concerne. Minha fé é tão firme que não vacilarei; meu amor é tão ardente que jamais se esfriará; minha determinação é tão firme que nada a abalará". Não, a dependência do salmista estava apenas no Senhor. Se fomentamos qualquer confiança que não está fundamentada na Rocha dos Séculos, tal confiança é pior do que um sonho. Ela cairá sobre nós, e, para nossa tristeza e confusão, seremos encobertos por suas ruínas. O tempo mostrará que essa confiança promoverá a vergonha eterna de todos os que dela se vestem. O salmista foi sábio; ele não confiava em nada além da obra do Senhor. Foi o Senhor quem começou a boa obra em nós. Ele a tem mantido até agora. Se Ele não a completar, tal obra nunca será concluída. Se, na vestimenta celestial de nossa justiça, há algum ponto que nós mesmos devemos fazer, então estamos perdidos; mas esta é a nossa confiança - o Senhor que começou a boa obra a aperfeiçoará. Ele o tem feito por completo, deve fazer por completo e o fará por completo. Nossa confiança não pode estar naquilo que nós temos feito, e sim completamente naquilo que o Senhor fará. A incredulidade insinua: "Você nunca será capaz de permanecer firme. Veja a maldade de seu coração; você nunca poderá vencer o pecado. Lembre os prazeres e tentações pecaminosas do mundo que o cerca; certamente você será fascinado por elas e desviado". Sim, realmente pereceríamos, se dependêssemos de nossas próprias forças. Se tivéssemos de conduzir nossos frágeis navios, sozinhos, através de tão agitado mar, provavelmente, em desespero, desistiríamos da viagem. Mas, louvado seja Deus, Ele levará a bom termo o que nos concerne e nos levará seguros ao porto desejado (ver Salmos 107.30). Quando confiamos somente nEle, jamais somos excessivamente confiantes; e nunca carregamos muitas preocupações.


Conduziu-os pelo caminho direito. Salmos 107.7 Com frequência, as mudanças fazem com que o crente ansioso pergunte: "Por que as coisas acontecem assim comigo? Procurei luz, e me sobrevieram trevas. Buscava paz, experimento aflições. Disse ao meu coração: 'Estou firme. Nunca serei abalado'. Senhor, escondes tua face e estou atribulado. Ontem, eu tinha certeza de minha posição com Deus. Hoje, meus sinais são incertos e minhas esperanças estão obscuras. Ontem eu podia me alegrar confiantemente em minha herança futura. Hoje, meu espírito não tem esperanças, mas muitos temores; não tem alegrias, mas muita angústia. Isto faz parte do plano de Deus para mim? Esta é a maneira pela qual Ele me conduzirá ao céu?" Sim, pode ser. O eclipse de sua fé, o obscurecimento de sua mente, o desfalecimento de sua esperança - todas estas coisas fazem parte do método de Deus para torná-lo preparado para a grande herança que em breve você receberá. Estas provações têm a finalidade de testar e fortalecer a sua fé - são ondas que o levam mais para cima da rocha; são ventos que impelem seu navio mais rapidamente em direção ao porto desejado. Estas palavras de Davi podem ser ditas a respeito de você: "E, assim, os levou ao desejado porto" (Salmos 107.30). Por honra ou desonra, por boa ou má reputação, por abundância ou escassez, por alegria ou tristeza, por perseguição ou quietude, por meio de todas essas coisas é mantida a saúde de sua alma e por elas você é ajudado em seu caminho. Crente, não pense que suas tristezas estão fora do plano de Deus; elas são partes necessárias desse plano. "Através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus" (Atos 14.22). Então, aprendamos a considerar motivo de toda alegria o passarmos por várias provações (Tiago 1.2). Ó, que minha alma temerosa permaneça quieta, E tua sabia e sagrada vontade, espere em Ti! Não posso, Senhor, ver o teu propósito, Mas tudo está bem, governado por Ti.


Se é que já tendes a experiência de que o Senhor é bondoso. 1Pedro 2.3 "Se" - não se trata de um assunto que se possa ter por certo no que se refere a cada um da raça humana. "Se" - esta palavra nos diz que existe a possibilidade de alguns ainda não haverem provado que o Senhor é bondoso. "Se" - não se trata de misericórdia geral, mas especial; e é necessário perguntar se conhecemos a graça de Deus por experiência íntima. Não há bênção espiritual que não seja um motivo para examinarmos nosso próprio coração. No entanto, embora o provar que o Senhor é bondoso seja um assunto de sincera investigação, realizada sob oração, ninguém deve ficar contente, enquanto houver este "se" no que diz respeito a provar que o Senhor é bondoso. Uma santa e zelosa desconfiança do “eu" pode levar ao surgimento desse questionamento no coração do crente, mas a permanência dessa dúvida seria algo ruim. Não devemos descansar enquanto não lutarmos desesperadamente para segurarmos o Senhor nos braços da fé, declarando: "Sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia" (2 Timóteo 1.12). Não permita que nada lhe satisfaça, até que, por meio do infalível testemunho do Espírito Santo, falando em seu espírito, você tenha a certeza de que é um verdadeiro filho de Deus (ver Romanos 8.16). Não menospreze isso. Não permita que nenhum "talvez" ou "se" lhe satisfaça a alma. Construa sobre verdades eternas, e construa verdadeiramente. Aproprie-se das "fiéis misericórdias prometidas a Davi" (Isaías 55.3). Lance sua âncora naquilo que está dentro do véu, e cuide para que sua alma esteja ligada à âncora por um cabo que não quebrará. Avance para além desse terrível "se". Não habite mais no deserto de dúvidas e temores. Atravesse o Jordão da desconfiança e entre na Canaã da paz, onde os cananeus ainda permanecem, mas onde a terra não cessa de manar leite e mel (ver Levítico 20.24).


As maravilhas da tua bondade. Salmos 17.7 Quando fazemos o bem com o coração, nós o realizamos de fato. Mas, geralmente falhamos em dar com o coração. O nosso Senhor e Mestre não age assim. Os favores dele sempre são realizados com o amor do seu coração. O Senhor Jesus não nos envia a carne fria ou as migalhas da mesa de sua magnificência. Em vez disso, o Senhor Jesus mergulha o nosso bocado em sua própria tigela, temperada com as especiarias de suas evidentes afeições. Quando Ele coloca os penhores de ouro de sua graça na palma de nossas mãos, Ele acompanha a dádiva com tal aperto afetuoso de nossas mãos que a forma como Ele dá é tão preciosa quanto a dádiva. O Senhor Jesus entrará em nosso lar, cumprindo seus propósitos de bondade, mas não agindo como alguns visitantes fazem para com os pobres em suas choupanas. Ele se assentará ao nosso lado e não menosprezará nossa pobreza nem repreenderá nossa fraqueza. Que palavras confortadoras são estas, provenientes dos lábios de nosso Senhor! Que abraço afetuoso Ele estende sobre nós! Se Ele tivesse nos dado centavos, a forma de Ele nos dar os tornaria dourados. Mas como realmente acontece, as valiosas dádivas são enviadas em cestas de ouro por meio de sua agradável carruagem. É impossível duvidarmos da sinceridade deste amor, visto que existe um coração sangrento estampado na face de todos os caridosos atos de bondade dele. O Senhor Jesus nos dá liberalmente (ver Tiago 1.5), não censurando-nos com o menor indício de que estamos sendo um fardo para Ele; não olhando seus pensionistas friamente, mas em vez disso, o Senhor Jesus se regozija em sua misericórdia, instando a nos aproximarmos dele, enquanto compartilha sua vida conosco. Há uma fragrância em seu nardo que nada além de seu coração pode produzir. Existe uma doçura no Senhor Jesus que não poderia existir, se não estivesse mesclada com a própria essência do amor dele mesmo. Oh! a rara comunhão que tal sinceridade singular produz! Que estejamos continuamente provando e conhecendo a bênção dessa doçura!


Vi servos a cavalo e príncipes andando a pé como servos sobre a terra. Eclesiastes 10.7 Pessoas arrogantes frequentemente usurpam os lugares mais elevados, enquanto os verdadeiramente grandes definham na obscuridade. Este é um enigma na Providência cuja solução um dia deixará alegre o coração dos justos. Entretanto, não devemos murmurar, se este enigma se tornar parte de nosso quinhão. Quando nosso Senhor esteve neste mundo, Ele andou na vereda do serviço e da fadiga como Servo dos servos. Que maravilha seria se os seguidores dele, que são príncipes do sangue, fossem olhados de cima para baixo como pessoas inferiores e desprezíveis! O mundo está de cabeça para baixo; por isso, os primeiros são os últimos, e os últimos, os primeiros. Veja como os servis filhos de Satanás dominam sobre a terra! Hamã está na corte, enquanto Mordecai senta ao portão; Davi vagueia pelas montanhas, enquanto Saul reina; na caverna Elias queixa-se, enquanto Jesabel gaba-se no palácio; ainda assim quem gostaria de tomar os lugares dos orgulhosos rebeldes? E quem, por outro lado, não invejaria os menosprezados santos? Quando esta engrenagem é invertida, os humildes são exaltados, e os exaltados são humilhados. Crente, tenha paciência! A eternidade corrigirá os erros do tempo. Não caiamos no erro de permitir que nossas paixões e apetites carnais cavalguem em triunfo, enquanto nossos mais nobres poderes andam na poeira. A graça tem de reinar como um príncipe e tornar os membros do corpo instrumentos de justiça. O Espírito Santo ama a ordem, por isso, Ele coloca nossas capacidades e poderes em seu devido lugar e grau, outorgando posições mais nobres àquelas faculdades que nos unem ao grande Rei. Não perturbemos este arranjo divino; pelo contrário, supliquemos graça para que conservemos o nosso corpo em sujeição. Não fomos regenerados para permitir que as paixões nos governem, e sim para que, com Cristo Jesus, governemos como reis sobre o reino tríplice de nosso corpo, alma e espírito, a fim de que Deus, o Pai, seja glorificado.


Nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade ... nele, estais aperfeiçoados. Colossenses 2.9,10 Todos os atributos de Cristo, como Deus e homem, estão à nossa disposição. Toda a plenitude da Divindade, seja o que for que este termo maravilhoso possa incluir, é nossa, a fim de que nos tornemos completos. Ele não pode nos dotar com os atributos da Divindade, mas tem feito tudo que o pode ser feito, pois tem tornado subserviente à nossa salvação, até o seu poder divino. Sua onipotência, onisciência, onipresença, imutabilidade e infalibilidade estão todas combinadas para nossa defesa. Levante, crente, e contemple o Senhor Jesus pondo o jugo da carruagem da salvação sobre toda a sua divindade! Quão ampla é sua graça, quão permanente é a sua fidelidade, quão imutável e infinito é o seu poder, quão ilimitado é o seu conhecimento! Sem encurtar a infinidade destas virtudes, todas elas constituem os pilares do templo da salvação por meio do Senhor Jesus, e, por aliança, todas nos são asseguradas como herança. Cada gota do amor insondável do coração do Salvador é nossa; cada tendão no braço de poder; cada joia na coroa de majestade, a imensidão do conhecimento divino e a severidade da justiça divina são todas nossas e serão usadas para nós. Deus nos proporciona o tudo de Cristo, em seu adorável caráter como Filho de Deus, para que o gozemos. A sabedoria de Cristo é nossa orientação; o seu poder, a nossa proteção; sua justiça, nossa segurança; seu amor, nossa consolação; sua misericórdia, nosso conforto e sua imutabilidade, nossa confiança. Nada Ele deixa de nos oferecer. Em vez disso, o Senhor Jesus abre os recessos da montanha de Deus e nos ordena a cavar as minas, a fim de acharmos os tesouros escondidos. Ele nos diz: "Tudo é de vocês. Encham-se e satisfaçam-se da bondade de Deus". Oh! quão agradável é contemplar o Senhor Jesus e invocá-Lo com a firme certeza de que, ao buscar o seu amor ou o seu poder, estamos pedindo apenas aquilo que Ele fielmente já nos prometeu!


Esse deve também andar assim como ele andou. 1João 2.6 Por que os crentes devem imitar a Cristo? Eles devem fazê-lo por causa de sua própria alma. Se os crentes desejam gozar de boa saúde espiritual; se desejam escapar da enfermidade do pecado e desfrutar do vigor da graça crescente, Jesus deve ser o modelo deles. Para sua própria felicidade, se desejam gozar de comunhão santa e feliz com Jesus e serem retirados do meio das preocupações e problemas deste mundo devem andar assim como Ele andou. Nada pode ajudá-lo a andar tão rapidamente, em sua jornada rumo ao céu, como o portar a imagem do Senhor Jesus em seu coração, para reger todas as suas ações. Quando, por meio do poder do Espírito Santo, você andar nos passos do Senhor Jesus, então se tornará mais feliz e mais conhecido como parte dos filhos de Deus. "Pedro seguia de longe" (Lucas 22.54). Esta atitude que Pedro teve é tanto perigosa quanto alarmante. Em seguida, por causa de sua fé, faça um esforço para ser semelhante a Jesus. A fé tem sido atacada severamente por inimigos cruéis. No entanto, ela não tem sido tão perigosamente injuriada por seus inimigos como o tem sido por seus amigos. Quem fez aquelas feridas nas lindas mãos da piedade? Aquele que professou fé mas usou o punhal da hipocrisia; o homem fingido, que entra no rebanho sendo nada além de um lobo vestido de ovelha, atormenta mais o rebanho do que o leão do lado de fora. Não existe arma tão mortal como o beijo de um Judas Iscariotes. Os crentes inconsistentes prejudicam o evangelho mais do que o crítico zombador ou o infiel. Imite o exemplo de Cristo especialmente por causa dEle mesmo. Crente, você ama o Senhor Jesus? O nome dele é precioso para você? Deseja que o reino do mundo se torne dele? Quer que o Senhor Jesus seja glorificado? Você anela que almas sejam ganhas para Cristo? Se tudo isso é verdade, imite a Cristo. Seja uma carta de Cristo, conhecida e lida por todos os homens (ver 2 Coríntios 3.2).


Que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento. 1Timóteo 6.17 O Senhor Jesus está sempre concedendo bênçãos e nem por um momento Ele retrai sua mão. Enquanto houver um vaso da graça que não está totalmente cheio, o óleo não cessará. Ele é um sol que sempre brilha. Ele é maná caindo sempre em redor do arraial. Ele é uma rocha no deserto que sempre expede rios de vida de seu lado atingido. A chuva da graça de Cristo sempre cairá. O rio da bondade de Cristo flui a todo instante, e a fonte de seu amor está transbordando permanentemente. Visto que o Rei nunca morre, a sua graça jamais pode falhar. Todos os dias, apanhamos os frutos dele, e dia após dia os seus galhos se inclinam até às nossas mãos com um novo estoque de misericórdia. Há sete dias de festa nas semanas do Senhor Jesus. Quem já retornou das portas de Cristo sem alguma bênção? Quem já se levantou insatisfeito da mesa de Cristo, ou passou por Ele sem que fosse amado? As misericórdias de Cristo são novas cada manhã (ver Lamentações 3.23) e cada noite. Quem pode enumerar os benefícios do Senhor Jesus e detalhar a lista de suas bondades? Cada grão de areia, que do relógio do tempo cai, é a mais recente flor de uma miríade de misericórdias. As asas de nossas horas são cobertas com a prata de sua bondade e com o ouro de sua afeição. O rio do tempo carrega das montanhas da eternidade as areias douradas de seu favor. As inumeráveis estrelas servem como protótipo para uma hoste ainda mais inumerável de bênçãos. Quem pode contar os benefícios que Deus concedeu a Jacó e descrever a quarta parte das suas misericórdias para com Israel? Como a minha alma exaltará Aquele que todos os dias nos sobrecarrega com seus benefícios e nos coroa com sua bondade, graça e misericórdia? (ver Salmos 103.4). Oh! que meu louvor seja tão incessante quanto a bondade do Senhor Jesus! Ó língua miserável, como pode silenciar? Acorde, eu suplico, a fim de que não pare de lhe chamar minha glória, mas, minha vergonha. "Despertai, saltério e harpa! Quero acordar a alva" (Salmos 108.2).


Todo o que crê é justificado. - Atos 13.39 O crente no Senhor Jesus desfruta de uma justificação presente. A fé não produz este fruto mais tarde, e sim agora. Visto que a justificação é o resultado da fé, a justificação é dada ao crente no momento em que este recebe a Jesus. Aqueles que se achegam ao trono de Deus são justificados agora? Sim, nós o somos, tão verdadeira e tão claramente justificados como aqueles que andam vestidos de branco e cantam louvores melodiosos em harmonia com as harpas celestiais. O ladrão na cruz foi justificado no momento em que volveu os olhos de fé ao Senhor Jesus. Paulo, depois de anos de serviço, não era mais justificado do que o ladrão que não realizou qualquer serviço. Hoje, estamos aceitos no Amado e absolvidos do pecado. Hoje, estamos inocentes para com a justiça divina. Oh, que pensamento extasiante! Há alguns cachos da videira, os quais não conseguiremos colher até que entremos no céu, mas este pensamento é um ramo que crescer muito alto. Não é este o fruto da terra, o qual nunca podemos comer até que atravessemos o Jordão. E sim, ele é parte do maná do deserto, parte de nosso alimento diário com o qual Deus nos supre em nossa viagem. Somos perdoados agora; nossos pecados são removidos agora; e permanecemos aceitos diante de Deus agora, como se nunca tivéssemos sido culpados. "Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus" (Romanos 8.1). No Livro de Deus, não existe qualquer pecado contra um dos membros do povo dele. Portanto, quem pode lançar sobre eles qualquer acusação? Não existe nem mancha, nem culpa, nem acusação, nem qualquer coisa semelhante que permanece sobre um crente. Este privilégio deve nos despertar ao dever; e, enquanto a vida dura, devemos gastá-la e ser gastos para o nosso amado Senhor Jesus.


Co-herdeiros com Cristo. - Romanos 8.17 Os infinitos domínios do universo do Pai são, por direito prescribente, de Cristo. Como "herdeiro de todas as coisas" (Hebreus 1.2), o Senhor Jesus é o único proprietário de toda a criação de Deus. Ele nos permitiu afirmar que todo o mundo nos pertence por causa do título de co-herdeiros que o Senhor Jesus ratificou com o seu povo eleito. As ruas de ouro do Paraíso, as portas de pérola, o rio da vida, as bênçãos transcendentes e a glória indescritível nos são outorgadas, por nosso bendito Senhor, como possessão eterna. Tudo o que o Senhor Jesus possui Ele compartilha com o seu povo. A coroa real Ele colocou na cabeça de sua igreja, designando-lhe um reino e chamando seus filhos "sacerdócio real" (1 Pedro 2.9). Ele tirou de si a coroa, a fim de que fôssemos coroados de glória. Ele não sentaria em seu próprio trono até que tivesse obtido um lugar nele para todos os que vencem no seu sangue. Coroado o Cabeça, todo o corpo compartilha da honra. Vejam, esta é a recompensa de todo crente vencedor! O trono, a coroa, o cetro, o palácio, o tesouro, as vestes e a herança de Cristo - todos são nossos. Muito superior à desconfiança, ao egoísmo e à ganância -que não trazem vantagem àqueles que o praticam - o Senhor Jesus considera a sua felicidade completa por compartilhá-la com o seu povo. "Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado" (João 17.22); "Tenho-vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo" (João 15.11). Os sorrisos do Pai são mais doces para Jesus, porque seu povo compartilha deles. As honras do reino de Cristo são mais agradáveis, porque o seu povo aparece com Ele, em glória. As conquistas do Senhor Jesus Lhe são mais valiosas, porque ensinaram o seu povo a vencer. Ele se deleita em seu trono, porque ali existe um lugar para o seu povo. O Senhor Jesus se regozija com suas vestes reais, porque as orlas delas são estendidas sobre os seus discípulos. Ele se deleita muito mais em seu gozo, porque convida os crentes a entrarem nesse gozo.


Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã. Salmos 30.5 Crente, se você está em um tempo de provação, medite no futuro. Eleve o seu coração com o pensamento da vinda de seu Senhor. Seja paciente, porque Ele descerá do céu em nuvens. Seja paciente! O Agricultor está aguardando para ceifar a sua colheita. Seja paciente pois você conhece quem disse: "Eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras" (Apocalipse 22.12). Se agora você está angustiado, lembre: Quando mais alguns dias se passarem, você chegará ao belo porto de Canaã. Leitor, talvez a sua vida esteja cheia de aflições, mas logo você ficará livre de suas inquietações. Neste momento, sua cabeça pode estar coroada de problemas espinhosos mas, logo usará uma coroa estrelada. Agora, sua mão pode estar cheia de preocupações mas, em breve tocará as cordas da harpa do céu. Suas vestes podem estar sujas com a poeira deste mundo, em breve, porém, elas serão brancas como a neve. Espere um pouco mais. Quão triviais parecerão as nossas provações quando olharmos para trás! Contemplando-as no presente, elas parecem imensas mas quando chegarmos ao céu, então com extasiante alegria contaremos os labores de nossos pés. Nossas provações parecerão aflições leves e momentâneas. Avancemos com ousadia. Se a noite é escura, a manhã está chegando; e esta manhã é mais do que podem dizer aqueles que estão presos nas trevas do inferno. Você sabe o que significa viver em esperança e antecipar o céu? Crente venturoso, que alegria é ter uma esperança tão segura e consoladora! Talvez ao seu redor tudo seja treva agora, mas em breve tudo será luz. Talvez agora tudo seja provação, todavia, logo tudo será felicidade! O que nos importa se, "ao anoitecer, pode vir o choro", quando "a alegria vem pela manhã"?


"Eu ... me manifestarei a ele." João 14.21 O Senhor Jesus faz revelações especiais de Si mesmo para seu povo. Ainda que as Escrituras não declarassem isso, existiriam muitos filhos de Deus que poderiam testificar, a partir de sua própria experiência, a veracidade desta afirmativa. O seu Senhor e Salvador Jesus Cristo tem se manifestado para eles de forma incomum como o simples ato de ler e ouvir a Palavra não podem propiciar. Na biografia de santos eminentes, você encontrará muitos relatos de ocasiões em que o Senhor Jesus se agradou em falar, de modo bastante especial à alma deles e manifestar-lhes as maravilhas de sua pessoa. A alma desses santos foram tão infundidas de felicidade, que eles pensaram estar no céu. Embora não estivessem lá, eles estavam no limiar do céu. Quando o Senhor Jesus se manifesta ao seu povo, a terra vem a ser céu; é um paraíso em formação; a alegria começa. Isto causa uma influência santa no coração dos crentes. Um dos efeitos é a humildade. Se alguém diz: "Recebi tais e tais revelações espirituais; sou um grande homem", tal pessoa nunca teve qualquer comunhão com o Senhor Jesus. "O SENHOR... atenta para os humildes; os soberbos, ele os conhece de longe" (Salmos 138.6). Deus não precisa chegar perto deles para conhecê-los e nunca os visitará em amor. Outro efeito de uma manifestação verdadeira de Cristo é a felicidade, visto que na presença de Deus existem deleites para todo o sempre (ver Salmos 16.11). A santidade certamente virá em seguida. Aquele que não demonstra qualquer santidade jamais teve esta manifestação. Algumas pessoas falam muitas coisas, não devemos, porém, acreditar nelas, se não percebemos que suas obras correspondem ao que afirmam. "Não vos enganeis: de Deus não se zomba" (Gálatas 6.7). O Senhor Jesus não concederá seus favores ao ímpio, pois enquanto não lançará fora um homem perfeito não respeitará um malfeitor. Assim, haverá três efeitos decorrentes da proximidade de Jesus: humildade, alegria e santidade. Crente, que Deus lhes dê os mesmos!


Estou convosco todos os dias. - Mateus 28.20 É ótimo saber que existe Alguém que é sempre o mesmo e está sempre conosco. É bom que exista uma Rocha firme no meio dos vagalhões do oceano da vida. Ó minha alma, não ponhas as tuas afeições em tesouros perecíveis, que enferrujam e a traça corrói. Põe o teu coração nAquele que permanece fiel para sempre. Não edifiques a tua casa nas areias movediças de um mundo enganoso, mas fundamenta as tuas esperanças naquela Rocha que, em meio à chuva e à enchente estrondosa, permanece inabalavelmente segura. Alma minha, eu te ordeno: armazena teu tesouro no único lugar seguro; acumula tuas joias onde nunca pode perdê-las. Põe tudo em Cristo. Coloca todas as tuas afeições na pessoa de Cristo; todas as tuas esperanças, nos méritos dele; toda a tua confiança, no sangue eficaz do Senhor Jesus; e toda a tua alegria, na presença dele, a fim de que sorrias ante as perdas e zombes da condenação. Lembra que todas as flores no jardim do mundo eventualmente murcham, e que está chegando o dia em que nada restará, exceto a terra fria e escura. Ó leitor, a sua vela em breve será apagada pela morte. Oh! quão bom é ter luz quando a vela se acaba! O dilúvio de trevas logo cairá sobre você e tudo que você tem. Portanto, case o seu coração com Aquele que nunca o abandonará. Entregue-se Àquele que estará com você, o acompanhará através da negra e oscilante correnteza do rio da morte, o levará em segurança à praia celestial e o assentará com Ele nos lugares celestiais, para sempre. Vai, pesaroso filho da aflição, e conte os seus segredos ao Amigo que é mais achegado que um irmão (ver Provérbios 18.24). Entregue todas as suas preocupações Àquele que nunca pode ser separado de você, que nunca o deixará e jamais permitirá que você o abandone - o próprio Senhor Jesus Cristo, que, "ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre" (Hebreus 13.8). "Eis que estou convosco todos os dias" são palavras suficientes para sustentar a minha alma, não importando quem mais possa me abandonar.


De fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos. 1Coríntios 15.20 O cristianismo está alicerçado sobre o fato de que Cristo ressuscitou. "Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé;... e ainda permaneceis nos vossos pecados" (1 Coríntios 15.14,17). A divindade de Cristo tem como prova mais segura, a sua ressurreição, visto que "foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos" (Romanos 1.4). Alguém poderia da divindade de Jesus, se Ele não tivesse ressuscitado. Além do mais, a soberania de Cristo depende de sua ressurreição visto que "foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos" (Romanos 14.9). Nossa justificação, a bênção seleta da aliança, está vinculada à vitória triunfante de Cristo sobre a morte e o sepulcro. Ele "foi entregue por causa das nossas transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação" (Romanos 4.25). A nossa própria regeneração está vinculada à ressurreição do Senhor Jesus; Deus "nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos" (1 Pedro 1.3). E, com toda certeza, nossa ressurreição final está fundamentada na ressurreição de Cristo - "Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita" (Romanos 8.11). Se Cristo não ressuscitou, também não ressuscitaremos. Mas, se Ele ressuscitou, aqueles que dormem em Cristo não pereceram e, em sua carne, contemplarão o seu Deus. O fio de prata da ressurreição perpassa todas as bênçãos do crente, desde a regeneração até à glória eterna, unindo-as todas. Então, quão importante será este glorioso fato aos olhos dele, e quanto se alegrará por estar estabelecido, acima de qualquer suspeita que "de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos". A promessa já está cumprida, a obra de redenção, Ele consumou. A justiça, com a misericórdia, unida, Porque Deus a seu Filho ressuscitou!


Que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual. - Efésios 1.3 Toda a bondade do passado, do presente e do futuro Cristo outorga ao seu povo. Nas misteriosas eras passadas, Jesus foi o primeiro eleito de seu Pai. Em sua eleição, Ele nos deu uma vantagem, pois fomos escolhidos "nele, antes da fundação do mundo" (Efésios 1.4). Desde toda a eternidade, Ele tem as prerrogativas de filiação, como Unigênito do Pai e Filho muito Amado. Ele, nas riquezas de sua graça, por meio da adoção e da regeneração, tem nos elevado à filiação também; assim, tem dado aos homens "o poder de serem feitos filhos de Deus" (João 1.12). A aliança eterna, fundamentada no penhor e confirmada por juramento, nos pertence, como forte consolação e segurança. Nas eternas determinações da sabedoria predestinadora e do decreto onipotente, os olhos do Senhor Jesus se fixaram em nós, para sempre. Podemos descansar certos de que em toda a história por vir, não há sequer uma linha que diminua os interesses de seus redimidos. O grande noivado do Príncipe da Glória é nosso noivado, pois Ele é nosso noivo, conforme logo declararão as bodas sagradas a um universo em assembleia. A maravilhosa encarnação do Deus do céu, com toda a admirável condescendência e humilhação que a acompanharam, é nossa. O suor de sangue, o açoite, a cruz são nossos para sempre. Quaisquer benditas consequências que resultem da perfeita obediência, da expiação consumada, da ressurreição, da ascensão ou da intercessão, são nossas por intermédio do próprio dom do Senhor Jesus. Sobre o seu peitoral, o Senhor Jesus leva agora os nossos nomes. Em suas intercessões oficiais diante do trono, Ele lembra de nós e defende nossa causa. Ele utiliza o seu domínio sobre os principados e potestades e sua majestade absoluta no céu em favor daqueles que creram nEle. A elevada posição do Senhor Jesus está ao nosso serviço, tanto como esteve a sua condição de abatimento. Aquele que, por nós, se entregou às profundezas da morte e do infortúnio, não remove os nossos privilégios agora que está entronizado nos mais altos céus.


Mas o que fora curado não sabia quem era. - João 5.13 Os anos são curtos para os felizes e saudáveis. Mas trinta e oito anos de enfermidade devem ter se arrastado por longo espaço de tempo para esse homem infeliz e desamparado. Quando Jesus o curou por meio de uma palavra, enquanto esse homem jazia próximo ao tanque de Betesda, ele se tornou feliz e consciente de que uma mudança ocorrera. De modo semelhante, o pecador que tem sido paralisado pelo desespero por semanas e meses, e que tem suspirado por salvação, se torna bastante cônscio de que uma mudança lhe ocorre, quando o Senhor Jesus profere uma ordem de poder e lhe outorga felicidade e paz. O mal removido é tremendamente grande para que não tenhamos discernimento de que tal remoção se realizou. A vida concedida é notável demais para ser possuída e permanecer inoperante e, a mudança realizada é por demais maravilhosa para não ser observada. Apesar disso, aquele pobre homem ignorava quem era o Autor de sua cura. Ele não conhecia a santidade daquele Ser, as obras que Ele sustentava, ou a missão que O trouxe de volta ao meio dos homens. Muita ignorância quanto ao Senhor Jesus pode restar nos corações que ainda sentem o poder do sangue dele. Não podemos condenar precipitadamente os homens por sua falta de conhecimento. Temos de crer que a salvação foi outorgada àquele em quem podemos ver a fé salvífica . O Espírito Santo torna um homem em alguém arrependido muitos antes de torná-lo santo. Aquele que crê no que conhece, logo conhecerá mais claramente aquilo em que crê. No entanto, a ignorância é um mal. Esse pobre homem foi atormentado pelos fariseus e se mostrou incapaz de contender com eles. É bom ser capaz de enfrentar oposições, mas não podemos fazer isso, se não conhecemos bem o Senhor Jesus. Contudo, a ignorância desse homem logo foi curada, quando o Senhor o encontrou no templo. Após essa graciosa manifestação, o homem testemunhou que fora o Senhor Jesus quem o tornara sadio. Ó Senhor, se me salvaste, mostra-Te a mim, a fim de que possa falar de Ti aos filhos dos homens.


Muitos o seguiram, e a todos ele curou. - Mateus 12.15 Que grande multidão de doenças horríveis deve ter se reunido sob os olhos do Senhor Jesus! Apesar disso, não somos informados que Ele se sentiu aborrecido, mas, que pacientemente tomou tempo em cada caso. Que variedade de males deve ter se encontrado aos pés do Senhor Jesus! Que úlceras repugnantes e feridas podres! Todavia, Ele estava sempre pronto para cada nova forma de mal, vencendo-a em todos os aspectos. Viessem as setas de onde quer que fosse, Ele extinguiu seu poder abrasador. O calor da febre ou o frio da hidropisia; a letargia da paralisia ou a fúria da loucura; a sujeira da lepra ou a escuridão da cegueira -todas as enfermidades conheceram o poder do Senhor Jesus e se retiraram ante a sua ordem. Em cada esquina, Ele triunfava sobre o mal e recebia o respeito dos cativos libertados por Ele. Ele veio, viu, venceu em todos os lugares. Isto também é verdadeiro neste dia. Não importa qual seja o meu caso, o Médico Amado pode curar-me. Não importa qual seja o estado daqueles que recordo em oração, em Jesus tenho esperança de que Ele os curará de suas enfermidades. Meu amigo, tenho esperança em favor de todos, quando recordo o poder de cura do meu Senhor. Quanto a mim, embora seja severa minha luta contra pecados e enfermidades, ainda posso ter bom ânimo. Ele, que andou sobre a terra curando os doentes ainda dispensa a sua graça e realiza maravilhas entre os filhos dos homens. Com seriedade, irei até Ele imediatamente. Eu O louvarei neste dia, enquanto lembro como Ele realizou curas espirituais, tomando sobre Si nossas enfermidades. "Pelas suas pisaduras fomos sarados" (Isaías 53.5). A Igreja, na terra, está cheia de almas curadas por nosso Médico Amado. Os habitantes do céu também confessam que o Senhor Jesus curou todos eles. Venha, então, proclame amplamente a virtude da graça de Jesus, permitindo que ela seja "glória para o SENHOR e memorial eterno, que jamais será extinto" (Isaías 55.13).


Permanecemos nele. - 1João 4.13 Você quer uma habitação para a sua alma? Você pergunta: "Qual é o preço?" Custa menos do que a natureza humana orgulhosa gostaria de pagar. Não custa dinheiro, não tem preço. Você gostaria de pagar um aluguel respeitável? Gostaria muito de fazer algo para ganhar a Cristo? Então, não pode ter essa habitação para a sua alma, visto que ela não tem preço (ver Isaías 55.1). Você alugaria a casa de meu Senhor por toda a eternidade, sem nada a pagar por ela, exceto o aluguel de amá-Lo e servi-Lo para sempre? Você virá a Jesus e habitará nEle? Observe: esta casa possui todas as coisas de que você necessita. Está repleta de riquezas, mais riquezas do que as que você gastará enquanto viver. Nesta casa, você pode ter comunhão íntima com Cristo e se banquetear no amor dele. Há mesas cheias de comida da qual você pode se alimentar para sempre. Nesta casa, você encontrará descanso, quando estiver fatigado. Desta casa, você poderá olhar para fora e contemplar o paraíso. Você terá esta casa? Se não possui habitação para sua alma, dirá: "Gostaria de ter essa casa. Posso obtê-la?" Com certeza, a chave é: "Venha a Jesus". Mas você diz: "Sou maltrapilho e não posso viver nessa casa". Não se preocupe, existem vestes nela. Se você se sente culpado e condenado, venha e, embora a casa seja boa demais para você, Cristo o tornará suficientemente bom para viver nela. Ele lavará você e o purificará. Assim, você poderá cantar: "Permanecemos nele". Crente, você é abençoado triplamente por possuir tal habitação! É privilegiado pois tem "uma rocha habitável" (Salmos 71.3) na qual está sempre seguro. Permanecendo em Cristo, você possui não somente uma casa perfeita e segura, mas também eterna. Quando este mundo acabar como um sonho, nossa casa sobreviverá e permanecerá mais imperecível do que o mármore, mais sólida do que o granito, auto-existente como Deus, pois a nossa casa é o próprio Deus. "Permanecemos nele."


Serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. - 2 Coríntios 6.16 Que título precioso - "meu povo"! Que revelação estimulante -"seu Deus"! Quanto significado se esconde nestas duas palavras: "Meu povo"! Todo o mundo pertence a Deus. O céu e mesmo o céu dos céus são do Senhor, e Ele reina entre os filhos dos homens. No entanto, a respeito daqueles que escolheu e comprou para Si mesmo Ele diz o que não pode dizer sobre os demais: "Meu povo"! Nesta expressão existe a ideia de propriedade. De uma forma especial, "a porção do SENHOR é o seu povo; Jacó é a parte da sua herança" (Deuteronômio 32.9). Todas as nações da terra pertencem a Deus. Todo o mundo está no controle dele. Apesar disso, o povo de Deus (os seus eleitos) é propriedade especial dele. Deus fez pelos eleitos mais do que tem feito pelas outras pessoas. Ele os comprou com seu sangue e os colocou bem perto de Si mesmo. Deus os amou com amor eterno, um amor que muitas águas não podem apagar e que as revoluções do tempo nunca serão suficientes para diminuir. Querido amigo, pela fé, você pode ver a si mesmo entre os que pertencem ao povo de Deus. Pode olhar para o céu e dizer: "Meu Senhor, meu Deus, Tu és meu por meio do doce relacionamento que me permite chamar-Te 'Pai'. Tu és meu por meio do sagrado companheirismo que me alegro em manter contigo, quando queres Te manifestar a mim como não o fazes ao mundo." Você pode ler o Livro da Inspiração e encontrar lá o registro de sua salvação? Você pode ler o seu nome escrito no sangue precioso? Pela fé, com humildade, você pode vestir-se com as roupas do Senhor Jesus e afirmar: "Meu Cristo"? Se você pode, então, Deus declara a respeito de você e de outros semelhantes: "Meu povo". Se Deus é o seu Deus e Cristo é o seu Cristo, o Senhor lhe presta atenção especial. Você é objeto da escolha dele, aceito no amado Filho de Deus.


Acaso, fará o homem para si deuses que, de fato, não são deuses? Jeremias 16.20 Um dos grandes e incômodos pecados do antigo Israel foi a idolatria. Entretanto, o Israel espiritual possui a tendência de se inclinar nesta mesma direção. Mamom ainda introduz seu bezerro de ouro e os templos do orgulho não são abandonados. O ego, em suas várias manifestações, luta para colocar sob o seu domínio os filhos de Deus e, a carne ergue altares onde quer que encontre espaço para eles. Filhos amados acima de tudo são a causa de muitos pecados entre os crentes. O Senhor se entristece quando nos vê amando-os com medida excessiva. Filhos mimados podem se tornar uma maldição tão grande para nós como Absalão o foi para Davi, ou serão tirados de nós para deixar nossos lares desolados. Se os crentes desejam ter espinhos em seus travesseiros, devem amar excessivamente os seus queridos. É dito, em verdade, "que estas coisas não são deuses", pois os objetos de nosso amor tolo são bênçãos muito duvidosas, o consolo que eles nos dão agora é perigoso e, a ajuda que podem nos dar em momentos de dor é, na verdade, pequena. Por que somos tão vaidosos? Temos dó dos pagãos que adoram ídolos de pedra, mas adoramos um deus de carne. Onde está a ampla superioridade de um deus de carne em relação a um deus de pedra? Em ambos os casos, o princípio é o mesmo. Mas, em nosso caso, a ofensa é mais grave porque temos mais luz e pecado diante da luz que possuímos. Os pagãos se inclinam diante de um deus falso mas, eles nunca conheceram o Deus verdadeiro. Cometemos dois erros. Esquecemos o Deus vivo e nos voltamos para os ídolos. Que o Senhor purifique a todos nós desta iniquidade horrível! O ídolo mais querido que já conheci, Não importa qual seja esse ídolo; Ajuda-me a destruí-lo de teu trono E adorar tão-somente a Ti.


No mundo, passais por aflições. João 16.33 Crente, você está procurando a razão para suas aflições? Olhe para o alto, contemple o seu Pai celestial, veja-O em sua pureza e santidade. Um dia, você será semelhante a Ele. Você será conformado facilmente à imagem dele? Você exigirá muito aprimoramento "na fornalha da aflição" (Isaías 48.10)? Livrá-lo de suas corrupções e torná-lo perfeito como o seu Pai celestial (ver Mateus 5.48) será algo fácil? Agora, olhe para baixo. Você sabe que inimigos já estão debaixo de seus pés? Antes, você era servo de Satanás; e nenhum rei perderá espontaneamente seus servos. Você acha que Satanás o deixará ir tranquilamente? Não, ele sempre o estará seguindo, pois "o diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar" (1 Pedro 5.8). Olhe ao seu redor. Onde você está? Você está no país do inimigo; você é um peregrino e forasteiro. O mundo não é seu amigo. Se o mundo é seu amigo, você não é amigo de Deus, pois quem é amigo do mundo é inimigo de Deus. Esteja certo de que você encontrará inimigos em todos os lugares. Quando você dormir, pense que está descansando no campo de batalha. Quando andar pelas ruas, suspeite de uma emboscada em cada esquina. Assim como se diz que os mosquitos de cada país costumam picar mais os estrangeiros do que os nativos, assim também as provações da terra serão mais dolorosas para você. Por último, olhe para o seu próprio coração e observe o que se encontra ali. O pecado e o interesse próprio ainda permanecem em seu íntimo. Oh, se não existisse o diabo a tentar você, inimigos a guerrear contra você e o mundo para o enlaçar, você ainda encontraria dentro de si mesmo, mal o suficiente para lhe causar dolorosos problemas pois, "enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto" (Jeremias 17.9). Espere dificuldades. Todavia, não se desespere pois Deus está com você para o ajudar e fortalecer. Esta é promessa de Deus: "Na sua angústia eu estarei com ele, livrá-lo-ei e o glorificarei" (Salmos 91.15).


Não peço que os tires do mundo. - João 17.15 Para todos os crentes, a ida ao lar, a fim de estarem com Jesus, no tempo determinado por Deus, será um acontecimento bendito e feliz. Em apenas alguns anos, os soldados de Cristo que agora estão lutando o bom combate da fé (ver 1 Timóteo 6.12) terminarão o seu conflito e entrarão no gozo de seu Senhor. Embora Cristo tenha suplicado que seu povo, no tempo certo, esteja onde Ele está, Ele não pediu que seu povo seja retirado imediatamente deste mundo para o céu. O Senhor Jesus deseja que os crentes permaneçam aqui. Entretanto, quão frequentemente o cansado peregrino oferece uma oração como a seguinte: "Quem me dera asas como de pomba! Voaria e acharia pouso" (Salmos 55.6), mas Cristo não ora assim. Ele nos deixa nas mãos de seu Pai, até que, como espigas completamente maduras, sejamos cada um de nós reunidos no celeiro de nosso Senhor. Jesus não pede nossa remoção instantânea por meio da morte, pois permanecer na carne é necessário para os outros, se não é proveitoso para nós mesmos. O Senhor Jesus pediu que fôssemos guardados do mal. Quando os crentes enfrentam qualquer aflição, frequentemente eles tem o desejo de morrer. Pergunte-lhes por que, e eles responderão: "Queremos estar com Cristo". Temos receio de que isto ocorra não exatamente porque eles anseiam estar com o Senhor, e sim porque desejam livrar-se de seus problemas. Se assim não fosse, eles sentiriam esse desejo de morrer em outras ocasiões, quando não estivessem sob a pressão das provações. Eles querem ir para casa, não tanto pela companhia do Salvador quanto para terem descanso. Ora, ter o desejo de partir é correto, se pudermos senti-lo da maneira como o apóstolo Paulo o sentiu. Estar com Cristo é muito melhor. Mas o desejo de livrar-se das provações é egoísta. O seu desejo deve ser o de glorificar a Deus, por meio de sua vida neste mundo, até quando Ele quiser. Embora isto se realize em meio a conflitos, intenso labor e sofrimento, permita que Ele diga: "Chega, já é o bastante!"


As suas faces são como um canteiro de bálsamo, como colinas de ervas aromáticas. Cântico dos Cânticos 5.13 Este é o mês das flores! As chuvas de março e os ventos de abril realizaram a sua obra e a terra está toda adornada em beleza. Vem, alma minha, e ponha sua veste de feriado; saia a juntar flores de pensamentos celestiais. O "canteiro de bálsamo" é bastante conhecido para você, que tem frequentemente sentido o cheiro das “colinas de ervas aromáticas". Dirija-se imediatamente ao seu Senhor e encontre nEle toda amabilidade e regozijo. Aquele rosto outrora fustigado com severidade pela vara, frequentemente molhado por lágrimas de simpatia e, depois, maculado por cuspe - aquele rosto, visto que agora sorri com misericórdia, é um aroma fragrante para o meu coração. Ó Senhor Jesus, não escondeste o teu rosto da vergonha e do cuspe. Encontrarei no adorar-Te o mais estimado deleite. As tuas faces foram sulcadas pelo arado da aflição e enrubescidas pelo sangue de tuas têmporas coroadas de espinhos. Tais marcas de amor ilimitado encantam minha alma, mais do que “colunas perfumadas". Se não me fosse possível ver a sua face inteira, olharia suas bochechas; mesmo que olhe para Ele rapidamente, meu espírito será revigorado e produzirá uma variedade de alegrias. Em Jesus, eu encontro não somente fragrância, encontro também um canteiro de bálsamo. Encontro não somente uma flor, mas todo tipo de flores aromáticas. Ele é a minha rosa, o meu lírio, o meu amor-perfeito, o meu ramalhete de cânfora. Quando Ele está comigo, todo o ano é maio em minha vida. Minha alma sai a lavar seu rosto feliz no orvalho da manhã da graça de Cristo e consolar-se com o gorjeio dos pássaros de suas promessas. Ó precioso Senhor Jesus, faze-me conhecer a bênção que se encontra na comunhão permanente e ininterrupta contigo. Eu sou um pobre indigno, cuja face Tu tens condescendido em beijar! Oh, deixa-me beijar-Te em retribuição.


Todos os filhos de Israel murmuraram. Números 14.2 Em nossos dias, há murmuradores entre os crentes, assim como houve no arraial de Israel. Existem aqueles que, ao sobrevir-lhes a vara, clamam contra a circunstância disciplinadora. Eles perguntam: "Por que estou sendo afligido? O que eu fiz para ser disciplinado deste modo?" Gostaria de transmitir algumas palavras àquele que murmura. Por que você murmura contra as dispensações de seu Pai celestial? Ele pode tratá-lo de maneira mais severa do que você merece? Considere o quão rebelde você era, mas Ele o perdoou! Com certeza, se Deus, em sua sabedoria, acha conveniente discipliná-lo agora, você não deveria murmurar. Além do mais, você está sendo castigado tão severamente quanto merece, por causa de seus pecados? Considere a corrupção que há em seu coração, e então, ainda se espantará por ser preciso tantas chicotadas para removê-la? Pese a si mesmo e considere quanta escória está misturada com seu ouro. Você acha que o fogo está quente demais para remover toda a escória que você tem? O seu espírito orgulhoso e rebelde não comprova que seu coração não está completamente purificado? As suas palavras de murmuração são contrárias à natureza submissa e santa do filho de Deus. A correção é necessária. Mas, se você murmura contra a disciplina, tenha cuidado, pois haverá severidade para os murmuradores. Deus sempre castiga seus filhos duas vezes, se eles não suportam a primeira disciplina com paciência. Todavia, esteja certo de uma coisa: Deus "não aflige, nem entristece de bom grado os filhos dos homens" (Lamentações 3.33). Todas as correções divinas são enviadas em amor, a fim de purificá-lo e trazê-lo para mais perto dele mesmo. Se você for capaz de reconhecer a mão de seu Pai, certamente lhe será proveitoso suportar a disciplina. "Porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos)" (Hebreus 12.6-7). "Nem murmureis, como alguns deles murmuraram e foram destruídos pelo exterminador" (1 Coríntios 10.10).


Meu refúgio és tu no dia do mal. - Jeremias 17.17 A vereda do crente nem sempre é tão resplandecente como a luz do sol. O crente tem as suas ocasiões de trevas e de tempestade. É verdade que está escrito na Palavra de Deus: “Os seus caminhos são caminhos deliciosos, e todas as suas veredas, paz" (Provérbios 3.17). É uma grande verdade: confiar em Deus traz felicidade na terra e benção no céu. A experiência nos diz que “a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito" (Provérbios 4.18). Às vezes, porém, esta luz é eclipsada. Em certas ocasiões, nuvens escuras encobrem o sol do crente, fazendo com que ele ande nas trevas e não veja qualquer luz. Existem muitos crentes que têm se regozijado na presença de Deus por um tempo. Eles têm se aquecido ao sol nos primeiros estágios de sua carreira cristã. Eles têm andado por entre os “pastos verdejantes”, ao lado das "águas de descanso" (Salmos 23.2). Todavia, repentinamente percebem que o céu glorioso está repleto de nuvens. Ao invés da terra de Gósen, eles têm de trilhar o arenoso deserto. Em lugar das doces águas, encontram fontes turbulentas, amargas ao seu paladar. Eles dizem: "Se fôssemos filhos de Deus, isto não aconteceria". Oh! não diga isso, você que anda na escuridão! O melhor dos santos de Deus tem de experimentar provações. O mais querido dos filhos dele tem de levar a cruz. Nenhum crente tem desfrutado de prosperidade perpétua, nenhum pode sempre pendurar sua harpa no salgueiro (ver Salmos 137.2). Talvez o Senhor lhe outorgou, no início da vida cristã, um caminho tranquilo e sem nuvens, porque você era fraco e tímido. Ele abrandou o vento para sua ovelha tosada, mas agora que você está mais forte em sua vida espiritual, tem de passar pela rígida experiência de crescer até à maturidade do filho de Deus. Precisamos de ventos e tempestades para exercitar nossa fé, cortar o galho podre da autoconfiança e nos arraigarmos com maior firmeza em Cristo. O dia mau nos revela o glorioso valor de nossa esperança.