

A Semana Santa não pode ser um parêntesis sagrado no contexto de um viver movido unicamente por interesses humanos: deve ser uma ocasião de adentrarmos na profundidade do Amor de Deus a fim de podermos assim, com a palavra e com as obras, mostrá-lo aos homens (São Josemaria, "É Cristo que passa", n. 97.).


Amados filhos, nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos. Não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida; uma vida que, dissipando o temor da morte, enche-nos de alegria com a promessa da eternidade. Ninguém está excluído da participação nesta felicidade. A causa da alegria é comum a todos, porque nosso Senhor, vencedor do pecado e da morte, não tendo encontrado ninguém isento de culpa, veio libertar a todos. Exulte o justo, porque se aproxima da vitória; rejubile o pecador, porque lhe é oferecido o perdão; reanime-se o pagão, porque é chamado à vida (São Leão Magno, papa, Sermo 1 in Nativitate Domini, 1-3: PL 54, 190-193).


Não humanizamos nós a Deus Nosso Senhor quando o recebemos: é Ele quem nos diviniza, nos eleva, nos levanta. Jesus Cristo faz o que a nós é impossível: sobrenaturaliza nossas vidas, nossas ações, nossos sacrifícios. Ficamos endeusados (São Josemaria).


Se o pecador apenas soubesse que todas as suas faltas, todas as suas transgressões e as suas fraquezas só provocam em Deus compaixão e perdão! Se soubesse que elas não podem, seja qual for a sua gravidade, repelir Deus, esgotar a sua misericórdia, nem travar o seu amor por um só instante, ele não se aferraria ao seu pecado, não ficaria satisfeito com as trevas, não procuraria se afastar de Deus, esconder-se atrás de uma tela para dissimular a sua vergonha e não ver a face do Altíssimo, uma vez que este se esforça por lhe mostrar o seu amor e chamá-lo (Abbaye de Bellefontaine).


São José, nosso Pai e Senhor, castíssimo, limpíssimo, tu que mereceste trazer Jesus Menino em teus braços, e lavá-Lo e abraçá-Lo: ensina-nos a tratar o nosso Deus, a ser limpos, dignos de ser outros Cristos. E ajuda-nos a fazer e a ensinar, como Cristo, os caminhos divinos - ocultos e luminosos -, dizendo aos homens que podem ter continuamente, na terra, uma eficácia espiritual extraordinária (São Josemaria, "Forja", n. 553).


“A desilusão de Deus pelo comportamento malvado dos homens não é a última palavra! Nisso consiste a grande novidade do Cristianismo: um Deus que, mesmo desiludido pelos nossos erros e pelos nossos pecados, não falta à sua palavra, não para e sobretudo não se vinga! (...). A urgência de responder com bons frutos à chamada do Senhor, que nos convida a tornar-nos sua vinha, ajuda-nos a compreender o que há de novo e de original na fé cristã” (Papa Francisco, Angelus, 08/10/2017).


“Permanece em minha presença sempre e o máximo que puderes. Habitar em minha presença é o grande meio para a cura e para a santidade. Para que permaneças em mim, basta que sejas igual a mim. Vem a mim, com o coração cheio de esperança, e Eu farei o resto” (Um monge beneditino, “In sinu Iesu”, p. 60).


O cristão é realista, de um realismo sobrenatural e humano, sensível a todos os matizes da vida: a dor e a alegria, o sofrimento próprio e alheio, a certeza e a perplexidade, a generosidade e a tendência para o egoísmo. O cristão conhece tudo, e tudo enfrenta, cheio de integridade humana e da fortaleza recebida de Deus (São Josemaria, "É Cristo que Passa", n. 60).


O invejoso não suporta que os outros estejam acima dele, ou sejam mais felizes ou mais queridos, e, por causa disso, dedica-lhes antipatia e até mesmo aversão (Francisco Faus, “A inveja”).


Quando nos abandonamos nas mãos de Deus, é frequente que Ele nos permita saborear a dor, a solidão, as contradições, as calúnias, as difamações, os escárnios, por dentro e por fora: porque quer moldar-nos à sua imagem e semelhança, e tolera também que nos chamem loucos e que nos tomem por néscios. É a altura de amar a mortificação passiva, que vem - oculta ou descarada e insolente - quando não a esperamos (São Josemaria, "Amigos de Deus", n. 301).


Doutor em Direito e em Filosofia, preparava um concurso para professor catedrático na Universidade de Madrid. Duas carreiras brilhantes, feitas com brilhantismo. Mandou-me avisar: estava doente, e desejava que eu fosse visitá-lo. Cheguei à pensão onde estava hospedado. – ‘Padre, estou morrendo’, foi a sua saudação. Animei-o, com carinho. Quis fazer uma confissão geral. Naquela noite faleceu. Um arquiteto e um médico me ajudaram a amortalhá-lo. - E, à vista daquele corpo jovem, que rapidamente começou a decompor-se..., estivemos de acordo os três em que as duas carreiras universitárias não valiam nada, comparadas com a carreira definitiva que, como bom cristão, acabava de coroar (São Josemaria, "Sulco", n. 877).


“O orgulhoso não sente prazer em possuir isto ou aquilo, mas apenas em possuir mais do que o vizinho. “Dizemos que as pessoas se orgulham de serem ricas, inteligentes ou bonitas, mas na verdade não é assim: as pessoas orgulham-se de serem mais ricas, mais inteligentes ou mais bonitas do que os outros. “Se todos nos tornássemos igualmente ricos, inteligentes ou bonitos, já nenhum de nós teria nada de que orgulhar-se. É a comparação que nos torna orgulhosos: o prazer de nos sentir-nos acima dos outros. “E quando o elemento de comparação desaparece, também o orgulho desaparece. É por isso que digo que se trata de um vício essencialmente competitivo, ao contrário dos outros vícios” (C. S. Lewis, “Mero Cristianismo”, p. 127).


“Na verdade, os desequilíbrios que sofre o mundo contemporâneo estão ligados a um desequilíbrio mais profundo, que se enraíza no coração do homem. “Com efeito, no íntimo do próprio homem muitos elementos se combatem. Por um lado, como criatura, ele experimenta as suas múltiplas limitações; por outro, sente-se ilimitado nos seus desejos e chamado a uma vida superior. “Atraído por muitas solicitações, vê-se a todo o momento constrangido a escolher entre elas, e a renunciar a algumas. Mais ainda: fraco e pecador, faz muitas vezes aquilo que não quer, e não realiza o que desejaria fazer. Por isso, sente em si mesmo uma divisão, da qual tantas e tão grandes discórdias se originam para a sociedade” (Gaudium et Spes, n. 10).


O que é preciso para conseguir a felicidade não é uma vida cômoda, mas um coração enamorado (São Josemaria, "Sulco", n. 795).


Por trás dos males (doença, cansaço, dor, ruína...), encontramos sempre Jesus que nos sorri e nos estende a mão para nos ajudar a superar essas situações e a crescer interiormente. Os males desta vida são um contínuo apelo ao nosso coração, que nos diz: ‘O Mestre está aqui e chama-te!’ (Jo 11,28). Mas se estamos mais apegados aos nossos projetos, à saúde, à vida... do que à vontade de Deus – a princípio, por vezes misteriosa e incompreensível –, só veremos na desgraça a perda de um bem relativo e parcial que talvez tenhamos convertido em absoluto e definitivo. Que enorme erro se nesses momentos não soubermos compreender que Jesus nosvisita!


Preciso agradecer ao Senhor sua grande bondade, porque minhas filhas e meus filhos me proporcionaram, neste quase meio século, tantas e tantas alegrias, precisamente com sua adesão firme à fé, sua vida rijamente cristã e sua total disponibilidade – dentro dos deveres de seu estado pessoal, no mundo – para o serviço de Deus na Obra. Jovens e menos jovens, foram de cá para lá com a maior naturalidade, ou perseveraram fieis e sem descanso no mesmo lugar; mudaram de ambiente quando necessário, suspenderam um trabalho e colocaram seu esforço em um labor distinto que interessava mais por motivos apostólicos; aprenderam coisas novas, aceitaram com alegria ocultar-se e desaparecer, deixando lugar para outros: subir e descer. É o jogo divino da entrega, ao que meus filhos foram respondendo conscientes da sua responsabilidade diante de Deus de levar em frente a Obra pelo bem das almas. O Senhor brilhou e, sobre vossa generosidade, derramou sua eficácia santificadora: conversões, vocações, fidelidade à Igreja em todos os cantos do mundo. Assim brota o fruto sobrenatural de uma entrega sem condições. E isto, na Obra, se pede a todos; porque deve ser sempre o ordinário, o natural (São Josemaria, Carta, 14/02/1974).


Mesmo sendo importante para a vida do homem, sozinho não basta. Nós precisamos não apenas do pão material, precisamos de amor, de significado e de esperança, de um fundamento seguro, de um terreno sólido que nos ajude a viver com um senso autêntico também nas crises, na escuridão, nas dificuldades e nos problemas cotidiano (Bento XVI).


Jesus é teu amigo. - O Amigo. - Com coração de carne como o teu. - Com olhos de olhar amabilíssimo, que choraram por Lázaro… - E, tanto como a Lázaro, te ama a ti (São Josemaria, "Caminho", n. 422).


Todo o segredo da santidade é parecer-se a Ele, que é o modelo. Por isso lemos o Evangelho diariamente, para que não nos falte nunca o combustível que faz arder o fogo do amor (São Josemaria).


Também na sucessiva história da Igreja, o Senhor não esteve ausente: incessantemente vem ao nosso encontro, através de homens (as santas e osnsantos) nos quais Ele Se revela; através da sua Palavra, nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia. Na liturgia da Igreja, na sua oração, na comunidade viva dos crentes, nós experimentamos o amor de Deus, sentimos a sua presença e aprendemos deste modo também a reconhecê-la na nossa vida quotidiana (Bento XVI).


Enquanto não lutares contra a frivolidade, a tua cabeça será semelhante a uma loja de brinquedos: não conterá senão utopias, sonhos e... trastes velhos (São Josemaria, "Sulco", n. 535).


Somos pessoas comprometidas com o amor. Por isso, temos que viver uma fidelidade contínua e sempre mais exigente, também quando devemos caminhar a contragosto. Nós nos movemos na presença do Senhor: Ele nos olha constantemente, e vê nossos desejos mais íntimos, scrutans corda (penetrando os corações): nada de nossa vida - tão grande é a sua predileção - lhe é desconhecido. Por isso vos digo em tantas ocasiões que lhe deis o coração inteiro, como justa correspondência de seus desvelos (São Josemaria).


Saibais que o Padre pede por vocês com todo seu coração de pai e de mãe; que vossas alegrias são minhas alegrias; que vossas penas são minhas penas. Desde que me escolheram como Padre vosso, procuro estar pendente da santidade de todas minhas filhas e de todos meus filhos no mundo inteiro. O único fim, a única finalidade de minha vida, é vossa santificação; fazer minhas as palavras de Jesus Cristo: ‘Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela verdade’ (Jo 17,19). Deste modo é como tenho que dar gloria a Deus (D. Álvaro).


O apostolado cristão - e refiro-me agora, especificamente, ao apostolado de um simples cristão, ao de um homem ou mulher que vive como outro qualquer entre os seus iguais - é uma grande catequese em que, através do relacionamento pessoal, de uma amizade leal e autêntica, se desperta nos outros a fome de Deus e se ajuda cada um a descobrir novos horizontes - com naturalidade, com simplicidade, como disse, com o exemplo de uma fé bem vivida, com a palavra amável, mas cheia da força da verdade divina (São Josemaria, "É Cristo que Passa", n. 149).


Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. (...) Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim será lançado fora, como o ramo. Ele secará e hão de ajuntá-lo e lançá-lo ao fogo, e queimar-se-á (Jo 15, 1-6).


Não podemos ‘entrar na esperança’, como nos convidou São João Paulo II, se não somos pobres de coração. Enquanto tivermos riquezas às quais nos aferramos, seguranças e apoios humanos em que confiamos, não poderemos praticar verdadeiramente a esperança, que consiste em contar somente com Deus. É por isso que Ele, com a sua pedagogia, às vezes permite que passemos por empobrecimentos, pela perda de algumas seguranças, até por quedas vergonhosas. Desse modo, podemos enfim aprender a contar somente com Ele e com a sua misericórdia. Pedro é um bom exemplo: foi necessária a sua negação na Paixão para que aprendesse a não se apoiar mais nas suas virtudes, na sua própria coragem, nos seus rompantes de entusiasmo humano, mas apenas no amor de Jesus (Jacques Philippe, “Se conhecesses o dom de Deus”, p. 122).


Meus filhos: aí onde estão nossos irmãos os homens, aí onde estão as nossas aspirações, nosso trabalho, nossos amores - aí está o lugar do nosso encontro cotidiano com Cristo. Em meio das coisas mais materiais da terra é que nós devemos santificar-nos, servindo a Deus e a todos os homens (São Josemaria, "Questões Atuais do Cristianismo", n. 113).


A santidade na Obra não consiste em sermos grandes ou pequenos. Consiste em saber fazer com que a nossa vida não se apague no terreno sobrenatural, com que nos deixemos queimar até a última fibra, servindo a Deus no último lugar, ou no primeiro: onde nos chame o Senhor. E, no final, todos seremos iguais, porque nos teremos gastado totalmente, com o mesmo espírito, cum odore suavitatis (Ef 5, 2). Os que eram grandes, dando o que tinham; e os pequenos, a mesma coisa. O que tem muito, dá muito, porque se lhe exige muito; e o que tem pouco, dá pouco, porque se lhe exige menos. Mas a um e a outro se lhe pede tudo (São Josemaria).


As pedras no caminho podem ser obstáculos ou matéria prima para a construção de uma bela vereda, somos nós quem decidimos o que fazer.


Também agora, ao iniciar-se um novo ano, me urge recordar-vos que Jesus espera muito de cada um de nós. Ante o espetáculo de uma humanidade que perdeu o rumo, que caminha em zigue-zague de um lado para outro, os cristãos - e entre eles, os filhos de Deus no Opus Dei, com a força particular que provém do nosso compromisso de amor - temos de oferecer às almas um norte seguro, uma luz de esperança em seu caminhar (D. Álvaro, carta, 01/01/88).